No mês de junho
celebramos tradicionais as festas juninas, que tem origem na comemoração das
festas de Santo Antônio (dia 13), São João Batista (dia 24) e São Pedro (dia
29). Mas qual é a razão da Igreja Católica fazer memória dos santos?
Jesus, no Sermão da
Montanha, nos exorta: “Portanto, sejam
perfeitos como é perfeito o Pai de vocês que está no céu.” (Mt 5,48) E São
Pedro enfatiza: “Assim como é santo o
Deus que os chamou, também vocês tornem-se santos em todo o comportamento,
porque a Escritura diz: ‘sejam santos, porque eu sou santo’.” (1 Ped
1,15-16). Desta forma, todos nós somos
chamados à santidade, essa é nossa real vocação.
Buscar a santidade
significa nos esforçar para viver aqui na terra o ideal para o qual o Pai nos
criou, buscando em tudo, realizar a sua vontade, mesmo que isso exija grandes
sacrifícios. As exigências de nossa Aliança de Amor nos mantém nesse caminho
seguro à santidade: zelosa vida de oração, fiel e fidelíssimo cumprimento do
dever, elevar ao máximo as exigências a respeito de si mesmo, tomar a sério os
propósitos, contribuições ao Capital de Graças e a própria santificação.
Como Deus de amor, o
Pai não nos deixa sozinhos nesse árduo caminho. Ele nos deu Maria, nossa Mãe e
Rainha, para nos guiar e educar. E também nos mostra o exemplo de tantos irmãos
que tiveram os mesmos defeitos que temos, mas oraram com humildade e com muito
esforço conseguiram se livrar deles e hoje gozam das alegrias do Céu e
intercedem por nós. Por isso a Igreja, como Mestra e Mãe, faz questão de honrar
a memória dessas pessoas, os nossos santos canonizados, para nos dar ânimo
nessa caminhada rumo ao Céu.
Os santos são pessoas
que responderam generosamente esse convite a colocar Deus no centro de suas
vidas e são exemplos para cada um de nós, mostrando que é possível sim trilhar
esse caminho. A Igreja Católica é tão rica em exemplos de santidade que temos
santos de todos os tipos, de todas as origens, profissões, classes sociais, que
se santificaram ainda no ventre materno, como é o caso de São João Batista e de
outros, que como Santo Agostinho só se converteram na maturidade e clamava a
Jesus: “Tarde te amei...”
Dependendo das
dificuldades que superaram ou das graças extraordinárias que receberam aqui na
terra, cada santo é conhecido por prestar auxílio em situações específicas. Sua
missão não acabou quando partiram aqui da terra, mas continuam a realiza-la no
Paraíso. Como disse Santa Teresinha do Menino Jesus: “Passarei meu Céu fazendo o bem!”
Santo Antônio é
conhecido como “santo casamenteiro” porque enquanto vivia, na época em que a
mulher só conseguia se casar se possuísse algum dote, ajudava a moças humildes
a conseguirem esse dote e um enxoval para poderem se casar. Há relatos de
várias mulheres que conseguiram se casar por intercessão desse santo.
São João Batista é o
padroeiro dos que são injustiçados por causa da fé, haja vista que morreu por
anunciar o Reino de Deus e pedir a conversão dos pecadores. São Pedro, o
primeiro Papa, é o padroeiro dos pescadores (pois era sua profissão antes de
seguir Jesus) e das viúvas e viúvos (porque no Evangelho fala de sua sogra, mas
não de sua esposa, o que supõe que ele era viúvo). Além disso, ele é
representado com chaves na mão, as “chaves do Reino dos Céus”, que Jesus lhe confiou
(Mt 16,19).
É importante ressaltar
que podemos e devemos pedir a intercessão dos santos, mas jamais fazer “simpatias” ou seguir superstições. Essas práticas vão
contra o Primeiro Mandamento, que é “Amar a Deus sobre todas as coisas”, pois
estamos colocando nossa fé e nossa esperança em outra coisa, e não em Deus.
Além disso, essas simpatias não passam de pura enganação. Elas agem como uma
tentação de “obrigar” o santo a cumprir nossa vontade, nos colocando acima da
vontade de Deus para a nossa vida.
O Catecismo da Igreja
Católica nos ensina: “A superstição é um
desvio do culto que rendemos ao verdadeiro Deus. Ela se mostra particularmente
na idolatria, assim como nas diferentes formas de adivinhação e de magia”.
Portanto é recomendado que se busque o Sacramento da Confissão, caso tenha
caído nessa falta, mesmo que não houvesse consciência plena de que estava
fazendo errado.
Assim, vamos aproveitar
essa época de festas juninas e intensificar nossa oração aos santos que
celebramos, resgatando o verdadeiro significado dessas comemorações. Uma dica é
procurar conhecer mais a fundo a vida dos santos, não só os “juninos”, e
procurar seguir seus exemplos. Para as crianças, uma boa opção é a cada dia
contar a história de um santo na hora de dormir e criar desde cedo o hábito de
pedir a intercessão dos nossos amigos do Céu.
photo credit: irene nobrega <a href="http://www.flickr.com/photos/94708922@N00/1136555435">Decoração São João à noite</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/">(license)</a>
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