Normalmente, para
transmitir a fé aos filhos, os pais acentuavam particularmente o elemento
racional e volitivo, ou seja, as ideias e a vontade eram predominantes. Também
as práticas devocionais eram destacadas.
Ultimamente, ganhou
destaque também uma fé "dessacralizada", ou seja, voltada para o
social, deixando para segundo plano o vínculo pessoal com o Deus vivo.
Como podemos ver pelo
crescente "ateísmo prático" (acredita-se em Deus, mas vive-se como
pagãos), principalmente entre a juventude, esta forma de transmitir a fé não
funciona mais.
Como podemos, então,
transmitir a fé a nossos filhos e sermos bem sucedidos nessa empreitada?
A chave está na Fé
Prática na Divina Providência. Se conseguirmos descobrir o Deus de nossa vida,
nos acontecimentos diários, poderemos transmitir aos nossos filhos uma fé que
não apenas se enraizará em suas cabeças e vontade, mas penetrará em seus
corações. Então será natural para eles contar com Deus, com sua presença e
companhia.
Nossa meta deve ser a
união entre a fé e a vida. Queremos cultivar em nossos filhos uma fé que os
leve a um encontro pessoal com Cristo e que permaneça indelével em sua alma, em
meio a um mundo cada vez mais afastado e indiferente a Deus.
Como esposos, devemos
ter a consciência que Deus nos uniu e que deseja ter conosco uma história de
amor, para o nosso bem e o bem de nossos filhos. Ele tem um projeto de vida
conosco e somos chamados a descobri-lo e realiza-lo progressivamente na fé.
Assim, o primeiro passo
é mostrar aos filhos que somos uma família com história, com uma história
repleta de Deus, que estava presente em todos os acontecimentos, tanto os
alegres como os tristes.
Podemos relacionar os
acontecimentos de nossa história familiar com a história da nossa salvação, com
a vida de Jesus, em seus mistérios gozosos, luminosos, dolorosos e gloriosos.
Desta forma, a compreensão da grande história da salvação iluminará vitalmente
o sentido de sua história familiar e pessoal.
Uma forma de fazer isso
diariamente é, por exemplo, na oração da noite pedir que cada um fale como Deus
Pai atuou em sua vida naquele dia. Pode ter sido um pedido atendido, ou o
reencontro com alguém querido, ou simplesmente que a mamãe fez sua comida
favorita. Os pais também devem mostrar Deus agindo em suas próprias vidas.
Assim, pouco a pouco os filhos criarão este hábito de em tudo ver a Providência
Divina.
Outra forma é, numa
reunião familiar, mostrar que nos acontecimentos mais importantes da história
da família, Deus estava presente e atuou, sempre com amor e para o bem da
família.
Essa é a fé viva que
devemos transmitir-lhes. Então, a fé deixa de ser algo teórico: converte-se em
uma forma de vida difícil de perder.
Para
refletir:
1. Podemos destacar
alguns marcos mais importantes de nossa história familiar e descobrir a
presença de Deus neles?
2.Temos consciência que
revivemos em nossa própria história os acontecimentos da vida de Cristo? Quais
são nossos mistérios gozosos, luminosos, dolorosos e gloriosos?
3. A nossa fé é uma fé
pessoal, ou seja, um encontro pessoal com o Senhor, com Deus Pai, com Maria no
Espírito Santo?
* post baseado no livro
"Caminos de Alegría", do Pe. Rafael Fernández
* crédito da foto:
photopin.com
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