domingo, 18 de maio de 2025

A MÃE RUIM

 


A figura materna normalmente remete a uma sensação de carinho, aconchego, cuidado e ternura. A mãe é aquela que, desde que o filho se encontra em seu ventre, protege, nutre, acolhe. Oferece todas as dores e sofrimentos oriundos da maternidade para o bem do filho, para que ele se sinta amado e feliz e assim possa cumprir a missão para qual ele foi criado.

A mãe vibra com cada pequena conquista do filho, cada nova habilidade que adquire. Os primeiros rabiscos são verdadeiras obras de arte, a primeira prova de matemática bem-feita já merece o prêmio Nobel, o “brilha, brilha estrelinha” tocado no piano já é um lindo concerto.

Conforme o filho cresce, a mãe vai entendendo que sua função muda, não é mais a principal fonte de informação e cuidado, mas sempre será o apoio que o filho precisa para se sentir acolhido e amado. Ela aprende a opinar quando é solicitada e a calar, muitas vezes quando desejaria gritar para ajudar o filho, mas sabe que o erro faz parte do amadurecimento e crescimento do filho.

Quando o filho constitui sua própria família, a mãe respeita o espaço e as decisões desse novo casal, acolhe a nora como própria filha e quando chegam os netos... aí ela pode reviver todos os momentos maravilhosos da infância sem a responsabilidade pela educação e pode mimar aquelas fofuras. E quando chega a hora de partir desse mundo, deixa uma lembrança doce e suave e uma inspiração para a nova geração de mães...

A mãe ruim

Mas... e se na vida real a sua mãe não for assim? Existem muitas mulheres que não sabem exercer essa maternidade abnegada e acabam prejudicando a vida dos filhos. Pode ser por falhas de caráter, por alguma condição mental, abuso de álcool ou drogas, ou puro egoísmo. O filho normalmente começa a perceber isso a partir da adolescência, mas é só na vida adulta que realmente pode conseguir enxergar que sua mãe não cumpre as funções de uma verdadeira mãe e que pode ser considerada uma mãe ruim.

O primeiro sentimento que aparece é o de culpa. O filho se sente culpado por não admirar a mãe como uma mãe deve ser admirada e amada. É um sentimento confuso: amo minha mãe, mas não gosto dela... A convivência é difícil, discussões e brigas, muitas vezes ofensas, fazem parte desse relacionamento. E o filho sabe que não deveria ser assim, por isso se sente culpado.

Então, o primeiro passo deve ser aceitar a sua própria realidade. Minha mãe é assim e não há nada que eu posso fazer para mudar o jeito dela. Não cabe a mim julgá-la, isso é papel somente de Deus que vai analisar as circunstâncias da vida dela, mas simplesmente aceitar a minha realidade: a minha mãe não é uma boa mãe.

Lidando com o trauma

O segundo passo é talvez o mais difícil: o perdão. Preciso aprender a perdoar a minha mãe pelos males que ela possa ter causado em minha vida. Perdoar não significa que preciso aceitar agressões e maus tratos, muitas vezes será necessário um afastamento, mas perdoar é aceitar que ela tem as dificuldades e os traumas dela e que por isso não conseguiu ser a mãe que eu precisava que fosse.

Perdoar é lembrar que, talvez se eu tivesse tido as mesmas circunstâncias da vida dela, tivesse sofrido os mesmos traumas e carências, pode ser que eu seria muito pior... Muitas vezes se não consigo perdoar a atitude, devo ao menos tentar perdoar a intenção: o que ela fez ou faz, na mente dela, é para o meu bem, é porque me ama do jeito dela.

Devemos rezar muito nessa intenção de conseguir perdoar uma mãe ruim e também rezar por ela, para que receba as graças necessárias para conseguir ter paz e quem sabe superar os próprios traumas e ser uma mãe melhor.

