Este blog tem por finalidade fornecer material para aprofundamento pessoal e espiritualidade familiar, ajudando as famílias a conviverem harmoniosamente e seus membros serem verdadeiramente felizes.
segunda-feira, 20 de dezembro de 2021
NASCEU PARA VÓS UM SALVADOR
segunda-feira, 6 de dezembro de 2021
A FORÇA LIBERTADORA DA ROTINA
Apesar de parecer contraditório, possuir uma rotina com
horários fixos para fazer as coisas efetivamente nos torna mais livres para
sermos quem fomos criados para ser.
A palavra “rotina” normalmente é associada a monotonia, a uma
repetição sem sentido, da qual todos querem se livrar. Porém, a rotina traz
ordem ao nosso dia e, de acordo com os neurocientistas, nosso cérebro é
condicionado a buscar sempre a ordem, pois ela permite que ele tenha
previsibilidade para executar tarefas. Isso traz tranquilidade, gera
serotonina que é um neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar.
O problema da desordem
Quando estamos em um ambiente desorganizado, nosso cérebro
tem duas opções: ou perdemos tempo para organizar primeiro para depois cumprir
nossa tarefa, por exemplo, estudar ou cozinhar ou precisaremos nos esforçar
muito mais para conseguir nos concentrarmos para realizar essa mesma tarefa no
meio da bagunça.
Isso acontece também com a nossa agenda. Se não temos
horários para cumprir nossos deveres, nosso cérebro está sempre em uma situação
de alerta, de não saber o que vai acontecer depois, causando muito mais cansaço,
esquecimentos e frustrações. Podemos verificar essa realidade facilmente na
vida das crianças: aquelas que vivem numa rotina bem estruturada, com horários
para tudo: acordar, brincar, comer, tomar banho, estudar, dormir, são crianças
muito mais calmas e tranquilas do que aquelas que não tem essa rotina fixa.
Liberdade para grandes realizações
A ordem remete ao belo, então quando vivemos de uma maneira
organizada, nossa mente fica mais aliviada e mais livre para sermos mais
criativos, para acharmos soluções para os problemas e principalmente realizar
nossos grandes objetivos da vida.
O primeiro passo rumo a essa liberdade é gastar um pouco do
tempo para pensar e estipular uma rotina. Uma sugestão é elaborar uma agenda
com períodos de 30 minutos e anotar o que você deve fazer naquele tempo
determinado. Comece com o horário para se levantar e siga preenchendo até o
horário estipulado para dormir. Claro que tarefas que exijam um tempo maior
para ser realizadas ocuparão mais de um espaço nessa agenda.
Você pode começar estipulando a rotina de 2ª a 6ª, deixando,
a princípio, os finais de semana mais livres. Porém, com o tempo, verá que é
importante também estabelecer alguma ordem para o fim de semana, mesmo que não
seja tão rígida como a da semana.
Depois, é importante se concentrar para realizar a tarefa
determinada no tempo estipulado. Como dizia S. Josemaria Escrivá: “faz o que
deves e estás onde fazes”. Ou seja, não adianta ter um horário estipulado
para preencher um relatório se nesse tempo estou pensando no que preciso
comprar no supermercado. Ou no tempo que estipulei para brincar com meus
filhos, ficar pensando na reunião que terei no dia seguinte. Na hora do trabalho,
eu trabalho. Na hora de fazer compras, eu organizo a lista e faço as compras. E
assim por diante.
Para aqueles que tem muita dificuldade com estabelecer e
cumprir uma rotina, uma dica é começar escolhendo um período do dia para
colocar na prática. Por exemplo, organizar primeiro o período da hora de
acordar até a hora do almoço. Pratique por um tempo essa rotina e quando
estiver mais seguro, organize também o período da tarde. E por fim, o período
da noite.
Uma vida bem vivida
Não é necessário muito tempo praticando a ordem na rotina
para colher seus frutos de tranquilidade e de sensação de liberdade. O tempo é
um dos maiores dons recebidos de Deus e empregá-lo bem, cumprindo fielmente o
nosso dever, aquilo que estabelecemos para fazer naquele determinado momento, nos
proporciona uma sensação maravilhosa de realização pessoal.
“Realiza o teu dever e ele te realizará”, nos diz D. Rafael Cifuentes. As
pessoas mais felizes são aquelas que sabem que estão cumprindo bem o seu dever
e por isso são mais fortes, conseguem resistir melhor aos imprevistos que a
vida lhes apresenta.
Nosso tempo é finito. Chegará um momento em que ele acabará e
deveremos prestar contas de nossa vida ao nosso Criador, por isso precisamos
cuidar muito bem do que fazemos com ele. E como somos um organismo integrado,
perceberemos que, cumprindo bem nossa rotina, outros aspectos da nossa vida
também melhorarão, teremos mais facilidade de lidar com nossos defeitos e
limitações, podendo, pouco a pouco, nos tornarmos pessoas mais virtuosas e
chegarmos ao fim da nossa vida com a tranquilidade do dever bem cumprido.
sexta-feira, 29 de outubro de 2021
VOCÊ ESTÁ QUEBRANDO PEDRA OU CONSTRUINDO UMA CATEDRAL?
