Vivemos
em uma época em que envelhecer é considerado um grande mal a ser evitado.
Procedimentos estéticos de todos os tipos prometem a eterna juventude. As
roupas, modo de falar, atitude dos jovens são adotadas por pessoas de todas as
idades. Ninguém mais quer parecer idoso. Até os pronomes de tratamento “senhor”
e “senhora” são vistos de maneira negativa.
O
problema desse modo de viver é que as pessoas não querem enxergar a realidade,
as circunstâncias da vida que fazem parte de sua existência. Assim, vivem no “mundo
da imaginação” e perdem a oportunidade de efetivamente deixar sua marca na
história, principalmente na história daqueles que convivem com elas.
Cada
fase da vida tem sua beleza, seus desafios, sua importância para o
amadurecimento. O jovem tem muita disposição e vigor físico, mas sua
imaturidade e impulsividade pode atrapalhar a tomada de decisões coerentes. A
pessoa mais velha, pela experiência dos anos vividos, deveria ser o ponto de
referência, o farol para que o jovem se oriente melhor nas decisões de sua
vida. Então num mundo onde só há jovens, onde os mais velhos querem ser sempre
jovens, todos acabam ficando perdidos e sem saber por onde ir.
Outra
desvantagem dessa “eterna juventude” é que se perde a razão pela qual Deus
permitiu que a pessoa ficasse velha: aprender a se desapegar. No processo de
amadurecimento espiritual, devemos aprender a ir aos poucos nos desapegando das
coisas materiais, que são passageiras, para nos fixar no que realmente importa:
a vida eterna.
Quem
está demasiadamente apegado às coisas e às pessoas tem muita dificuldade em se
entregar a Deus, em entender a transitoriedade dessa vida terrena, de saber que
um dia vai deixar para trás esse corpo mortal e todas as coisas materiais. Quem
tem essa visão materialista da vida, pensando que a felicidade completa se tem
aqui nesse mundo, perde a oportunidade de realmente se preparar para a vida em
plenitude, que começa com a nossa morte.
E
para nos ajudar nesse difícil processo, Deus criou a velhice. Com a velhice,
nosso corpo pouco a pouco vai se deteriorando, ficando mais fraco, mais feio e
tudo isso acontece para nos lembrar que o mais importante não é a matéria, mas
a alma imortal. Seria extremamente difícil para o ser humano entender essa
dinâmica do desapego se nunca envelhecêssemos.
Uma
pessoa jovem, em pleno vigor físico, não encara a morte como uma passagem para
uma vida melhor. A morte é uma tragédia, afinal o jovem está vivendo o agora de
uma maneira exuberante. Porém, o idoso percebe melhor a vida indo embora e tem
a capacidade (ou pelo menos deveria ter) de abraçar a morte como uma amiga que
o levará aos braços do Criador.
Vamos
encarar a velhice como ela realmente é: uma grande graça! Uma oportunidade para
aprofundarmos nosso amor a Deus e às pessoas que nos cercam. Claro que não é
fácil; não é gostoso ver a vida e o vigor indo embora, mas devemos abraçar a
velhice como um processo pedagógico que o Pai usa para nos preparar para o
nosso encontro com Ele e a vida eterna.
Parabéns pela clareza em apresentar ,em poucas palavras, um conteúdo tão rico e importante para o tempo conturbado em que vivemos! Obrigada
ResponderExcluirFico feliz que tenha gostado! Obrigada por comentar.
ResponderExcluirParabéns Flavia!
ResponderExcluirExcelente matéria, muito bem escrita e com profundas reflexões . Que o Espírito Santo continue sempre te inspirando e te motivando a anunciar o Reino de Deus.
Amem! Muito obrigada
ExcluirLindo, querida. Amo vocês.
ResponderExcluirMuito obrigada, tia
ExcluirParabéns Flávia. Um texto na contra-mão do mundo moderno. Cada verdade aí enumerada é como uma rocha que as ondas e a maré nada podem senão arranhar e enterrar.
ResponderExcluirMuito obrigada por comentar!
ExcluirExcelente matéria vou repassar
ResponderExcluirQue bom! Muito obrigada
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