Nós, mães, somos programadas para proteger os filhos sempre.
Desde o ventre, nossa missão é fazer com que aquelas criaturinhas cresçam e se
desenvolvam saudáveis, alimentando, cuidando, educando e principalmente
protegendo de todos os perigos. Em qualquer situação de dor, desde um joelho
ralado até um coração partido, é para os braços da mãe que o filho corre. E nós
fazemos de tudo para vermos nossos filhos felizes.
Porém, chega a hora que precisamos aprender a deixar que eles
cometam erros. Como é difícil essa tarefa! Se dependesse de nós, certamente
tomaríamos todas as decisões por eles e sofreríamos as consequências por eles. Mas
é preciso permitir que eles cresçam e amadureçam; escolher errado e cometer
erros faz parte desse processo.
Aqui em casa sempre tentei ensinar os filhos a fazerem
escolhas. Desde pequenos, entendi que a melhor coisa que poderia fazer por eles
é ensiná-los a escolher. A vida é repleta de escolhas. Escolhemos a todo
momento: desde a roupa que vamos vestir, o que vamos comer até a profissão que
seguiremos ou a pessoa que decidimos passar a vida juntos. Toda escolha tem uma
consequência e enquanto eram crianças, era mais fácil mostrar a consequência e
permitir que sofressem com ela.
Agora que estão se tornando adultos, as coisas são mais
complicadas. As consequências são mais graves e podem ser irreversíveis. Como
lidar com isso? Como não interferir nas escolhas dessas pessoas que amamos mais
que tudo? O melhor exemplo que podemos seguir é de Deus Pai.
O Pai nos ama com amor infinito e nos criou para, um dia,
estar com Ele na glória do Céu. Para sermos capazes de amar, Ele nos deu a liberdade.
Ele nos deu Jesus Cristo como nosso exemplo a seguir, que mostrou o caminho que
leva ao Céu e morreu na cruz para nos salvar. Ele nos deu a Igreja, nossa Mãe e
Mestra, que nos orienta nesse caminho. Ele nos deu todos os sacramentos que
fortalecem nossa fé e nos alimentam nessa caminhada. Ele nos deu Maria
Santíssima, nossa Mãe e Educadora, para nos socorrer em todas as nossas
necessidades. Ele nos deu nosso santo anjo da guarda, poderoso protetor, que
nos acompanha desde que fomos concebidos e estará conosco até o nosso
julgamento, no dia de nossa morte.
Ele nos sustenta e nos enche de graças todos os dias, mas,
por causa de nossa liberdade, podemos escolher outro caminho. Podemos escolher
rejeitar esse amor. E o que o Pai faz? Continua nos amando, cuidando de nós e
esperando que possamos voltar ao caminho da verdadeira felicidade. Ele não
impede que soframos as consequências de nossas escolhas, inclusive a pior de
todas, a condenação ao inferno, caso morramos em estado de pecado mortal. Mas
Ele está sempre pronto a nos receber de braços abertos, como o Pai do filho
pródigo, cada vez que nos arrependemos e decidimos voltar a comunhão de amor
com Ele.
Esta é a atitude que devemos ter com nossos filhos.
Orientá-los da melhor forma possível, explicar sobre as consequências de suas
escolhas, mas deixar que eles tomem suas próprias decisões. Mesmo que isso
signifique escolher um caminho longe de Deus que possa levá-los ao inferno. E
se realmente essa for a escolha deles, o que cabe a nós é rezar muito, dobrar
nossos joelhos e implorar ao Pai de Misericórdia que toque o coração deles para
que se arrependam e voltem ao caminho da vida, da felicidade. Podemos entregá-los
nas mãos de Maria Santíssima e pedir a Ela que os eduque, que supra as nossas
falhas na educação deles e que os proteja de todo Mal.
E quando eles decidirem voltar, nossa atitude deve ser recebê-los
de braços abertos, com muita alegria, pois como disse Jesus "assim haverá
maior júbilo no céu por um só pecador que fizer penitência do que por noventa e
nove justos que não necessitam de arrependimento" (Lc 15,7)
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