A importância de saber o motivo de fazer as coisas
Ouvi uma história muito interessante sobre como um mesmo fato
pode gerar diferentes pontos de vista, dependendo da motivação de cada um.
Havia três homens que trabalhavam na construção de uma grande catedral. Aos
três foi feito a mesma pergunta: “o que você está fazendo?” O primeiro
respondeu: “estou quebrando pedra”; o segundo disse: “estou
sustentando a minha família” e o terceiro falou: “estou construindo uma
catedral!”
As três respostas estão absolutamente corretas, porém demonstram
como cada um desses homens enxerga as suas atitudes, o seu trabalho. A visão do
primeiro está focada no imediato, no que está fazendo naquele instante. Esse
tipo de atitude frente à vida leva a pessoa a ser muito inconstante, a ser
influenciada pelas circunstâncias, a simplesmente “reagir” aos acontecimentos e
não ter uma postura de ação, de fazer porque sabe o que está fazendo. Aquele
que enxerga só o momento, perde a noção do todo, da história; muitas vezes se
sente entediado e tende a buscar “sensações”, prazeres físicos, para se sentir
feliz.
A postura do segundo já mostra um pouco mais de sentido de
responsabilidade pelos outros, de saber que a sua atitude influencia na vida de
outras pessoas. Ele está quebrando pedra, porém com o objetivo de sustentar a
sua família. A visão é um pouco mais ampla, mas ainda falta enxergar o todo, a
beleza da existência humana, o motivo do próprio existir. Se a vida se limitar
a cumprir as obrigações para ter o próprio sustento, ela é muito pobre (mesmo
se cheia de dinheiro) e não preenche os anseios do coração humano.
O terceiro é aquele que entendeu realmente o profundo sentido
de sua existência. Ele sabe que sua ação aqui e agora, mesmo que sirva para
sustentar a sua família, vai ecoar por toda eternidade. As catedrais são
monumentos que duram séculos, então por mais monótono que seja aquele quebrar
pedra, ele é necessário para construir uma obra espetacular que estará de pé
por muitos e muitos anos depois que acabar a existência desse pequeno
construtor.
O verdadeiro sentido da nossa existência
Já disse o poeta: “ao brilhar de um relâmpago nascemos e
ainda brilha seu fulgor quando morremos, tão curto é o viver”. Por isso é
tão necessário entender o que estamos fazendo nesse mundo, saber que enquanto
estamos aqui, temos a oportunidade de preparar nossa vida futura, aquela que
nunca acabará, o destino eterno de nossa alma.
Pe. José Kentenich, fundador do Movimento Apostólico de
Schoenstatt, falava da sacralidade do momento, de que esse instante em
que estamos vivendo, jamais voltará, por isso precisamos vive-lo da melhor
forma possível. Ensinava ainda sobre o “fiel e fidelíssimo cumprimento do dever”
e de “fazer o ordinário de forma extraordinária”. Tudo isso para nos
mostrar como é importante cumprirmos de maneira excelente as nossas obrigações
de cada dia, pois as nossas atitudes aqui é que determinam a nossa qualidade de
vida, nossa realização como ser humano e também o futuro da nossa alma quando
encerrar nossa existência nesta terra.
Nosso Senhor Jesus Cristo passou 30 anos de sua vida no
ordinário de sua família, cumprindo seus deveres, para dar o exemplo de como devemos
agir no nosso cotidiano. Nesses anos todos Ele já estava realizando sua obra
redentora, santificando a vida familiar, mostrando a importância da família e o
valor redentor do trabalho bem feito.
A santificação da vida diária
Assim, a nossa santificação ocorre na nossa vida diária, que
deve ser um caminhar constante rumo ao Céu. Minha avó Amábile sempre dizia que
o bem que fazemos aqui, os gestos de amor, de doação, os pequenos e grandes sacrifícios,
são como “tijolos” que enviamos para a construção da nossa casa no Céu. Quanto
mais fizermos aqui, melhor será nossa morada na eternidade.
Para conseguirmos santificar o nosso dia, precisamos nos
conscientizar da presença de Deus ao nosso lado e para isso precisamos da ajuda
de nossa imaginação e de nossa memória. Sabe aquela paradinha que você dá para
olhar as mensagens do WhatsApp durante o dia? Aproveite esses momentos para
dizer “oi” pra Deus.
Essa saudação pode ser através de jaculatórias, que são “flechas”
de amor que mandamos para o Céu. São frases curtas e simples que demonstram
nossa vinculação ao mundo sobrenatural. Alguns exemplos: “Jesus, eu confio em
vós!”, “Nossa Senhora cuide de mim!”, “Jesus eu te amo e quero estar um dia
contigo no Céu!”, “Vem Espírito Santo!”, “Valei-me São José!” enfim, cada um
pode também criar a sua preferida ou pegar inspiração na vida dos santos e nas
jaculatórias que eles usavam.