Eu tenho uma Mãe perfeita

Para ajudar a superar esses traumas e para ter um mínimo de convivência pacífica com uma mãe ruim, devemos lembrar que Jesus nos deu uma Mãe perfeita: sua própria Mãe, Maria Santíssima. A Mãe de Deus é verdadeiramente minha mãe e nunca vai me decepcionar, sempre vai cuidar de todas as minhas necessidades e posso pedir colo a ela sempre que precisar que ela vai me atender.

Nossa Senhora deve ser também o melhor exemplo de mãe para eu seguir e não repetir os erros da minha própria mãe. Isso é um cuidado que quem não teve uma boa mãe precisa ter, não fazer com os próprios filhos o que sofreu com sua mãe. Devo lembrar de pedir ajuda a Maria em todos os momentos para a educação dos meus filhos. Consagrar os filhos aos cuidados de Nossa Senhora desde pequenos também é de grande ajuda para a mãe.

O dever de cuidado na velhice

Conviver e aprender a lidar com uma mãe ruim é uma cruz que o filho deve carregar com resignação. Esse sofrimento, suportado por amor a Jesus, é uma grande fonte de santificação e de bons frutos para toda sociedade. E pode chegar o momento em que a cruz pode ficar mais pesada, quando o filho precisa cuidar mais intensamente dessa mãe na velhice.

O 4º mandamento da Lei de Deus nos manda honrar pai e mãe, ou seja, não importa a situação, por ser filho, tenho responsabilidade no cuidado e sustento dos meus pais. E o Senhor orienta: “Se seu espírito desfalecer, sê indulgente, não o desprezes porque te sentes forte, pois tua caridade para com teu pai não será esquecida, e, por teres suportado os defeitos de tua mãe, ser-te-á dada uma recompensa. (Eclo 3,15-16)

Deus é sempre fiel às suas promessas. Não sabemos o que ainda termos que enfrentar nessa vida, inclusive os problemas com nossos próprios filhos, então, devemos cuidar da melhor forma de uma mãe idosa, mesmo que ela tenha sido ruim durante sua vida, pois teremos uma recompensa. Essa recompensa, ao final, podem ser frutos de vida eterna, inclusive para a sua própria mãe.


Foto de Teslariu Mihai na Unsplash


quarta-feira, 23 de abril de 2025

50 DIAS DE ALEGRIA

 


O período litúrgico da Páscoa abrange 50 dias: inicia no domingo da Ressurreição e vai até o domingo de Pentecostes. São 50 dias celebrando a vitória de Jesus sobre o pecado e a morte, por isso um tempo de muita alegria. A igreja se veste de branco que representa essa alegria e a paz oriunda da libertação do pecado e da abertura das portas do Céu para cada um de nós.

Celebrar esse período é muito importante, pois é uma forma de agradecer a Deus por esse grande dom de um dia poder passar a eternidade com a Santíssima Trindade nas alegrias do Paraíso. Festejar, comemorar é algo que aparece na Bíblia várias vezes. Por exemplo, no retorno do filho pródigo, o pai explica ao irmão mais velho: “Convinha, porém, fazermos festa, pois este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado” (Lc 15,32). O livro do Apocalipse também fala de uma grande festa: “Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe glória, porque se aproximam as núpcias do Cordeiro. Sua Esposa está preparada.” (Ap 19,7)

Alegria em meio às dificuldades

É por isso que a Igreja nos convida a passar esse tempo com espírito alegre, mesmo em meio às dificuldades e sofrimentos do dia a dia. Essa alegria deve decorrer da nossa esperança da felicidade eterna que nos foi prometida e conquistada por Jesus. Então, para alimentar nossa esperança e fortalecer nossa alegria, devemos pensar muito no Céu e comunicar essa boa nova aos outros.

