quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

O OUTRO LADO DA FERTILIZAÇÃO "IN VITRO"

Algum tempo atrás, dei meu testemunho sobre a luta contra um câncer e como lidar com o sofrimento em uma Igreja. Quando terminei, uma mulher se aproximou e pediu para conversar comigo. Depois da nossa conversa, prometi a mim mesma que iria contar essa história ao maior número de pessoas possível, para alertar sobre um aspecto sombrio da fertilização "in vitro" que não é mostrado aos casais que procuram esse tipo de "solução" para a infertilidade. É isso que faço agora.


Ela me contou que há 10 anos sofria muito por não conseguir engravidar. Depois de vários exames, os médicos disseram a ela e ao marido que seria impossível engravidarem naturalmente, então sugeriram a fertilização. A princípio, sendo católica e sabendo que a Igreja não aceitava esse procedimento, ela recusou. Porém, com o passar do tempo, a angústia aumentava e como não sabia quais eram os reais motivos pela Igreja ser contra, decidiram tentar. Aqui ela me conta seu primeiro grande arrependimento: não ter buscado entender o porquê a Igreja Católica é contra a manipulação da vida através da fertilização artificial.

No processo, "conseguiram" 6 embriões viáveis, mas ela não sabe quantos foram descartados para conseguir esse número. Resolveram implantar 3 embriões e congelar os outros três. Quando estava no quarto mês de gestação, acabou perdendo os três bebês. Foi uma dor horrível, segundo ela, pois não parava de pensar que aqueles seus filhos só estavam mortos porque ela havia insistido em "fabricá-los". Pela primeira vez eu percebi a dura realidade que para que uma fertilização desse certo, muitos bebês eram abortados. Não só aqueles que eram implantados e depois vinham a falecer, mas todos os embriões que eram descartados por serem considerados "inviáveis" pelos médicos. E no olhar daquela mãe, vi o quanto essa dor pesava em seu coração.

Ainda em meio a dor da perda, alguns meses depois, milagrosamente ela engravidou naturalmente. Quanta felicidade!! Nasceu um menino lindo e saudável. Ela finalmente havia conseguido o que tanto queria. Porém, quando seu filho completou dois anos de idade, seu marido arranjou outra pessoa e acabou se divorciando dela.

Agora, a criança já tem seis anos. Mas o grande sofrimento dessa mulher, o que lhe causa pesadelos e tira o sono, é saber que ainda possui três bebezinhos, seus próprios filhos, congelados!! Em meio a lágrimas, ela me pergunta o que fazer. Ela agora é uma mãe solteira, não tem muitas condições financeiras e se atormenta em saber que seus filhos estão sozinhos em um freezer.

Naquele momento eu rezei e pedi ao Espírito Santo que me ajudasse a orientar essa pessoa tão sofrida. Eu nunca a havia visto na vida e ela tinha me confidenciado um problema tão sério. Enfim, percebi que não tinha outra saída: disse a ela que deveria procurar um jeito de implantar esses bebês, dar a eles pelo menos a possibilidade de tentarem nascer. Falei que se estávamos ali, numa Igreja, com Jesus no Sacrário e ela havia me procurado é porque no fundo sabia o que tinha que fazer, apenas precisava de um incentivo.

Não sei o que aconteceu com ela. Nunca mais a vi. Mas sua história me marcou profundamente. Todos precisam saber que se a Igreja Católica é contra alguma coisa, é porque tem muitos motivos para isso. É porque essa coisa jamais trará felicidade. Nem tudo aquilo que posso fazer, eu devo fazer. Então, vamos procurar entender a razão das coisas e orientar o máximo de pessoas possível. Isso é um ato de caridade com o próximo. Ninguém deve tomar uma decisão sem saber todas as consequências de sua escolha. Quem quiser saber mais sobre as razões da Igreja contra as técnicas de reprodução assistida, leiam a instrução Donun Vitae, da Congregação para a Doutrina da Fé, escrita pelo então Cardeal Joseph Ratzinger. Podem acessá-la nesse link: http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_19870222_respect-for-human-life_po.html



photo credit: <a href="http://www.flickr.com/photos/74896762@N00/3167352760">amniotic sac</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.0/">(license)</a>

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