O tapete persa é considerado um dos mais belos do mundo e é confeccionado desde 500 anos antes de Cristo. Há uma história sobre esses tapetes que diz que o artesão sempre deixa um ponto feito de maneira errada, o chamado “ponto persa”, para lembrar que perfeito, só Deus.
Achei muito interessante essa
história, pois é uma forma de exercitar nossa humildade. O artesão, mesmo
propositadamente, não deixa seu trabalho perfeito, para não ficar orgulhoso. Essa
lição devemos ter em mente especialmente em nossa luta contra nossos pecados,
defeitos e imperfeições, já que, enquanto vivemos nesse mundo, sempre poderemos
falhar.
Reconhecer nossa impoerfeição
Como é difícil reconhecer que caímos no mesmo erro, aquele que já caímos tantas vezes e nos arrependemos outras tantas! Podemos ter a tentação do desespero, de achar que é impossível melhorar, ser santo... Mas não é isso que Deus Pai espera de nós. São Paulo pediu inúmeras vezes a Deus que lhe tirasse um “espinho da carne”, e qual foi a resposta do Pai? “Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força”. (2Cor 12,9)
Ele deseja especialmente a nossa
confiança em sua infinita misericórdia e principalmente que peçamos
humildemente a sua ajuda. São Paulo continua nos ensinando: “Eis por que
sinto alegria nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições,
no profundo desgosto sofrido por amor de Cristo. Porque, quando me sinto fraco,
então é que sou forte”. (2 Cor 12,10)
É em nossa fraqueza, em nossa
pequenez, que Deus pode revelar suas maravilhas. Quando nos entregamos, como
uma criança, nos braços do Pai, sabendo que sem ele nada somos, aí então Ele se
derrete de amor por nós e realiza em nós o milagre da nossa santificação.
Claro que precisamos fazer a
nossa parte, nos esforçar a cada dia por vencer em nós as fraquezas e
limitações, de preferência de um modo bem concreto, escolhendo uma mortificação
ou penitência para vencer aquilo que sabemos não agrada ao Pai. Mas
principalmente precisamos pedir ao Pai que nos ajude nessa luta. Pedir com
humildade e com insistência.
O que podemos aprender das escrituras?
A parábola da viúva e do juiz
injusto nos ensina que devemos pedir sempre, insistentemente, para que Deus nos
ajude em todas as nossas necessidades. “Por acaso não fará Deus justiça aos
seus escolhidos, que estão clamando por ele dia e noite? Porventura tardará em
socorrê-los?” (Lc 18,7). Jesus insiste
na necessidade de pedirmos: “Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e
vos será aberto. Porque todo aquele que pede, recebe. Quem busca, acha. A quem
bate, se abrirá.” (Mt 7,7-8) E ainda: “Tudo o que pedirdes com fé na
oração, vós o alcançareis” (Mt 21,22)
Assim, vamos seguir confiantes
nesse caminho que nos leva ao Céu. Lutando e pedindo, sem desânimo, mas com
confiança. Se ainda não conseguimos avançar muito, ou se escorregamos e
acabamos voltando aonde começamos, isso não importa. O fundamental é recomeçar
sempre. Com humildade e perseverança. O Pai é o maior interessado em nossa
santificação, então não precisamos nos preocupar. Tudo concorre para o bem
dos que amam a Deus! (Rm 8,28)