Conforme vamos nos conscientizando dessa presença divina,
conseguimos cumprir melhor nossos deveres, lutar contra nossas imperfeições e
pouco a pouco enxergar o sentido da nossa existência, que não é apenas “quebrar
as pedras”, mas “construir uma catedral”. O santo é um monumento vivo que
demonstra toda a majestade divina, muito mais que uma catedral de pedras.
Então, a busca e a luta pela nossa santidade é a maior catedral que podemos
construir para Deus.
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quarta-feira, 29 de setembro de 2021
COMO RECLAMAR E DESCULPAR-SE DE MANEIRA EFICAZ
Características da reclamação que funciona
Forma efetiva de reclamar
A reclamação efetiva exige desculpas úteis
quarta-feira, 8 de setembro de 2021
SERÁ QUE REALMENTE SOMOS LIVRES?
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Heimplatz on Unsplash
quarta-feira, 4 de agosto de 2021
A QUESTÃO DA AUTORIDADE E A FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA
A palavra autoridade deriva do
latim auctoritas, que vem por sua vez de auctor, aquele que faz
crescer. Quem possui autoridade tem a missão de conduzir seus dirigidos para
que esses cresçam, amadureçam, sejam mais livres e aprendam, se for necessário,
a exercer a autoridade algum dia. A pessoa com autoridade também tem a missão
de proteger quem está sob os seus cuidados, tanto de eventuais ataques
externos, como de condutas da própria pessoa que possa causar algum dano a ela
própria ou aos outros.
Não é fácil exercer a autoridade
com essa visão, principalmente quando se é pai ou mãe e os filhos já estão
crescidos. Os pais precisam “treinar” desde cedo os filhos a fazerem boas
escolhas, sofrendo as consequências quando escolhem mal. Quando são crianças, o
exercício dessa autoridade é um pouco mais fácil, pois, mesmo que os filhos
“esperneiem” um pouco, no final, precisam acatar o que os pais decidem, afinal
eles são os adultos e responsáveis pela família.
A partir da adolescência a
questão fica um pouco mais complicada, porque não basta o filho obedecer, ele
precisa entender o porquê daquela determinada ordem. Se ele não entende a razão
de agir dessa ou daquela forma, assim que se tornar adulto ou quando achar que
os pais não vão descobrir, pode agir de forma totalmente diferente da que os
pais gostariam, ou entendem ser melhor.
Marge Fenelon, em seu livro
“Strenghtening your Family”, explica que, quando os filhos crescidos têm algum
tipo de dilema moral e são tentados a tomar decisões que os pais não concordam,
os pais tendem a dois extremos: ou simplesmente ignoram o que o filho quer
fazer ou partem para cima do filho tentando forçá-lo a seguir a linha de
pensamento deles. Nenhuma dessas opções são realmente efetivas. Ignorar pode
dar a falsa impressão de que a escolha que ele está fazendo é permissível e
forçar só vai fazê-lo correr para a direção oposta. Essas duas escolhas são uma
abdicação da responsabilidade como pais; o trabalho dos pais é educar os filhos
para que tenham uma consciência cristã bem formada. Isso leva tempo, paciência,
diligência e frequentemente algum “frio na barriga” e unhas roídas...
As consciências são desenvolvidas
e formadas pela autoridade. Uma boa autoridade é muito diferente de
autoritarismo, ela significa liderança. Como pais, devemos liderar os filhos
através de nosso próprio exemplo e direcionamento. É preciso conversar muito.
Falar de todos os assuntos polêmicos em casa. Entender a visão de cada filho e
mostrar onde podem estar pensando errado, onde estão sendo manipulados pela
cultura, pela mídia, pelos amigos. Sempre fazê-los refletir sobre o que estão
falando, o que estão acreditando e repetindo.
O Catecismo da Igreja Católica
fala sobre o papel dos pais na formação da consciência no parágrafo 1784: “A
formação da consciência é tarefa para toda a vida. Desde os primeiros anos, a
criança desperta para o conhecimento e para a prática da lei interior
reconhecida pela consciência moral. Uma educação prudente ensina a virtude:
preserva ou cura do medo, do egoísmo e do orgulho, dos ressentimentos da
culpabilidade e dos movimentos de complacência, nascidos da fraqueza e das
faltas humanas. A formação da consciência garante a liberdade e gera a paz
do coração.”
Importante ressaltar que, como
pais, precisamos estudar e entender a doutrina moral católica para poder viver
e transmitir esses valores aos filhos. Atualmente temos a imensa vantagem de
ter todo esse conhecimento a nosso alcance, graças a inúmeros bons livros e
tecnologia da internet. Existem vários blogs e sites católicos que oferecem uma
enorme gama de opções de cursos, palestras, vídeos para aprofundarmos no
conhecimento da nossa doutrina, então não podemos desperdiçar essas
oportunidades.
Por fim, para termos sucesso
nessa empreitada de exercer bem a autoridade e formar a consciência de nossos
filhos para que possam fazer escolhas condizentes com sua condição de cristão e
não simplesmente decidirem baseado no medo, na pressão dos outros ou no que
está na moda, precisamos pedir muito as luzes do Espírito Santo e o cuidado
maternal de Maria Santíssima. Peçamos a Nossa Senhora, como Mãe e Educadora,
que nos ajude a educarmos nossos filhos no caminho que os conduzirão ao Céu.
domingo, 27 de junho de 2021
A ROUPA QUE USO NA MISSA, INTERFERE NAS GRAÇAS RECEBIDAS?
