O amor verdadeiro é de
uma beleza indescritível. Supera todo sofrimento e é capaz de realizar os
anseios mais profundos de nossa alma. Mas será que conhecemos esse amor? Já o
experimentamos? É possível vive-lo em nossa sociedade tão individualista e
utilitarista?
SIM É POSSÍVEL! E mais,
todos nós devemos experimentar e viver a beleza do verdadeiro amor humano, pois
para isso somos chamados! Além disso, precisamos proclamar a todos essa beleza,
esse tesouro que está à disposição de quem quiser e estiver disposto a lutar
por ele.
Gostaria de salientar
hoje as quatro características do amor conjugal, segundo exposto tão sabiamente
pelo nosso querido S. João Paulo II, em sua Teologia do Corpo. Ele revela que o
verdadeiro amor é livre, fiel, total e fecundo. Faltando uma dessas
características, pode ser outro sentimento, mas não é amor.
O amor livre significa que a pessoa só pode
amar se livremente escolheu amar. O amor não pode ser imposto, não pode ser
exigido. Não pode ser condicional também: eu amo se você me amar, ou eu amo se
você fizer isso ou aquilo.
O amor exige a fidelidade, a entrega a uma só pessoa
por toda a vida. Não é moralismo, nem machismo (já ouvi dizer que a fidelidade
foi “inventada” pelos homens para garantir que saberiam quem eram seus
filhos!!), é até uma questão de lógica. Conhecer uma pessoa leva tempo, saber
como torna-la feliz também. Exige dedicação e muita energia. Como amar uma
pessoa, querer se entregar a ela, mas ao mesmo tempo buscar também outra
pessoa? A fidelidade está no profundo de nosso ser: ninguém deseja ser apenas
mais um na vida do outro. Queremos ser os únicos.
O amor deve ser total, completo. Se não nos entregamos
por inteiro, com tudo o que somos e temos, não estamos amando. Não dá pra
falar: eu te amo só com o meu corpo, minha mente é só minha, não te pertence. Ou
eu vou te amar só por dois anos, três meses e cinco dias. Soa até ridículo! Ou
ainda posso te dar meu afeto, mas não estou disposto a compartilhar meus bens,
minhas ideias, meu futuro.
Claro que a
individualidade permanece, quando eu amo, continuo sendo eu mesmo, mas estou
disposto a entregar todo o meu ser para a pessoa amada, para o seu bem, para a
sua felicidade. Estou disposto a ser uma pessoa melhor, a buscar corrigir os
meus erros, tudo para o bem do outro.
E por fim, o verdadeiro
amor é fecundo, gera vida. O amor deseja
se multiplicar. Ele é muito poderoso e muito grande para permanecer apenas
entre duas pessoas. Isso é tão maravilhoso que um novo ser humano é gerado a
partir de um ato concreto de amor. A forma que somos chamados a existência é
através da celebração do amor de nossos pais!
Se isso que acabei de
dizer faz sentido para você, se você concorda que para ser amor é necessário
que seja livre, fiel, total e fecundo, então procure colocar isso na prática!
Se isso faz sentido, então não é possível aceitar um aborto, que seria matar o
fruto do próprio amor! A contracepção também não pode ser aceita, pois estou
dando ao outro tudo menos a minha
fertilidade. As relações sexuais pré-matrimoniais também não representam o
verdadeiro amor, porque um casal nessas situações ainda não prometeram a
fidelidade para toda a vida e provavelmente também usam métodos contraceptivos
para impedirem que seu amor seja fecundo.
E toda vez que agimos
contra essas características do verdadeiro amor, acabamos por matar o amor...
Infelizmente é isso que presenciamos todos os dias em nossa sociedade. Precisamos
propagar essa verdade para todos os lados, para não sermos enganados pela
cultura do prazer que nos envolve e também para ajudar as outras pessoas a
identificarem seu sentimentos e a lutar por um amor verdadeiro.