Em toda situação
difícil, devemos buscar entender o que Deus quer nos dizer com aquilo. As
respostas muitas vezes são sutis e para conseguirmos recebe-las, precisamos
formar uma intensa vinculação a Deus, uma vinculação que vá além de obedecer os
10 Mandamentos ou desejar de todo coração agradá-lo em tudo o que pensamos,
fazemos ou dizemos. Queremos que nossa vinculação a Deus seja harmoniosa, para
que estejamos sempre “sintonizados” com ele, percebendo seus desejos para nós
de acordo com nosso estado de vida, trabalho e relacionamento com os outros.
Queremos que nossa vinculação seja mais do que uma simples ideia; queremos que
seja algo que possamos praticar concretamente em nossa vida diária. Finalmente,
queremos que nossa vinculação a Deus permeie todos os aspectos de nossa vida.
A raiz da santidade – a
atitude dos santos – é uma constante consciência da presença de Deus. Ele é
verdadeira e completamente um pai, nosso pai. O espírito de filhos que
São Paulo nos fala (Rm 8, 14-17) é também uma atitude de criança. O Pai Celeste
nos dá algo que nenhum pai terreno pode dar a seu filho: compartilhar sua
própria vida. Pelo Batismo recebemos uma nova vida divina e assim nos tornamos
realmente filhos de Deus e começamos a compartilhar sua atividade divina do conhecimento
e do amor. E dessa forma, se Deus é o Rei que nos torna filhos da realeza,
devemos agir da maneira apropriada.
O Pai Celestial nos
chamou a sua própria glória e excelência. Devemos ser responsáveis por nos
levantar acima da degradação e da ausência de Deus do mundo de hoje. Devemos
aderir a uma escala de valores que nos eleve e nos inspire. Devemos trabalhar
para melhoramos a nós mesmos e não acharmos que somos melhores que os outros.
Recebemos a habilidade de conhecer e amar a Deus, de caminhar junto ao Espírito
Santo e amar a tudo o que Deus ama. Vivemos uma realidade que somos amados por
Deus sobre todas as coisas. Todas essas são atitudes de filhos da realeza.
Como membros da realeza
recebida no Batismo, como um casal da realeza, uma família da realeza, nossa
vocação é servir – com Cristo – um ao outro, nossa Igreja e o mundo, nessa
ordem de prioridade, dessa forma agindo de acordo com nossa dignidade real.
Porque somos parte da realeza, vivemos na “corte” do coração do Rei, nos
vinculando a ele e alinhando a nós mesmos a sua vontade para o bem do Reino.
A graça de Deus que
habita em nós deve nos lembrar que somos os filhos de Deus, e também filhos da
nossa Mãe e Rainha, e assim é esperado de nós que sejamos a luz e o sal do
mundo. Essa graça nos compromete, através do batismo, a um relacionamento
perpétuo e profundo com o Pai Celestial.
Devemos nos
conscientizar a cada dia dessa realidade: somos filhos do Rei! Todas as nossas
atitudes devem irradiar essa nobreza, onde quer que estejamos. Não é uma atitude
de esnobar os outros, mas de elevá-los também à dignidade dos filhos de Deus.
photo credit: HereIsTom <a href="http://www.flickr.com/photos/47035764@N03/8695579713">King of the Netherlands</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.0/">(license)</a>