Vivemos num mundo muito
agitado, com muitas coisas pedindo nossa atenção: marido, filhos, casa, talvez
ainda o trabalho fora e os compromissos com o apostolado. Assim, não devemos
estranhar que surja em nós um desejo por paz e tranquilidade. Mas será que isso
é possível na vida de uma mãe muito ocupada?
Precisamos de um tempo
para nos encontrar conosco mesmas e nos confrontar com aquilo que dá o sentido
verdadeiro a nossa existência e que nos conduzam a um contato mais profundo com
Deus. E é aqui que entra a prática da meditação.
A meditação, nos moldes
ensinados pelo Pe. Kentenich, fundador do Movimento Apostólico de Schoenstatt,
a chamada “meditação da vida diária”, vem responder a esse anseio e essa
necessidade. Sua preocupação constante era conduzir o ser humano atual até um
encontro com o Deus vivo através das criaturas e das circunstâncias concretas
que o rodeiam.
Precisamos cultivar
nossa vida interior, nossa dimensão sobrenatural, pois não devemos cuidar
apenas do nosso corpo e da nossa mente, mas nosso espírito também precisa ser
devidamente nutrido, caso contrário, corremos o risco de perder a vitalidade da
nossa fé. A fé só se mantem e se alimenta através do contato íntimo e pessoal
com o Senhor.
Pe. Kentenich ensina um
método de meditação especialmente apto para as pessoas que estão chamadas a
encontrar a Deus no meio do mundo, através das criaturas, e nós, mães, estamos
incluídas neste grupo. Ou seja, um método para quem não pode nem deve abandonar
as realidades desse mundo: sua família, seu cônjuge, seus filhos, seus negócios
e tudo o que isso implica, para se retirar e contemplar a Deus na solidão.
Esse tipo de meditação
não é um aprofundamento intelectual das verdades da fé, mas sim encontrar com
Deus na nossa vida, perceber onde e como ele se comunica conosco em nosso dia a
dia. Ao percebemos o quanto Deus se esforça para se fazer presente na nossa
vida, o quanto ele cuida, com muito amor de cada uma de nós, nosso amor por ele
cresce e dá frutos. Assim, o objetivo da meditação não é conhecer mais, mas
AMAR mais.
O primeiro passo para
colocar a meditação na prática é decidir que meditar é importante, e dedicar
alguns minutos do dia para isso. Pode ser, no início de 10 a 15 minutos.
Podemos começar fazendo uma vez por semana, e depois, gradativamente,
aumentando a frequência.
Escolhemos um lugar
adequado, onde não seremos interrompidos. Sei que isso pode ser especialmente
difícil se temos crianças muito pequenas em casa, mas usando a criatividade e
quem sabe até a ajuda de nosso esposo, conseguiremos encontrar um momento e um
local apropriado. É bom ter um caderno pessoal para anotar as inspirações que a
meditação pode trazer. De preferência, com alguma cruz ou imagem que nos remeta
à realidade sobrenatural. Fechar um pouco os olhos, respirar calmamente e nos
colocar na presença de Deus, então fazemos uma oração implorando as luzes do
Espírito Santo.
Em seguida, escolher
sobre o que se vai meditar. Se ainda somos iniciantes nessa prática, é mais
fácil escolher um passagem bíblica ou um trecho de uma oração. Depois, com a
prática, pode ser um acontecimento da vida (uma situação concreta de nossa
vida), que é efetivamente a meditação da vida diária proposta pelo Pe.
Kentenich.
Não é necessário que em
cada meditação escolhamos um tema diferente, podemos por várias vezes meditar
sobre a mesma coisa, pois encontramos algo que captou nosso coração, que nos
une a Deus de forma especial. O objetivo é precisamente este: repousar no amor
de Deus, crescer nesse amor, expressar nossa entrega, nossa disposição de
segui-lo ou nossa vontade de abraçar a cruz que nos presenteia.
O Pe. Kentenich propõe
três perguntas que constituem uma excelente ajuda para desenvolver esse
encontro com o Senhor:
1.
O que Deus quer me dizer com isso?
(através desse texto ou desse fato ou circunstância)
2.
O que digo a mim mesmo?
3.
O que respondo a Deus?
A pergunta mais
importante é esta última. É nela que entramos na oração meditativa. Quando
falamos de resposta, não significa uma ação ou propósito, mas de uma resposta
“de amor”, uma resposta do coração, falando pessoalmente com o Senhor.
Expressamos nosso amor de gratidão, de arrependimento, de pedido. Terminamos a
meditação com uma oração de ação de graças. É conveniente anotar no caderno
pessoal sobre o que meditamos e o que foi mais importante para nós na
meditação.
Além de agradecer ao
Senhor e a Nossa Senhora pela meditação (ou pedir perdão se não a realizamos
bem), as vezes podemos concluir com alguma intenção ou propósito que venha ao
encontro do que meditamos. Assim, pouco a pouco, com a dedicação de alguns
momentos por dia para meditar, vamos aumentando nosso amor e nossa vinculação
ao nosso Pai do Céu que nos ama com amor infinito.
photo credit: sicknotepix <a href="http://www.flickr.com/photos/128658155@N08/20163424394">Mirka</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.0/">(license)</a>
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