Photo by Allen Taylor on Unsplash
Lembro quando era criança que nós tínhamos a “roupa de missa”, que era normalmente um vestido muito bonito que ficávamos esperando o domingo para poder usar. Essa roupa só era usada para ir à Santa Missa ou para algum outro evento muito importante. Com o passar do tempo esse costume foi se perdendo e na minha juventude, já frequentava a missa de jeans e camiseta.
quarta-feira, 2 de junho de 2021
A SANTA MISSA: UMA MÁQUINA DO TEMPO
Nestes tempos de pandemia, onde
muitos de nós fomos privados de participar da Santa Missa e outros,
infelizmente, já se acostumaram com a “missa virtual”, gostaria de lembrar o
que realmente acontece nesse momento tão especial, de acordo com a doutrina da
Igreja.
A Santa Missa pode ser dividida
em duas grandes partes: a liturgia da palavra e a liturgia eucarística, tendo
como seu ápice a transubstanciação, quando o pão se torna corpo e o vinho se
torna o sangue de Jesus Cristo e onde somos convidados a comungarmos desse
corpo, sangue alma e divindade de Jesus, tornando-nos uma só carne com ele,
nosso divino Salvador.
Gostaria de focar nossa reflexão
sobre a liturgia eucarística. Assim que que ela começa e o sacerdote nos
convida a elevar nossos corações, tem início à chamada “comunhão dos santos”,
ou seja, a união da Igreja Militante (nós que estamos ainda aqui nesta terra),
a Igreja Padecente (as almas que estão no Purgatório) e a Igreja Triunfante (as
almas, os santos que já estão no Céu).
Quando respondemos: “o nosso
coração está em Deus”, é como se o Céu se abrisse e nós nos transportássemos
até lá, para depois nos unir aos anjos e santos para louvar a Deus, cantando ou
dizendo: Santo, santo, santo...
Logo depois, o sacerdote inicia a
oração eucarística, pedindo ao Pai, que santifique as oferendas do pão e do
vinho que estão no altar e que irão se transformar no Corpo e no Sangue de
Jesus Cristo, com a força do Espírito Santo. Nesse momento, ao ouvir a sineta, os
fiéis se ajoelham e são transportados no tempo, para o local e o momento da
Última Ceia. Apesar de nossos sentidos não perceberem, acontece essa verdadeira
“viagem no tempo” e, a partir daquele momento, o sacerdote já não é mais ele,
mas sim o próprio Jesus e todos os participantes estão realmente presentes
naquele momento sagrado.
Quando Jesus, utilizando-se da voz
do sacerdote, diz “Isto é o meu Corpo”, a hóstia se transforma realmente no
Corpo de Jesus e então já não estamos mais na Última Ceia, mas sim aos pés da
Cruz no Calvário. Nesse momento, somos testemunhas do sacrifício de amor
infinito que Jesus fez por cada um de nós, morrendo na Cruz.
Se prestarmos atenção nos gestos
do sacerdote/Jesus poderemos captar um pouco mais da beleza infinita desse
momento. Da mesma forma que Jesus, na cruz, primeiro inclinou a cabeça e
depois, entregou seu espírito, dando seu último suspiro (Jo 18,1), o sacerdote
primeiro se inclina sobre a hóstia e depois pronuncia as palavras da
consagração, sendo o suspiro do sacerdote o mesmo suspiro de Jesus,
transformando a hóstia em Corpo e o vinho em Sangue.
É importante salientar que na
cruz, o sacrifício foi consumado pelo sangue sendo separado do corpo de Cristo
fisicamente, quando o soldado usou a lança e abriu uma chaga no lado de Jesus,
de onde jorraram sangue e água. Na Santa Missa, o sacrifício é consumado pelo sangue
sendo separado do corpo de Cristo sacramentalmente, por isso são
consagrados separadamente, primeiro o corpo, depois o sangue.
O Céu, a terra e o purgatório
nesse momento estão unidos, testemunhando esse gesto de amor incomparável que
redimiu toda a humanidade. O sacrifício do Filho, ao Pai, com a presença do
Espírito Santo, a Trindade derramando torrentes de amor sobre toda a
humanidade. É um momento tão sublime, que se pudéssemos captar algo com nossos
sentidos, como alguns santos puderam, não poderíamos parar de chorar.
A liturgia segue com as orações
pelos fiéis presentes, pelos fiéis defuntos, pela Santa Igreja e seus ministros
e para que todos, possam, um dia, participar da vida eterna com todos os anjos
e santos que continuam ainda ali presentes, louvando e glorificando a
Santíssima Trindade.
Chega então o momento mais
esperado, quando cada um de nós é convidado a participarmos desse sacrifício de
amor, a nos unirmos intimamente com Jesus, tornando-nos um só corpo com Ele. É
um mistério insondável como o próprio Deus quis se unir dessa forma conosco,
suas criaturas pecadoras. Ele se deu inteiramente a nós, sem reserva, e o
melhor que podemos fazer para retribuir tamanha graça, é nos entregarmos
inteiramente a Ele.
