Nas últimas semanas li
e ouvi muita coisa sobre o novo jogo, que é a “febre” do momento, chamado
Pokemon Go. Muitas pessoas criticaram o jogo, falando que era coisa do demônio.
Outros disseram que era uma forma de ter acesso a privacidade do seu lar, pois
para jogar precisava tirar fotos de dentro de casa. Surgiram várias notícias de
pessoas que haviam morrido ao se arriscar para capturar os Pokemons. Como uma
mãe católica de filhos adolescentes resolvi escrever esse post baseado na minha
experiência com o jogo.
O jogo consiste em
baixar um aplicativo no celular, que utiliza um programa de localização por
mapas para indicar onde o jogador está e onde estão os Pokemons, que são
monstrinhos que precisam ser capturados. Para capturar o jogador precisa de
deslocar realmente até o ponto onde está o bichinho. Aqui vi a primeira
vantagem do jogo: não dá para brincar sentado em frente a TV, é preciso andar
pela cidade. E pela primeira vez na vida meu filho de 14 anos pediu para sair
para andar no bairro a pé!! Dei as orientações básicas de tomar cuidado com a
rua, não ficar só olhando para o celular, pois era perigoso. E daí a segunda
surpresa: ele pediu para levar a irmã mais nova junto, daí enquanto um jogava,
o outro “vigiava”. Até pedi para repetir: ele realmente estava pedindo para
sair junto com a irmã de 11 anos??? Sim, saíram os dois muito felizes e
voltaram 30 minutos depois, cansados, mas com a “missão” cumprida.
Comecei a perguntar
mais sobre o funcionamento do jogo e descobri que um dos receios, aquele sobre
tirar fotos dos lugares, é infundado, porque não precisa ligar a câmera para
capturar os Pokemons. Eles até preferem fazer com a câmera desligada, porque é
mais fácil. Outra coisa que descobri é que os bichinhos precisam “evoluir” e
para isso o jogador precisa fazer alguns “sacrifícios”, por exemplo, andar um
determinado número de quilômetros. Mais uma grata surpresa: eis que meus filhos
estavam de livre e espontânea vontade dando voltas a pé no parque que fica
perto de casa! Voltavam sempre cansados, mas felizes.
Daí comecei a usar
todas essas questões envolvidas no jogo para evangelizar as crianças. Primeiro,
a busca por algo que não é possível ver “a olho nu”, precisa do celular para
enxergar onde está o Pokemon. Fiz a analogia com Deus, com Nossa Senhora, com
os anjos: não conseguimos vê-los a olho nu, precisamos do “aplicativo” da fé!
Devemos buscar a Deus em todos os
lugares onde estivermos. Mesmo se não conseguimos ver com nossos olhos, a
nossa fé nos mostra onde Ele está. E Deus está presente em nossas vidas,
interagindo conosco a todo momento, basta procura-lo com fé.
A parte dos Pokemons
precisarem evoluir foi uma excelente analogia para mostrar que cada um de nós
precisamos também evoluir, precisamos melhorar, precisamos buscar a nossa
santidade e o meio de conseguir isso é fazendo sacrifícios. E nessa conversa
meu filho mesmo me disse que precisava evoluir nas notas na escola! Vi que ele
tinha entendido a mensagem. Agora vez ou outra eu pergunto para ele como estão
as evoluções dos bichinhos e aproveito para perguntar o que ele fez naquele dia
para evoluir como pessoa. Está sendo uma experiência muito boa essas conversas
com ele.
Outra coisa que li a
respeito do jogo é que ele estaria ajudando a movimentar o comércio, pois os
locais que são “Pokostop” ou ginásios de batalhas ficam cheios de jogadores e
os comerciantes estão aproveitando para vender mais. Isso eu pude comprovar.
Meu filho foi ao shopping com os amigos e para poder ficar num desses lugares,
que era um café, acabou pagando caro para tomar chocolate quente. Ele jamais
faria isso se não fosse o jogo. Boa estratégia do dono do café...
Assim, mesmo os
Pokemons sendo monstros (“pocket monsters” = monstros de bolso) não vejo o mal
neles. Claro que o jogo pode se tornar um vício, e todo vício faz mal a pessoa.
Tudo é uma questão de como usar, de ter equilíbrio e principalmente colocar
limites. Aqui em casa esse jogo acabou estimulando o trabalho em equipe entre
os irmãos, a disposição para andar a pé (o que era motivo de muita reclamação
antes) e muitas conversas sobre a vida espiritual deles. Devidamente "batizado", o Pokemon Go pode ser um bom instrumento de evangelização das crianças e adolescentes, basta ser usado com discernimento e com sabedoria por parte dos pais.
photo credit: <a
href="http://www.flickr.com/photos/10426830@N08/28413422996">Pokemon
Gym at the peak of Zion Observation Point</a> via <a
href="http://photopin.com">photopin</a> <a
href="https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/">(license)</a>
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