O fim da Quaresma se
aproxima e com ele a reflexão do quanto conseguimos aproveitar esse tempo de jejum,
esmola e oração para uma aproximação maior de Deus, nosso Pai, que nos ama
infinitamente e quer passar a eternidade conosco.
É mandamento da Igreja
Católica também devemos procurar a confissão sacramental ao menos uma vez no
ano, por ocasião da Páscoa. Mas qual a razão de confessarmos? Realmente isso
ainda é necessário hoje em dia?
O pecado é uma ofensa a
Deus e uma ruptura da comunhão com ele, pois escolhemos seguir nossos desejos
muitas vezes desordenados, do que sermos fiéis aos ensinamentos de Deus, que
tem apenas um objetivo: a nossa salvação. Assim, ao buscarmos o sacramento da
confissão, arrependidos de nossos erros, nos reconciliamos com Deus e com os
irmãos, recuperando o estado de graça que recebemos em nosso Batismo.
Toda vez que cometemos
um pecado mortal precisamos buscar o quanto antes a confissão. “É pecado mortal todo pecado que tem como
objeto uma matéria grave (contra os 10 mandamentos), e que é cometido com plena
consciência e deliberadamente” (CIC 1857).
Mas também os pecados
veniais, aquelas falhas que cometemos quase que diariamente, por egoísmo e
falta de caridade, devem ser confessados. Não porque rompem nossa amizade com
Deus, mas porque seu acúmulo, com o tempo, podem levar a um pecado mortal.
E aqui vem a relação
que Santo Tomás de Aquino faz entre a confissão e nossa inteligência. Santo
Tomás é um dos grandes Doutores da Igreja e é conhecido por sua inteligência
apuradíssima e sua capacidade intelectual quase que sobre humana. Ele ensina
que quando estamos em estado de graça, enxergamos coisas que não conseguíamos
ver antes, nossa inteligência se abre.
Eu sou testemunha dessa
enorme graça que recebemos quando nos confessamos regularmente. Desde jovem
tinha o costume de confessar uma vez por mês e esse costume se manteve durante
os anos, com algumas oscilações dependendo da fase de minha vida.
Porém, há cerca de seis
meses, passei a procurar esse sacramento quinzenalmente. Percebi um enorme
crescimento em minha vida espiritual, em minha proximidade com Deus e uma
grande facilidade em entender as coisas, em dar conselhos, em enxergar por trás
dos acontecimentos a Divina Providência e ainda em escrever (que é uma parte
importante em meu apostolado). Parece que deu um “click” em minha mente e agora
vejo as coisas de outra perspectiva.
Já me perguntaram se o
que estou fazendo não seria apenas uma direção espiritual, se efetivamente
confesso a cada quinze dias. Vejo aí mais uma graça da confissão frequente: minha
consciência ficou mais sensível, mais alerta às minhas imperfeições e consigo
ver mais claramente todas as ofensas, mesmo que pequenas, que faço a Deus no
meu dia a dia.
Assim, devemos nos
confessar não porque é uma obrigação imposta pela Igreja, mas porque na
confissão recebemos inúmeras graças para vivermos uma vida mais plena e mais
feliz. É Jesus quem está ali no confessionário esperando por você, para
derramar sobre você todas essas graças, para curar as feridas do teu coração e
capacitar você para amar melhor e viver melhor. E nesse mundo tão atribulado em
que vivemos, não há nada mais necessário do que viver com equilíbrio e é
justamente isso que a confissão regular nos proporciona. Faça essa experiência!
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