Esse momento tão sublime deve ser
seguido de uma profunda ação de graças por parte de cada um de nós. Aproximadamente
nos próximos 15 minutos depois que comungamos, Jesus está ali fisicamente
conosco, então devemos aproveitar ao máximo essa presença, nos entregando a
ele, agradecendo por esse momento e fazendo nossos pedidos, principalmente o de
sermos filhos fiéis e amorosos.
Vejamos o que nos falam alguns
santos sobre a Santa Missa:
“Fica sabendo, ó cristão, que
mais se merece em ouvir devotamente uma só Missa do que distribuir todas as
riquezas aos pobres e a peregrinar toda a terra” S. Bernardo
“Nosso Senhor nos concede tudo
o que lhe pedimos na Santa Missa: e o que mais vale é que nos dá ainda o que
nem sequer cogitamos pedir-lhe e que, entretanto, nos é necessário” S.
Jerônimo
“Se conhecêssemos o valor do
Santo Sacrifício da Missa que zelo não teríamos em assistir a ela!” S.
Cura D´Ars
O Maravilhoso Valor da
Santa Missa
“Na hora da morte, as Missas
que houveres assistido serão a tua maior consolação. Toda Missa implora o teu
perdão junto da justiça divina. Em toda Missa, podes diminuir a pena temporal
devida aos teus pecados, e diminuí-la mais ou menos consoante o teu fervor.
Assistindo com devoção à Missa, prestas a maior das honras à santa humanidade
de Jesus Cristo. Ele compadece-se de muitas das tuas negligências e omissões.
Perdoa-te os pecados veniais não confessados, dos quais, porém, te
arrependeste. Diminui o império de Satanás sobre ti. Sufraga as almas do
purgatório da melhor maneira possível. A missa preserva-te de muitos perigos e
desgraças que te abateriam. Toda Missa diminui o teu purgatório. Toda Missa
alcança-te um grau de glória maior no céu. Na Missa, recebes a bênção do
sacerdote, a qual Nosso Senhor ratifica no céu. És abençoado em teus negócios e
interesses pessoais. (livro As 15 Orações de Santa Brigida)
Depois de refletir sobre o valor da
Santa Missa, que compromisso mais importante do que esse você pode ter no seu
dia? Vamos nos esforçar para participarmos o mais frequente possível da Santa
Missa, lembrando que a chamada “missa virtual” não se equipara à missa
presencial, sendo apenas um momento de oração e não tendo o poder de nos transportar
ao Calvário, como acontece quando estamos fisicamente presentes junto ao
sacerdote.
terça-feira, 11 de maio de 2021
A NOITE ESCURA DO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA
O livro “Conchita´s Spiritual Journey” do Pe. Ignacio Navarro
narra os estágios da vida espiritual da beata Concepción Cabrera de Armida,
conhecida como “Conchita”, uma esposa e mãe de 09 filhos, mística e fundadora
de várias famílias religiosas, que tinha revelações privadas de Jesus Cristo
através de locuções interiores, ou seja, não eram estritamente visões de Jesus,
mas ela “ouvia” Jesus falar interiormente a seu coração. Mesmo tendo sido beatificada em 04 de maio de
2019, nenhum católico é obrigado a acreditar nessas revelações, porém a Igreja
atesta que não há nenhum erro teológico nas mesmas.
O livro possui vários relatos dessas “conversas” que ela
tinha com Jesus e podemos perceber como Jesus a vai preparando para todas as
graças que Ele lhe concede para cumprir sua missão aqui na terra. De todas
essas experiências extraordinárias narradas no livro, a que mais me chamou
atenção foi quando Jesus lhe revela sobre o martírio do coração de Maria
Santíssima.
O sofrimento de Maria foi permitido por Deus não para purificá-la,
ao contrário do sofrimento de todos os outros seres humanos, mas para pedir
perdão e expiar os pecados dos outros, foi para a purificação de seus filhos. O
coração de Maria ganhou essas graças após a Ascenção de Jesus, quando sofreu o
martírio de se sentir sozinha e desamparada.
Essa profunda solidão não era em relação aos seres humanos ou
à falta da presença física de Jesus, pois como ela é uma criatura perfeita e
tem uma enorme fé viva, ela era consolada pela presença real de Jesus na
Eucaristia.
O que ela experimentou foi o que S. João da Cruz chama de
“noite escura”, um profundo abandono espiritual, o divino abandono da Trindade,
que se escondeu dela. Esse abismo infinito de amor foi sua grande provação.
Maria sofreu mais que todas as almas porque ela sofreu um
reflexo do abandono de Jesus na cruz e isso não há nenhuma comparação na
linguagem humana. O seu martírio foi de amor e o desamparo que a envolveu por
tantos anos foi um ato de amor de Deus Pai que queria derramar os tesouros e o
mar de suas graças nas almas através desse sofrimento de nossa Mãe do Céu.