O Céu é tão maravilhoso que é quase impossível de descrever. Muitos santos tiveram o privilégio de poder ver o Céu por alguns instantes. Santa Faustina nos conta: “27.11.[1936]. Hoje estive no Céu, em espírito, e vi as belezas inconcebíveis e a felicidade que nos espera depois da morte. Vi como todas as criaturas prestam incessantemente honra e glória a Deus. Vi como é grande a felicidade em Deus, que se derrama sobre todas as criaturas, tornando-as felizes, e então toda a honra e glória precedente da felicidade voltam à sua fonte e penetram na profundeza de Deus, contemplando a Sua vida interior - o Pai, o Filho e o Espírito Santo, a Quem jamais compreenderão ou aprofundarão. Essa Fonte de felicidade é imutável em Sua Essência, mas sempre nova, jorrando para a felicidade de toda a criatura. Compreendo agora São Paulo, que disse: “Nem o olho viu, nem o ouvido ouviu, nem jamais imaginou o coração do homem o que Deus preparou para aqueles que O amam.” (Diário de Santa Faustina – 777)

Quando o sofrimento bater a nossa porta, devemos lembrar das palavras de São Paulo: “Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada” (Rom 8,18). E ainda: “Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos!” (Fl 4,4)

Ser anunciador do Céu

Pensar no Céu, desejar o Céu, falar do Céu, especialmente para quem mais amamos, deve ser uma ocupação predileta nesse tempo pascal. Levar essa mensagem de esperança também para os que não tem fé e que estão sofrendo. A mensagem da conversão é uma mensagem de libertação do jugo do pecado. Fomos resgatados por um alto preço e isso deve causar grande alegria.

A alegria é contagiante. Quando nos aproximamos de uma pessoa que está alegre, automaticamente nos sentimos melhor e até esboçamos um sorriso. Como cristãos, devemos ser essa fonte de alegria para os outros, pois sabemos o que existe um Céu com a felicidade infinita que nos espera.

Formas de celebrar em família

O tempo Pascal deve ser celebrado especialmente no seio familiar e o foco deve ser manter o ambiente familiar sempre alegre. Elencamos aqui algumas sugestões para ajudar a manter esse ambiente pascal em nossas casas:

- Sugerir um propósito para os membros da família de procurar, pelo menos uma vez ao dia, causar alegria a alguém da família. Pode ser um sorriso, um abraço, uma mensagem inesperada de carinho, um telefonema, prestar um serviço, como guardar a louça ou arrumar a cama do outro... Enfim, são inúmeros pequenos gestos que podem causar alegria à nossa família

- Fazer uma refeição especial durante a semana, com direito a sobremesa caprichada

- Fazer um passeio no parque ou uma noite de cinema em família

- Reunir a família para contarem as bênçãos que tem recebido e serem gratos por elas. Cada um deve falar pelo menos uma coisa boa que recebeu de Deus nos últimos dias

- Ajudar o próximo, seja levando doação de alimentos, visitando lares de idosos ou ligando para alguém que há muito não conversamos e pode estar se sentindo solitário


crédito da foto: Foto de Allef Vinicius na Unsplash

sexta-feira, 28 de março de 2025

SATANÁS TEM UM PLANO PARA A SUA VIDA

 



As pessoas, em geral, não gostam de pensar no demônio e muito menos falar dele. Para muitas, inclusive, ele não existe... Essa é uma grande arma a favor do demônio: quem não acredita em sua existência está muito mais vulnerável para receber sua influência. Porém, quem é cristão sabe muito bem, pelas palavras do próprio Jesus, que o demônio é real e como diz S. Pedro: “anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar.” (1Ped 5,8)

Pensar no demônio não deve nos trazer medo, como vemos em alguns filmes de terror, mas deve nos deixar muito alertas. Nossa realidade é um grande campo de batalha entre o Bem e o Mal. Deus já venceu essa batalha, mas nós, seres humanos, é que estamos sendo disputados para saber qual lado vamos escolher para passar a eternidade.

O livre arbítrio nos foi dado para termos a capacidade de amar. Quem não é livre, não pode amar, mas essa mesma liberdade pode ser usada para escolher o mal, e assim, escolher o lado do inimigo do Amor. O plano de amor de Deus para cada um de nós é que um dia, estejamos com Ele, na felicidade eterna no Céu. E Satanás, por ser um anjo dotado de uma inteligência aguçadíssima, também tem um plano para cada um de nós, que é fazer que escolhamos passar a eternidade com ele, sofrendo e odiando no inferno.

