A palavra autoridade deriva do
latim auctoritas, que vem por sua vez de auctor, aquele que faz
crescer. Quem possui autoridade tem a missão de conduzir seus dirigidos para
que esses cresçam, amadureçam, sejam mais livres e aprendam, se for necessário,
a exercer a autoridade algum dia. A pessoa com autoridade também tem a missão
de proteger quem está sob os seus cuidados, tanto de eventuais ataques
externos, como de condutas da própria pessoa que possa causar algum dano a ela
própria ou aos outros.
Não é fácil exercer a autoridade
com essa visão, principalmente quando se é pai ou mãe e os filhos já estão
crescidos. Os pais precisam “treinar” desde cedo os filhos a fazerem boas
escolhas, sofrendo as consequências quando escolhem mal. Quando são crianças, o
exercício dessa autoridade é um pouco mais fácil, pois, mesmo que os filhos
“esperneiem” um pouco, no final, precisam acatar o que os pais decidem, afinal
eles são os adultos e responsáveis pela família.
A partir da adolescência a
questão fica um pouco mais complicada, porque não basta o filho obedecer, ele
precisa entender o porquê daquela determinada ordem. Se ele não entende a razão
de agir dessa ou daquela forma, assim que se tornar adulto ou quando achar que
os pais não vão descobrir, pode agir de forma totalmente diferente da que os
pais gostariam, ou entendem ser melhor.
Marge Fenelon, em seu livro
“Strenghtening your Family”, explica que, quando os filhos crescidos têm algum
tipo de dilema moral e são tentados a tomar decisões que os pais não concordam,
os pais tendem a dois extremos: ou simplesmente ignoram o que o filho quer
fazer ou partem para cima do filho tentando forçá-lo a seguir a linha de
pensamento deles. Nenhuma dessas opções são realmente efetivas. Ignorar pode
dar a falsa impressão de que a escolha que ele está fazendo é permissível e
forçar só vai fazê-lo correr para a direção oposta. Essas duas escolhas são uma
abdicação da responsabilidade como pais; o trabalho dos pais é educar os filhos
para que tenham uma consciência cristã bem formada. Isso leva tempo, paciência,
diligência e frequentemente algum “frio na barriga” e unhas roídas...
As consciências são desenvolvidas
e formadas pela autoridade. Uma boa autoridade é muito diferente de
autoritarismo, ela significa liderança. Como pais, devemos liderar os filhos
através de nosso próprio exemplo e direcionamento. É preciso conversar muito.
Falar de todos os assuntos polêmicos em casa. Entender a visão de cada filho e
mostrar onde podem estar pensando errado, onde estão sendo manipulados pela
cultura, pela mídia, pelos amigos. Sempre fazê-los refletir sobre o que estão
falando, o que estão acreditando e repetindo.
O Catecismo da Igreja Católica
fala sobre o papel dos pais na formação da consciência no parágrafo 1784: “A
formação da consciência é tarefa para toda a vida. Desde os primeiros anos, a
criança desperta para o conhecimento e para a prática da lei interior
reconhecida pela consciência moral. Uma educação prudente ensina a virtude:
preserva ou cura do medo, do egoísmo e do orgulho, dos ressentimentos da
culpabilidade e dos movimentos de complacência, nascidos da fraqueza e das
faltas humanas. A formação da consciência garante a liberdade e gera a paz
do coração.”
Importante ressaltar que, como
pais, precisamos estudar e entender a doutrina moral católica para poder viver
e transmitir esses valores aos filhos. Atualmente temos a imensa vantagem de
ter todo esse conhecimento a nosso alcance, graças a inúmeros bons livros e
tecnologia da internet. Existem vários blogs e sites católicos que oferecem uma
enorme gama de opções de cursos, palestras, vídeos para aprofundarmos no
conhecimento da nossa doutrina, então não podemos desperdiçar essas
oportunidades.
Por fim, para termos sucesso
nessa empreitada de exercer bem a autoridade e formar a consciência de nossos
filhos para que possam fazer escolhas condizentes com sua condição de cristão e
não simplesmente decidirem baseado no medo, na pressão dos outros ou no que
está na moda, precisamos pedir muito as luzes do Espírito Santo e o cuidado
maternal de Maria Santíssima. Peçamos a Nossa Senhora, como Mãe e Educadora,
que nos ajude a educarmos nossos filhos no caminho que os conduzirão ao Céu.
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