Há poucos dias celebramos o Natal,
o nascimento de Jesus, o Verbo, a Palavra que se fez carne e habitou entre nós
e veio a este mundo para nos salvar e nos dar a possibilidade de uma perfeita
comunhão com a Santíssima Trindade no Céu. S. João identifica Jesus também como
a luz: “A luz verdadeira, aquela que ilumina todo homem, estava chegando ao
mundo” (Jo 1,9) “Essa luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram
apagá-la” (Jo 1,5).
Depois de criar o céu e a terra,
que estava sem forma e vazia, Deus disse: “Faça-se a luz! E a luz começou a
existir” (Gn 1,3). A luz envolve tudo o que conhecemos e só podemos
enxergar e perceber as coisas por causa da luz. Onde não há luz, existe o
domínio das trevas e sem luz ficamos desorientados, perdidos.
Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo.
Quem me segue não andará nas trevas, mas possuirá a luz da vida” (Jo 8,12).
Da mesma forma que precisamos da luz para enxergar a realidade do nosso mundo
material, precisamos mais ainda de Jesus, como nossa luz, para enxergar a
realidade do mundo sobrenatural e da vida que jamais acabará. Sem Jesus, somos
como cegos que andam nas trevas e tem muita dificuldade para entender onde
estão e para onde devem ir.
Viver por Cristo, com Cristo e em
Cristo é a única maneira de ter uma vida plena, com segurança de saber para
onde vai e porque está nesse caminho. Jesus é o nosso guia seguro em meio às
trevas do medo, das incertezas desse mundo que foi ferido pelo pecado. Precisamos
permitir que Jesus envolva todos os aspectos de nossa vida com sua luz divina. Encontrar
com Jesus não deve ser apenas um compromisso semanal na santa missa ou por
alguns minutos durante aquela oração feita às pressas, meio automática.
Jesus precisa ser o centro de
nossa vida. Toda a nossa realidade deve ser percebida através da luz de Cristo.
Precisamos implorar a ajuda do Espírito Santo para que possamos conhecer as
coisas através da luz natural da razão, usando nossa inteligência, e através da
luz sobrenatural da graça, que deve estimular nossa vontade para que consigamos
agir conforme a verdade que enxergamos por essa luz.
Além de lutar para conseguirmos
viver nessa luz, pois é a única forma de sermos realmente felizes nessa vida e
conquistar um lugar no Céu depois que morrermos, temos a importante missão de
ser uma pequena luz para os outros. No dia do nosso Batismo, nossos padrinhos
receberam uma vela acesa simbolizando a Luz de Cristo, que todo batizado deve
carregar enquanto caminha nesse mundo. Assim, precisamos levar essa luz para
todos aqueles que se encontram conosco no caminho da vida.
Ser luz para o mundo, para aqueles
que amamos, mas também para quem nos prejudica ou nos quer fazer mal, ou
aqueles que não nos são simpáticos, significa cumprir bem o nosso dever, fazer
o ordinário extraordinariamente bem, viver de uma maneira serena, com a
confiança de que temos um Pai amoroso, rico em misericórdia, que cuida de cada
aspecto de nossa vida, nos mínimos detalhes.
Para conseguirmos isso, precisamos
buscar uma vida de oração e contato permanente com Jesus, contando com a ajuda
sempre acessível de nosso anjo da guarda e com os cuidados maternais de Maria
Santíssima. A Santa Igreja coloca a nossa disposição os sacramentos, em
especial o da confissão e da eucaristia, para fortalecer nossa fé e iluminar
nosso apostolado. Na confissão, é o próprio Jesus que está lá, “disfarçado” de
sacerdote, para perdoar nossos pecados e nos dar as graças necessárias para
perseveramos no caminho da santidade. E na santa eucaristia, Jesus se dá a nós
como alimento, com seu corpo, sangue, alma e divindade, tornando uma só carne
conosco. Se nos entregarmos a ele nesse momento privilegiado de encontro,
certamente ele habitará em nosso coração e será realmente uma luz para a nossa
vida.
Crédito da foto: Photo by Wout Vanacker on Unsplash
Nenhum comentário:
Postar um comentário