domingo, 8 de dezembro de 2019

“EU TENHO DIREITO DE SER FELIZ”



“Eu tenho direito de ser feliz!” Essa frase tem justificado muitas atitudes em nossos dias. Mas será que ela é verdadeira? Será que realmente cada um de nós tem o “direito” de ser feliz?
Possuir um direito significa que posso exigi-lo, que tenho ferramentas para obrigar que ele seja respeitado. Mas quando falamos em felicidade, como podemos exigir tal direito? Quem podemos obrigar a nos fazer felizes? A resposta é simplesmente: não podemos. E se não podemos exigir, não podemos falar em direito.

Nós nascemos para sermos felizes, mas a nossa estrutura humana, a forma que fomos criados, não foi feita para que consigamos ser felizes por nós mesmos. Precisamos do outro para realmente atingir a felicidade. É como aquela história de várias pessoas numa mesa, cada um com seu prato de sopa, mas com uma colher de 2 metros de comprimento. Se cada um tentar se alimentar sozinho, todos vão morrer de fome. Mas se um pegar a sua colher e colocar na boca do outro, todos se alimentam e ficam satisfeitos.

Da mesma forma, a nossa felicidade depende do nosso empenho em fazer o outro feliz. Nosso esforço, nossa luta deve ser para tentar proporcionar o máximo de felicidade para aqueles que convivem conosco. A felicidade do meu marido, da minha esposa, dos meus filhos, dos meus netos, dos meus pais, dos meus irmãos, dos meus avós, dos meus amigos deve ser prioridade. E o que veremos é que a nossa felicidade vem como consequência desse empenho na felicidade dos outros.

Então, por trás da frase: “Eu tenho o direito de ser feliz”, encontramos, no fundo, uma motivação egoísta, que está pensando em seu próprio bem em primeiro lugar, e o egoísmo é o contrário do amor, é aquilo que mata o amor. Quem busca a própria felicidade sem se preocupar com a felicidade de quem está ao seu redor, no final, acabará infeliz.

Obviamente é impossível agradar a todos e também é impossível ser feliz o tempo todo enquanto vivermos nesse mundo. Dificuldades, sofrimento, decepções fazem parte da vida de todos. Mas a felicidade é muito maior do que momentos de alegria e de prazer. A felicidade é a paz que temos em estar cumprindo bem o nosso papel, em estar cumprindo a missão, o ideal para o qual Deus nos criou.

Assim, a primeira pessoa que temos que nos preocupar em agradar é a Deus. Ele nos deu os Mandamentos e a doutrina moral da Igreja para nos ajudar nessa caminhada rumo ao Céu. Ele nos enviou seu próprio Filho para nos dar o modelo de amor e serviço. Ele nos alimenta e fortalece através dos sacramentos, em especial da confissão e da eucaristia. Ele é a fonte última de nossa felicidade, porque foi Ele quem nos criou para a felicidade sem fim que experimentaremos, um dia, no Céu.

Portanto, não nos deixemos iludir pela mentalidade egoísta de nossa sociedade que prega esse falso “direito” à felicidade. Isso é armadilha do inimigo, que deseja o ser humano cada vez mais egoísta, pois quanto mais egoísmo existir no mundo, menos amor haverá. E Deus é Amor. Menos amor, menos Deus...

photo credit: Gareth1953 All Right Now <a href="http://www.flickr.com/photos/40837632@N05/44073174905">Hyde Park - June 2018 - Smile For Daddy</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/">(license)</a>





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