Poder de Satanás

O poder de Satanás é limitado ao que Deus permita que ele faça. E Deus só permite a ação dele, para que nós possamos provar nosso amor e assim, escolher o Céu. Jesus, por sua paixão e morte na cruz, abriu o Céu para nós. Ele já nos libertou da escravidão do pecado, mas nós precisamos aderir a esse plano de Deus, escolher fazer a sua amorosa vontade para nossa vida.

A ação ordinária de Satanás e seus demônios é através da tentação. Ele nos influencia a escolhermos o pecado. O pecado é uma recusa em amar, pois escolhemos um prazer ou uma vantagem material em detrimento dos planos de amor que o Pai tem para nós. É escolher o egoísmo, que é o oposto do amor. Ao pecar, dizemos sim ao demônio e um não a Deus.

Deus, ao nos dar os 10 mandamentos, está pensando apenas no nosso bem, em nossa salvação. Ao escolhermos ir contra esses mandamentos, estamos fazendo um mal para nós mesmos, tanto para a nossa vida aqui na terra, como especialmente para a nossa vida eterna, que será nos horrores do inferno.

Combater as tentações

A primeira coisa que precisamos ter certeza é que nenhum de nós é tentando acima de suas capacidades de resistir a essa tentação. Satanás é como um sniper que fica observando qual é o melhor momento e a melhor forma de atirar uma tentação. Mas sempre temos a capacidade de resistir a esse tiro.

Para combater as tentações, primeiro precisamos estar conscientes delas, então devemos pedir a Deus, na oração, para nos mostrar onde o demônio está entrando em minha vida, qual brecha posso estar dando para que ele influencie as minhas ações, caindo na armadilha de suas tentações.

Quaresma: tempo propício para combater as tentações

O tempo quaresmal é um período propício que a Igreja nos convida a combatermos mais fortemente o pecado e as tentações. Somos lembrados que Jesus também foi tentado no deserto e nos ensinou como lutar contra as tentações especialmente as do ter, do prazer e do poder

As práticas quaresmais que nos incentivam a intensificar o jejum, a esmola e a oração devem nos fortalecer no combate especialmente contra essas três tentações. O jejum nos ajuda a dominar nossos instintos e dessa forma nos fortalece contra a tentação da busca do prazer. A esmola nos ajuda no desprendimento dos bens materiais, pois damos a quem não pode nos retribuir. E nos ajuda contra a tentação do ter. E a oração nos ajuda a reconhecermos que somos criaturas, que todo o poder é de Deus, nos ajudando contra a tentação do orgulho e do desejar o poder.

Assim, não desperdice mais essa oportunidade que o Pai lhe dá para crescer no amor e vencer todo egoísmo. Aproveite esse tempo de Quaresma para lutar mais seriamente contra aquela tentação que te afasta do caminho que vai te levar ao Céu. Nas dificuldades, nas quedas, levante e recomece. “A esperança não nos decepciona” (Rm 5,5). Jesus venceu a morte e nos ajuda a frustrar o plano que satanás tem para a nossa vida.


 Foto de Marek Piwnicki na Unsplash

domingo, 23 de fevereiro de 2025

VISITA À NOSSA MÃE DE GUADALUPE

 




No dia 10 de janeiro de 2025 nossa família recebeu a grande graça de poder visitar a Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, na Cidade do México. Foi uma viagem sonhada há muito tempo e fazer essa peregrinação com meu marido e meus três filhos foi uma experiência maravilhosa.

A história das aparições de Nossa Senhora ao índio Juan Diego sempre me cativou. Para quem não conhece a história, eu incentivo muito que pesquisem sobre essas aparições. Vou descrever aqui apenas algumas partes que me marcaram mais.

A primeira coisa que me chamou atenção foi a idade de Juan Diego quando ele recebeu a missão de levar ao Bispo o pedido de Nossa Senhora para a construção de uma igreja dedicada a ela: 56 anos! E 56 anos em 1531 já podia ser considerada uma pessoa idosa. Isso para mim significa que nunca é tarde para seguirmos o chamado de Deus em nossa vida, mesmo não sendo um chamado sobrenatural como foi o de S. Juan Diego.

