As coisas puras sempre
tiveram um grande valor na sociedade: quanto mais pura a água, melhor; quanto
mais puro o ouro, maior o valor de mercado; os animais puro sangue são os mais valorizados.
A pureza, segundo o dicionário, é a condição daquilo que não tem mistura ou
impurezas, ou seja, uma coisa pura é 100% ela mesma.
E quando falamos de uma
pessoa pura, de uma alma pura? Por incrível que possa parecer, todos nós
gostaríamos de possuir um diamante puro e até faríamos muito esforço para
obtê-lo, porém, quando falamos em buscar possuir uma alma pura, quase ninguém
está disposto a se sacrificar por isso. A pureza da alma é confundida com
ingenuidade, com uma pessoa “boba”, inocente. “Coisa de criança”, que as
pessoas adultas e maduras não precisam se preocupar.
Porém, Jesus mesmo nos
ensinou: “Felizes os puros de coração,
porque verão a Deus” (Mt 5,8). A pureza é uma virtude que deveríamos lutar
muito para conseguir, pois o fruto dessa atitude é conseguir ver a Deus. Não
apenas ver Deus depois que morrermos, mas quem tem um coração puro consegue ver
o agir de Deus em sua vida enquanto está ainda aqui na Terra. Enxerga cada
acontecimento como uma saudação de amor do Pai para a sua vida e tem mais
clareza de como deve responder a tantas provas de amor. Consegue entender
melhor a ação da divina providência no cotidiano, nos acontecimentos da
história e reconhece sua presença nas pessoas com as quais encontra e convive.
A pessoa que busca a
pureza é uma pessoa que busca tirar de seu coração tudo aquilo que a impede de
ser ela mesma, ou seja, que a impede de ser aquilo que Deus sonhou que ela
fosse para realizar sua missão. É uma pessoa que luta, dia a dia, para vencer
os seus defeitos e ser uma pessoa melhor.
A pureza também está
intimamente ligada com a nossa sexualidade, pois o corpo é o instrumento da
alma, não podemos separar um do outro. Só há separação do corpo da alma, quando
morremos. Para ter um coração puro, uma alma pura, é necessário que as paixões
e instintos que fazem parte do nosso corpo, sejam devidamente ordenados e
treinados.
Precisamos treinar
nosso olhar e nosso desejo de usar o nosso corpo e o corpo do outro apenas para
um prazer egoísta e passageiro. São Paulo nos ensina: “A vontade de Deus é que vivam consagrados a ele, que se afastem da
libertinagem, que cada um saiba usar o próprio corpo na santidade e no
respeito, sem deixar-se arrastar por paixões libidinosas, como os pagãos que
não conhecem a Deus. (...) Deus não nos chamou para a imoralidade, mas para a
santidade.” (1Tes 4, 3-5.7)
Vivemos num mundo
pagão, onde tudo remete ao uso desordenado de nossa sexualidade. Todos os meios
de comunicação apelam para os instintos sexuais, com a finalidade de nos tornar
mais animais e assim, mais suscetíveis à manipulação e exploração. Aquele que
não controla seus instintos, certamente será um consumidor impulsivo, gastará
mais dinheiro para ter um corpo mais “desejável”, mas ao usar e ser usado,
sentirá um grande vazio na alma que tentará preencher consumindo mais coisas. E
o ciclo está formado.
Portanto precisamos nos
libertar dessas influências negativas, tomando muito cuidado com o que deixamos
entrar em nossas casas e em nossas almas através da televisão e da internet.
Precisamos dizer um grande NÃO a toda imoralidade que tentam passar como se
fosse algo natural e bom. Precisamos lutar para trocar de canal, para fechar
aquela página da internet, para não comprar aquela revista, para usar uma forma
de linguagem mais polida, sem palavrões ou palavras chulas. Como diz Santa
Madre Teresa de Calcutá, seremos uma pequena gotinha de água pura em meio a um
oceano poluído, mas se cada um lutar para purificar a sua gotinha, um dia o
oceano também se purificará.
photo credit: streetphotos <a href="http://www.flickr.com/photos/38471468@N00/3566007126">The Ring</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.0/">(license)</a>
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