Durante a vida de Jesus, apesar de Maria saber e refletir a
dor interna dele nela, o amor filial de Jesus velava essa dor para que ela
sofresse menos. Mas depois da Ascenção, esses martírios a feriram com toda sua
intensidade e amargura, derramando de sua alma pura para o bem de seus filhos
até o fim do mundo.
Quanto a humanidade deve a Maria Santíssima! E como essas
amargas dores não são conhecidas, honradas ou apreciadas! Nesse ano em que
celebraremos a solenidade da Ascenção de Jesus ao Céu no dia de Nossa Senhora
de Fátima, vamos recordar esse martírio do Imaculado Coração de Maria e, com
nossas orações e mortificações, consolar um pouco nossa querida Mãe e Rainha
que tanto sofreu por nós.
quinta-feira, 8 de abril de 2021
JESUS CAMINHAVA COM ELES, MAS NÃO O RECONHECERAM
"Nesse mesmo dia, dois discípulos caminhavam para uma
aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. Iam falando um
com o outro de tudo o que se tinha passado. Enquanto iam conversando e
discorrendo entre si, o mesmo Jesus aproximou-se deles e caminhava com eles. Mas
os olhos estavam-lhes como que vendados e não o reconheceram." (Lc 24, 13-16)
Esse é o trecho que dá início à passagem bíblica dos discípulos
de Emaús, narrando uma das aparições de Jesus depois da ressurreição. O que eu
gostaria de destacar desse trecho foi comentado por um sacerdote numa homilia e
diz respeito justamente ao fato de os discípulos estarem discutindo e não
reconhecerem Jesus.
Isso acontece frequentemente em nossas vidas. Andamos
preocupados, são muitas tarefas para realizar, decisões para tomar, conversamos
com um e com outro e não percebemos que Jesus está ali, ao nosso lado, querendo
nos ajudar e só esperando uma oportunidade para falar conosco, para mostrar sua
presença.
Mas como podemos reconhecer a presença de Jesus em nossa vida
cotidiana? O primeiro passo é a busca frequente dos sacramentos da Confissão e
da Eucaristia. A Igreja nos ensina que Jesus está presente realmente, com seu
corpo, sangue, alma e divindade na Sagrada Eucaristia e, quando comungamos, ele
se torna uma só carne conosco. Se permitirmos e se pedirmos, ele aos poucos vai
transformando nossa vida a partir de dentro do nosso coração. Para quem ainda
tem alguma dúvida da presença real de Jesus na Eucaristia, eu sugiro que pesquisem
sobre os vários milagres eucarísticos acontecidos ao longo dos séculos, em
especial o milagre eucarístico de Lanciano, na Itália, onde, por misericórdia e
para aumentar a nossa fé, Jesus mostrou que ali, na hóstia consagrada, estão
presentes carne e sangue humanos. Um site interessante sobre esse tema foi
elaborado pelo Beato Carlo Acutis e aqui está o link.
A Confissão é outro sacramento onde nos encontramos
diretamente com Jesus, que está ali, “disfarçado” de sacerdote e deseja perdoar
nossos pecados, lavar a nossa culpa e nos deixar mais leves para seguir nosso
caminho rumo ao Céu. Assim, a Confissão e a Eucaristia são os primeiros locais
onde podemos nos encontrar frequentemente com Jesus e pedir sua graça para nos
orientar em nossas decisões do dia a dia.
Além dos sacramentos, devemos procurar Jesus em nossa vida
diária, através do exercício da meditação, que nos ajuda a perceber onde e como
ele se comunica conosco em nosso dia a dia. Ao percebemos o quanto Deus se
esforça para se fazer presente na nossa vida, o quanto ele cuida, com muito
amor de cada um de nós, nosso amor por ele cresce e dá frutos. Assim, o
objetivo da meditação não é conhecer mais, mas AMAR mais.
Deus está sempre tentando se comunicar conosco, mas muitas
vezes não conseguimos escutar a sua voz. Ele nos fala através dos
acontecimentos, não só na nossa própria vida, mas todos os acontecimentos da
história, no mundo inteiro. Ele deseja que sejamos seus cooperadores livres
para construir a história conosco. Devemos buscar interpretar esses sinais
através dos quais Deus nos fala. Guiados pela luz da fé, devemos tentar entendê-los,
aprendendo a distinguir sua voz.
Assim, precisamos nos conscientizar da importância de fazer
nossa meditação diária, esse momento de encontro com o Deus da minha vida. Para
começar, pode ser apenas 15 minutos, onde nos conectamos com Deus através da
oração, pedindo ao Espírito Santo e ao nosso anjo da guarda que nos ajude a ver
e entender o que Deus quer falar conosco naquele dia. Escolhemos um acontecimento
daquele dia ou do dia anterior e nos perguntamos: o que Deus quis falar para
mim com esse acontecimento? O que eu digo a mim mesmo? O que respondo a Deus?
Essa atitude simples pode transformar a sua vida. Você pode
anotar em um caderno as respostas diárias a essas perguntas simples e, depois
de um tempo, ler novamente para agradecer todas as maravilhas que Deus opera em
sua vida e que estavam passando desapercebidas. E, como um “bônus”, verá que
tomar decisões no mundo material ficará muito mais fácil depois de ter um
relacionamento mais íntimo com o mundo sobrenatural.
