terça-feira, 12 de julho de 2016

FAMÍLIA NUMEROSA: LOUCURA OU SANTIDADE?


Minha avó Amábile disse que sempre sonhou ter 12 filhos. Ela teve 8, perdeu 2 e criou os 6 com muito amor. Depois vieram os genros e as noras, então ela dizia que completou o sonho de ter uma família numerosa.

E esse sonho não era só dela não: as mulheres de sua geração e de TODAS as gerações anteriores até o começo da humanidade sempre viram nos filhos um sinal de bênção e alegria. Uma família sem filhos experimentava uma enorme tristeza e sofrimento.

Apenas duas gerações depois da minha avó, essa sabedoria que estava enraizada no íntimo de todo ser humano praticamente desapareceu! Hoje os filhos são vistos como um “mal necessário”, como um fardo, como um poço sem fundo de despesas, como uma “doença” que precisa ser “evitada”.

Limitá-los a um mínimo (de preferência um, mas dois ainda é um número socialmente aceitável) é visto como a coisa “responsável” a se fazer. Afinal, quem tem muitos filhos é porque não tem TV em casa (!!) ou não sabe usar os milhares de contraceptivos que estão à disposição por aí.

São dois os grandes responsáveis por essa total mudança de mentalidade: as grandes fundações, como os Rockefeller e a Ford, e o feminismo. Pelos anos de 1950, essas fundações começaram a se preocupar com o crescimento populacional, concluindo que poderia haver falta de alimento, de espaço, se a população mundial continuasse crescendo. E se conseguissem diminuir a população, principalmente dos países subdesenvolvidos, evitariam muitas guerras. Para isso investiram muito dinheiro na pesquisa dos contraceptivos.

Porém, com o tempo, viram que não bastava inventar contraceptivos, pois as mulheres quando quisessem, paravam de usá-los e engravidavam. Então perceberam que precisavam mudar a mentalidade das mulheres, elas não deveriam mais QUERER ter filhos. Neste momento, o feminismo assumiu o papel de colocar na cabeça das mulheres que ser mãe era uma “escravidão” da qual precisavam se libertar. Falaram ainda que o marido era um “opressor”, que ser dona de casa e mãe era algo humilhante e que então, as mulheres precisavam se revoltar e abandonar essa visão machista do mundo.

Infelizmente eles conseguiram seu objetivo e estamos todos sofrendo suas consequências. Os países europeus e agora também os Estados Unidos estão enfrentando uma série crise demográfica: simplesmente não há mais crianças para levarem a sua cultura para frente. Os muçulmanos, que não foram contaminados por essa mentalidade ocidental, tem muitos filhos e em breve serão maioria absoluta na Europa, forçando uma mudança no estilo de vida daqueles povos.

Triste. Muito triste mesmo. E parece que ninguém está vendo isso. E o pior é que, quem está remando contra a corrente, quem está querendo mostrar ao mundo que ter muitos filhos é uma grande bênção, sofre perseguições de todos os lados, até dentro da própria família.

Todo mundo acha que tem o direito de opinar nas nossas escolhas. Quem tem uma família razoavelmente numerosa (3 ou 4 filhos) ouve todo o tipo de comentário, muitos até agressivos. Somos vistos como “aliens” e loucos, porém somos nós, as famílias que querem ter muitos filhos, que estamos tentando SALVAR O MUNDO e são os nossos filhos que irão ajudar a sustentar essas mesmas pessoas que nos criticam, quando elas ficarem idosas.

Quando estava na minha quarta gestação, tendo filhos de 5, 2 e 1 ano, olhavam para mim com espanto e diziam: “agora você vai laquear, né?” Eu respondia: “está maluco?? Eu vou me mutilar para não ter mais filhos, para não receber mais bênção??? Cirurgia serve para consertar algo que não funciona bem, para curar uma doença e não para estragar um órgão que está funcionando perfeitamente bem!!”  

Por isso este post é dedicado especialmente a você, pai e mãe de vários filhos: NÃO DESANIMEM! Não permitam que as críticas afetem as suas escolhas! São Paulo já dizia “a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana” (1Cor 1,25). Sim, somos loucos: loucos de amor por nossos filhos, pela nossa descendência e quanto mais filhos, mais amor!!

A felicidade verdadeira e duradoura só existe onde o amor superou o egoísmo. Pensar em si mesmo, procurar a própria felicidade, só causa solidão e angústia. Amar significa colocar o outro em primeiro lugar, fazer tudo pelo bem do outro. Só assim seremos verdadeiramente felizes. Desta forma, os filhos são a melhor forma de conseguirmos a felicidade, pois desde sua concepção, somos chamados a parar de pensar em nós mesmos e coloca-los em primeiro lugar, em nos sacrificarmos pelo bem deles. E eles nos levarão ao Céu!



2 comentários:

  1. Respeito a visão de vocês. Mas, a forma com que colocam isto está semelhante à ideia que condenam de ter poucos filhos. Pois, pareceu-me uma certa "ditadura" na qual todos deveriam pensar assim. Acaso há algo de errado em planejar a constituição familiar?

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  2. A ideia condenada aqui não é ter poucos filhos, mesmo porque a pessoa pode querer ter 10 e não conseguir ter nenhum. O que estamos tentando mostrar é que hoje os filhos não são vistos como um bem, como um dom, mas como algo que precisa ser evitado e limitado. Respondendo sua pergunta, dependendo do motivo e da forma com que esse planejamento familiar é feito, ele pode sim ser muito errado, porque faz mal para o casal e consequentemente para a sociedade. O amor verdadeiro exige que nos entreguemos por inteiro ao outro e entregar tudo, menos a nossa fertilidade, não é entrega total, por isso, acaba por corroer o amor e acabar com o casamento. O que falta muito hoje é essa visão do que significa amar, do que significa um matrimônio e da importância e da beleza de constituir uma família.

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