Não há nada mais importante em
nossa vida do que cuidar da salvação de nossa alma. Sabemos que tudo nessa vida
passa e que só a nossa alma é eterna, então cuidar do lugar onde passaremos a
eternidade deve ser nossa prioridade.
O Céu pode ser definido como uma
união completa com Deus, nosso Criador, que é Amor. Então, para um dia estarmos
unidos ao Amor, precisamos procurar, ainda aqui nessa vida, um pouco dessa
união. Para isso, a Igreja, nossa Mãe e que deseja que todos os seus filhos
sejam salvos, oferece todos os meios necessários para que isso seja possível.
Além dos requisitos essenciais
(ser batizado e ter fé), existem três pilares sobre os quais a nossa salvação
se sustenta: a oração, a confissão e a eucaristia. Sem eles, a união total com
o Amor na eternidade é muito difícil, ou praticamente impossível.
A oração é o diálogo pessoal com
Deus. Não é possível passar a eternidade com uma pessoa com quem nunca
conversamos, ou falamos muito pouco, ou ainda só falamos quando precisamos de
alguma coisa. Para nos unirmos a Deus, precisamos procurar conhecê-lo, ver sua
atuação em nossa vida e para isso que serve a oração. Existem muitas formas de
rezar, mas a mais propícia para esse encontro com o Deus da minha vida é a
oração meditativa.
São várias as técnicas para uma
boa meditação e a vida dos santos está repleta delas. A que sugiro aqui é uma
ensinada pelo Pe. José Kentenich, fundador do Movimento Apostólico de
Schoenstatt. Ele ensina que devemos saborear os acontecimentos da nossa vida,
tentando enxergar a mão de Deus em cada coisa que nos acontece, tanto as boas
como as que não são agradáveis.
Para isso, precisamos reservar
algum tempo do nosso dia (no mínimo 15 minutos) onde nos colocamos em um lugar
calmo, pedimos ao Espírito Santo que nos ilumine e nos ajude a encontrar com o
Pai e escolhemos um acontecimento do dia anterior para meditarmos. Em vista
desse fato, fazemos três perguntas: 1) O que Deus quer me dizer com isso? 2) o
que eu digo a mim mesmo? 3) O que respondo a Deus?
A resposta a essas perguntas nos
ajuda a enxergar a divina providência em nossa vida. O objetivo principal da
meditação é conhecer para amar. Se conseguimos ver Deus por trás desses
acontecimentos, vemos como Ele cuida de nós com amor infinito e assim,
conseguimos também responder a esse amor. Só ama quem se sente primeiro amado.
E Deus nos amou primeiro!
Outro pilar para a nossa salvação
é o sacramento da confissão. O pecado nos afasta de Deus, pois escolhemos a
satisfação de um desejo que nos faz mal, ao invés de permanecermos fiéis aos
ensinamentos de nosso Pai. Assim, a confissão nos reconcilia com Deus, retoma o
estado de amizade que o pecado havia desfeito. Devemos recorrer a esse
sacramento com a maior frequência possível, mesmo que não tenhamos pecado
gravemente, pois ele também nos ajuda a crescer em santidade, nos dando forças
para resistirmos às tentações.
Por fim temos o mais importante,
o mais sublime ato de amor que Deus poderia ter feito: a eucaristia. Na Sagrada
Comunhão Deus se dá a si mesmo como alimento, para se unir a nós e se tornar
uma só carne conosco! Nossa inteligência é muito limitada para entender a
grandeza da eucaristia e nossa fé também é muito fraca. Quem realmente tem um
pequeno vislumbre dessa maravilha, não quer passar um dia sequer sem receber Jesus
Eucarístico.
Receber a eucaristia é já possuir
o Céu aqui na terra. É unir-se a Jesus da maneira mais perfeita possível que
podemos ainda nesse mundo. Durante os cerca de quinze minutos que a sagrada
espécie está em nosso corpo, mesmo que nossos sentidos não percebam, somos um
com Deus, como seremos um dia na eternidade. “Eis que estou convosco todos
os dias, até o fim do mundo.” (Mt 28,20). A forma pela qual Jesus cumpre
essa promessa é através da sua Real Presença do Santíssimo Sacramento.
Assim, para chegarmos um dia ao Céu, precisamos buscar incessantemente a santidade, que consiste basicamente em aprendermos a amar para podermos nos unir ao Amor. Para isso, precisamos, pouco a pouco, acabar com o nosso egoísmo que nos aprisiona em nossos desejos, buscando uma maior vinculação a Deus, procurando amá-lo cada dia mais e provando nosso amor saindo de nós mesmos para nos entregar ao serviço do outro.
photo credit: Tom Van de Peer <a href="http://www.flickr.com/photos/110112922@N02/40175277705">Laon Cathedral France</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nd/2.0/">(license)</a>