Viver dessa forma, consciente da presença amorosa e atuante
de Jesus em nossas vidas, nos transformará em pessoas mais pacientes, mais
amorosas, mais atentas às necessidades dos outros, pois Jesus também está
presente no meu irmão. “Todas as vezes que fizestes isso a um destes mais
pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!” (Mt 25,40)
Peçamos a Jesus que caminhe sempre conosco e que possamos sentir
sua ação em nossa história.
sábado, 6 de março de 2021
QUER SE FORTALECER? PEÇA A DEUS SOFRIMENTO!
Calma. Respira. Não é masoquismo. Deus não deseja que ninguém
sofra. Ele é amor infinito! Porém...o sofrimento é necessário para o nosso
crescimento e amadurecimento. Nenhum pai, nenhuma mãe gostam de ver se
filho sofrer, mas sabem, por exemplo, que é necessário ele tomar uma injeção de
antibiótico, muito dolorida, para conseguir curar uma infecção na garganta.
Esse sofrimento do filho é necessário para seu próprio bem, para salvar a sua
vida.
Essa é a maneira que Deus age em nossa vida. Ele sempre tem o
nosso bem maior em sua mente: a salvação da nossa alma para que um dia possamos
ser eternamente felizes no Céu junto a ele. Para que isso seja possível, e sempre
respeitando a nossa liberdade, permite certas dores e sofrimentos, sempre
nos chamando para olhar mais para o alto, para nos elevarmos até ele e assim,
conseguirmos superar tudo o que nos aflige.
Essa verdade já foi bem mais clara para os seres humanos. Até
algumas gerações passadas, não era comum ver as pessoas reclamando dos
sofrimentos inevitáveis da vida. Diante das maiores catástrofes, normalmente se
ouvia: “É vontade de Deus...”; “Deus permitiu...” E as pessoas enxugavam as
lágrimas e seguiam em frente. Era muito mais comum do que hoje, ver nas pessoas
a resignação de Jó: "O Senhor deu, o Senhor tirou: bendito seja o nome
do Senhor!" (Jó 1,21)
Todavia, talvez até pela própria evolução tecnológica e as
facilidades que temos hoje em dia, as pessoas ficaram mais fracas
emocionalmente e mais suscetíveis, não suportam a mínima contrariedade. Quanto
menos esforço a pessoa precisa fazer para conseguir alguma coisa, mais fraca
ela se torna e menos apta a enfrentar as adversidades. Outro fator que
contribui é a mentalidade de viver buscando o prazer e fugindo da dor. Essa
mentalidade é própria dos animais, seres irracionais, que não conseguem viver
de outra forma. São programados por seus instintos e só tem a capacidade de
obedecer cegamente a eles.
Os seres humanos, por serem dotados de razão, tem a
capacidade de escolher se devem ou não seguir os impulsos de seu corpo e por
isso são muito superiores aos animais. Um cachorro, quando vê uma cadela no
cio, não pode ter outra atitude além de procurar copulá-la. Agora um homem ou
uma mulher, por mais desejo que sintam, tem a capacidade de dizer não a uma
relação sexual. O grande problema do nosso tempo é que os homens estão vivendo
cada vez mais como animais e renunciando à sua capacidade de raciocinar e
escolher o bem e não só o bom.
E qual é a melhor forma para superar essa mentalidade
hedonista e efetivamente se tornar uma pessoa forte? Sofrer! Não de uma forma
masoquista que tem prazer na dor, mas de uma forma eminentemente humana, que
sabe que precisa dominar os impulsos desregrados de sua natureza e isso só é
possível através do sofrimento, da renúncia equilibrada desses próprios prazeres.
Essa é uma sabedoria que vem desde a Grécia antiga, mas que ultimamente está
muito fora de moda.
Você pode começar renunciando a pequenos prazeres, como acordar
assim que toca o despertador e não esperar nem mais um minuto na cama, ou tomar
água ao invés de suco na hora do almoço ou ainda deixar a temperatura do banho
um pouco mais fria do que você gostaria... São inúmeras possibilidades que
temos todos os dias de fortalecer nossa vontade e aumentar o domínio sobre o
nosso próprio corpo.
Um segundo passo mais profundo e que exige uma total
confiança na bondade e misericórdia de Deus e no seu amor infinito por cada um
de nós é efetivamente pedir a Deus que lhe envie sofrimento. Mas não é qualquer
tipo de sofrimento. É o sofrimento que Ele previu, desde toda a eternidade,
para você, para que você possa se libertar do seu egoísmo e possa amar a cada
dia mais e melhor.
Pe. José Kentenich, fundador do Movimento Apostólico de
Schoenstatt, reza: “Pai, eu te peço toda cruz e sofrimento que preparastes
para mim... porque teu amor sempre vela por mim” (RC 393 e 400). Só é
possível essa atitude que ele chama de Inscriptio (inscrever o meu
coração no coração de Deus) quando temos a certeza de que Deus é Pai, que ele é
meu Pai, que ele me ama e jamais enviaria qualquer tipo de sofrimento que não
fosse para o meu próprio bem.
