“Eu tenho direito de ser feliz!” Essa frase tem justificado
muitas atitudes em nossos dias. Mas será que ela é verdadeira? Será que
realmente cada um de nós tem o “direito” de ser feliz?
Possuir um direito significa que posso exigi-lo, que tenho
ferramentas para obrigar que ele seja respeitado. Mas quando falamos em
felicidade, como podemos exigir tal direito? Quem podemos obrigar a nos fazer
felizes? A resposta é simplesmente: não podemos. E se não podemos exigir, não
podemos falar em direito.
Nós nascemos para sermos felizes, mas a nossa estrutura
humana, a forma que fomos criados, não foi feita para que consigamos ser
felizes por nós mesmos. Precisamos do outro para realmente atingir a felicidade.
É como aquela história de várias pessoas numa mesa, cada um com seu prato de sopa,
mas com uma colher de 2 metros de comprimento. Se cada um tentar se alimentar
sozinho, todos vão morrer de fome. Mas se um pegar a sua colher e colocar na
boca do outro, todos se alimentam e ficam satisfeitos.
Da mesma forma, a nossa felicidade depende do nosso empenho
em fazer o outro feliz. Nosso esforço, nossa luta deve ser para tentar
proporcionar o máximo de felicidade para aqueles que convivem conosco. A
felicidade do meu marido, da minha esposa, dos meus filhos, dos meus netos, dos
meus pais, dos meus irmãos, dos meus avós, dos meus amigos deve ser prioridade.
E o que veremos é que a nossa felicidade vem como consequência desse empenho na
felicidade dos outros.
Então, por trás da frase: “Eu tenho o direito de ser feliz”,
encontramos, no fundo, uma motivação egoísta, que está pensando em seu próprio
bem em primeiro lugar, e o egoísmo é o contrário do amor, é aquilo que mata o
amor. Quem busca a própria felicidade sem se preocupar com a felicidade de quem
está ao seu redor, no final, acabará infeliz.
Obviamente é impossível agradar a todos e também é impossível
ser feliz o tempo todo enquanto vivermos nesse mundo. Dificuldades, sofrimento,
decepções fazem parte da vida de todos. Mas a felicidade é muito maior do que momentos
de alegria e de prazer. A felicidade é a paz que temos em estar cumprindo bem o
nosso papel, em estar cumprindo a missão, o ideal para o qual Deus nos criou.
Assim, a primeira pessoa que temos que nos preocupar em
agradar é a Deus. Ele nos deu os Mandamentos e a doutrina moral da Igreja para
nos ajudar nessa caminhada rumo ao Céu. Ele nos enviou seu próprio Filho para
nos dar o modelo de amor e serviço. Ele nos alimenta e fortalece através dos
sacramentos, em especial da confissão e da eucaristia. Ele é a fonte última de
nossa felicidade, porque foi Ele quem nos criou para a felicidade sem fim que
experimentaremos, um dia, no Céu.
Portanto, não nos deixemos iludir pela mentalidade egoísta de
nossa sociedade que prega esse falso “direito” à felicidade. Isso é armadilha
do inimigo, que deseja o ser humano cada vez mais egoísta, pois quanto mais
egoísmo existir no mundo, menos amor haverá. E Deus é Amor. Menos amor, menos
Deus...
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