Estamos rodeados por
uma cultura muito erotizada, que banaliza o sexo e grita por aí: “Curta a vida! Faça sexo com quem você
quiser, quando você quiser. Conceda o máximo de prazer a si mesmo e quando
tiver usado e abusado dos seus amantes, jogue-os fora e troque-os por outros!”
Essa é a mensagem da sociedade onde chamar uma mulher de recatada torna-se uma
ofensa.
Muitas pessoas tem a
visão equivocada que a Igreja Católica é uma entidade repressora, que condena o
prazer, principalmente o prazer sexual. Porém estão completamente errados. Conforme
Gregory Popcak explica em seu livro Beyond
the Birds and the Bees, São João Paulo II mostrou claramente em sua
Teologia do Corpo qual é a visão católica do sexo. Vamos explorar aqui algumas
questões levantadas nesse livro.
O sexo estimulado por
nossa cultura não é vital, porque é abertamente hostil à nova vida. Ao invés de
vir de uma amizade espiritual profunda entre duas pessoas, ele procura substituir
e subverter aquela amizade. Ele não melhora com o tempo (na verdade, ele
enfraquece), porque nenhuma intimidade real pode existir na falta de uma
amizade espiritual. Sem intimidade, qualquer relação sexual se torna, com o
tempo, entediante e menos interessante. Ele não resiste ao conflito e ao stress
porque nessa versão da sexualidade, o conflito não deveria existir, apenas o
êxtase maravilhoso. E no primeiro sinal de problema, então, a paixão morre e o casal
se separa.
Para a visão católica,
esse tipo de sexualidade nem de longe expressa a verdadeira sexualidade. Ela é
apenas erotismo e/ou masturbação na presença de outra pessoa. A versão
verdadeira da sexualidade é aquela que Deus pretendeu quando nos deu nossa
sexualidade. É infinitamente mais real, mais bonita e mais satisfatória do que
essas imitações esfarrapadas que o mundo tenta nos impingir.
A sexualidade católica,
oferece algo completamente diferente:
* oferece aos esposos a
chance de amar e ser amado (ao invés de usar e ser usado) da maneira que mais
ansiamos
* oferece ao casal a
liberdade de serem divertidos e alegres de uma maneira que nunca é degradante
ou humilhante
* permite que o casal
experimente a relação sexual tanto como um sinal físico da paixão que Deus tem
pelo casal como um prenúncio do êxtase divino que nos espera no Paraíso
* permite ao casal
comunicar todo o seu ser físico, emocional, espiritual e relacional, um ao
outro, todas as vezes que fazem amor
* convida o casal a
renovar suas promessas matrimoniais com a “linguagem de seus corpos” – e celebrar
seu sacramento – todas as vezes que fazem amor
* oferece proteção
contra doenças e corações partidos
* encoraja o casal a
celebrar um amor tão poderoso, tão profundo, que em muitos casos, “o amor
precisa receber seu próprio nome em nove meses”
* encoraja o casal a
considerar em oração os planos de Deus para suas vidas a cada mês, perguntando
se Deus os está chamando para expandir sua “comunidade de amor” ao estarem
abertos a adicionar mais uma vida a sua família
* desafia a capacidade
de vulnerabilidade do casal e os ajuda a superar a culpa básica que toda a
humanidade experimentou depois do pecado original. Ela contribui para preparar
que eles permaneçam, completamente expostos, ante nosso divino Amante quando
chegarem ao Banquete Nupcial do Cordeiro com Deus – no Paraíso.
O discurso da Igreja
sobre o sexo é mais ou menos esse: “É
claro que você deve se divertir e curtir a vida. Para fazer isso, você deve ter
certeza de encontrar um parceiro que possa amá-la apaixonadamente,
respeitosamente, poderosamente e em oração da mesma forma que o próprio Deus
quer que você seja amada. Encontre alguém que pense, fale e aja como se você
fosse seu maior tesouro. Então mantenha aquela pessoa para o resto de sua vida
como seu grande tesouro ao lado de Jesus Cristo e sua própria vida. Encontre um amante que queira ajudá-la a se tornar a pessoa que Deus criou você para ser,
que olhe para você e veja seus filhos ainda não nascidos em seus olhos e que
saiba controlar a si mesmo para que você não se sinta usada ou ameaçada e então
você possa se doar totalmente. Encontre alguém que encoraje você em todas as
coisas que você quiser fazer e todas as coisas que Deus está lhe chamando a
ser.”
A sexualidade católica
é difícil de viver. Ela envolve disciplina, trabalho, sacrifício, autocontrole,
mas também é a única forma de viver a sexualidade onde alguém possa esperar
encontrar verdadeira alegria, verdadeiro amor divino, verdadeira realização,
verdadeira confiança, verdadeira vitalidade e verdadeira felicidade.
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