E o mais incrível é que quando conseguimos chegar nesse nível
de confiança filial, nossa vida fica bem mais leve, vivemos em paz, mesmo em
meio às maiores tormentas. Ficamos mais fortes e preparados para enfrentarmos
os desafios da vida. Claro que com as nossas próprias forças, essa confiança é
impossível. Precisamos insistentemente pedir essa graça e também fazer a nossa
parte, com renúncias constantes aos pequenos prazeres lícitos de nossa vida.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021
A DIVISÃO TRAZ DESTRUIÇÃO!
Nos últimos tempos, para qualquer lado que olharmos, podemos
observar uma divisão: direita x esquerda, liberal x conservador, socialismo x
capitalismo, veganos x carnívoros, a favor da vacina x contrários a vacina e
por aí vai... a lista é imensa. Experimentamos essa animosidade oriunda da
polaridade em nossas famílias, no trabalho, na escola e até dentro da própria
Igreja. “Todo reino dividido contra si mesmo será destruído. Toda cidade,
toda casa dividida contra si mesma não pode subsistir." (Mt 12,25) A
divisão traz a destruição, já nos avisa Jesus. O próprio significado da palavra
diabo é divisor, aquele que traz a divisão e a discórdia.
Um dos grandes problemas dessa polaridade é que as pessoas
simplesmente não sabem mais conversar, expor seu ponto de vista, sem se sentirem
pessoalmente atingidas caso o outro discorde do que ela está falando, contrarie
suas ideias. Essa é uma atitude que demonstra uma grande imaturidade, pois o
fato de eu discordar da sua opinião não significa que estou agredindo você, ou
que não goste de você. E quando você leva a discussão para o lado pessoal,
afloram as emoções e toda racionalidade vai embora. Começam, então, realmente
as agressões verbais (e as vezes até físicas!) e quebra-se totalmente qualquer
vínculo existente, cada um vai para um lado, machucado, ferido. Ninguém ganha.
Só há perdedores.
É importante dizer também que a atitude de evitar o conflito
com o discurso de que “cada um tem a sua opinião e que todas são válidas”
também não é correta. A verdade existe e ela é uma só. Não há possibilidade de
todos os lados estarem corretos. Para quem busca com sinceridade de coração, a
verdade é possível de se achar. A verdade quer se revelar e quer ser acessível
a todos.
A atitude que devemos ter frente ao outro que discorda do
nosso ponto de vista é, em primeiro lugar, o respeito. Se o outro pensa
diferente, certamente tem seus motivos, então, é preciso ter paciência e disponibilidade
para ouvi-lo, sem preconceito, sem “levantar a guarda”, tentando se
colocar no lugar dele e enxergar as coisas da forma que ele enxerga. Lembrar
que o que ele está falando é apenas a opinião dele, o modo dele ver a situação,
mas não representa o que ele verdadeiramente é: uma alma querida e amada por
Deus que foi colocada em seu caminho para que, quem sabe, você possa ajudá-la em
sua peregrinação rumo ao Céu.
O segundo passo é usar a razão, a inteligência. Expor os seus
argumentos de forma clara e sem ofensas. Peça ao Espírito Santo que o ajude a
falar de uma forma que o outro entenda, sem a intenção de mostrar
superioridade, mas com o único objetivo de alcançar a verdade. Caso você não
tenha certeza dos motivos que levam você a possuir determinado ponto de vista,
não tenha vergonha de falar que vai procurar estudar mais, tentar entender os
fundamentos, para então voltar a conversar sobre o assunto. Mais uma opção é
convidar o outro para buscarem a verdade juntos.
Outro aspecto fundamental é ter a abertura e a humildade de
saber que você é quem pode estar errado, por isso é muito importante ouvir o
outro com o coração aberto, tentando analisar se por acaso ele pode ter razão
no que fala. Não tem problema nenhum mudar de opinião se você enxergou que a
verdade está do outro lado! Essa atitude demonstra maturidade e a boa vontade
de buscar o bem. “Conhecereis a verdade e a verdade
vos libertará!” (Jo
8,32)
Busquemos, assim, a unidade e não a divisão. Em qualquer
conversa que haja indícios de discórdia, procure primeiro o ponto comum, onde
todos estão de acordo. Esse ponto pode ser o bem do país, a saúde, a
prosperidade, a felicidade. Todo tema tem um aspecto que os dois lados
concordam. E conversem a partir daí, reconhecendo que ambos buscam a mesma
coisa, só que de pontos de vista diferentes. Se por acaso os ânimos se exaltarem,
encerre o assunto e deixe a conversa para outro dia. Sem ganhadores ou
perdedores. A divisão traz destruição!
Imagem de <a
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por <a
href="https://pixabay.com/pt/?utm_source=link-attribution&utm_medium=referral&utm_campaign=image&utm_content=1991215">Pixabay</a>
terça-feira, 12 de janeiro de 2021
NÃO SE DEIXE ESCRAVIZAR!
photo credit: JobsForFelonsHub <a href="http://www.flickr.com/photos/144110575@N07/27144250713">Female in handcuffs</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/">(license)</a>