A simplicidade e humildade desse índio são impressionantes, pois nunca duvidou de quem ele estava vendo e nunca se sentiu digno nem capaz de cumprir o que Nossa Senhora havia pedido. Mas Deus sempre escolhe os pequeninos e humildes para as maiores missões e os capacita para que consigam realizar.

O que realmente faz meu coração transbordar e me marcou desde a primeira vez que ouvi, foi o que Nossa Senhora disse a ele na terceira aparição: “Não estou eu aqui, que sou tua Mãe? Você não está debaixo da minha sombra e sob o meu cuidado? Não sou eu a fonte da sua alegria?” Sempre que estou com alguma preocupação, lembro dessas palavras e me sinto confortada. Nossa Mãe querida também dirige essa mensagem a cada um de nós, sempre que precisamos dela.

E por fim a prova do milagre, a imagem estampada num tecido rudimentar, que em condições normais se desmancharia em 30 anos, está lá, intacto, há quase 500 anos... A cada novo estudo sobre essa imagem, mais maravilhas são descobertas. Vou mencionar apenas algumas: a tinta utilizada não existe nada parecido conhecido em nosso planeta (atestado por químicos renomados); os olhos da imagem, quando observados por oftalmologistas, parecem olhos de alguém vivo; e na córnea da imagem, que tem cerca de 7mm (0,27inches) está estampada a cena de Juan Diego mostrando o manto com as rosas ao Bispo.

Nossa experiência



Chegamos na Basílica pela manhã. O tamanho já impacta e no complexo todo, há outras igrejas mais antigas, além do museu e uma área imensa onde é possível montar acampamento. Entramos primeiro na Basílica onde está o manto, vimos de longe e a emoção foi grande. Estava acabando uma santa missa (que lá tem de hora em hora das 6h da manhã até as 8h da noite todos os dias).

Fomos até o local onde poderíamos ver mais de perto a imagem. Tem algumas esteiras rolantes para as pessoas não ficarem paradas, mas você pode passar quantas vezes quiser para ver e rezar. Não tem como descrever a emoção. Rezamos em família, cada um também fez seu momento de oração individual. Ver a emoção dos meus filhos é maravilhoso. Ela é Mãe deles também.

Assistimos a missa das 10h e logo depois encontrar a guia que nos levou conhecer todo o complexo e contar toda a história. Essa visita guiada vale muito a pena, então é uma coisa que recomendo para quem for até lá. Subimos o cerro até o local das aparições, vimos as outras igrejas mais antigas e o local onde estão os restos mortais de S. Juan Diego.



Conforme o tempo ia passando, mais pessoas chegavam e as demonstrações de fé eram as mais variadas. Grupos de crianças e jovens, muitos idosos, caravanas de outras cidades e países. Algumas pessoas caminhando de joelhos (isso foi bem impressionante). Depois do almoço, voltamos para rezar mais um pouco e levar todas as intenções de pedidos que nossos amigos e parentes haviam nos entregue. Voltamos aos pés de Nossa Senhora e entregamos tudo.

Depois fomos comprar algumas lembranças para trazer para casa. Uma coisa muito interessante que tem por lá é a “Capela das Bênçãos”. Na verdade, é um local semi-aberto onde um sacerdote fica o dia todo esperando que as pessoas levem objetos para serem abençoados. Quando chegamos, ele fez a oração da bênção e aspergiu muita água benta em tudo o que compramos. Antes de terminar, já estavam chegando mais pessoas. E é assim durante todo o dia.

Apesar do cansaço, não dava vontade de ir embora. Ficamos um tempo em adoração na Capela do Santíssimo, que tem um sacrário gigantesco. Não sei se em algum lugar do mundo pode ter algum maior, mas é impressionante o tamanho. Depois passamos pela última vez em frente ao manto, nos despedimos e agradecemos por tão imensa graça.



Meu marido e eu já tivemos a graça de conhecer o Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal e o de Nossa Senhora de Lourdes, na França. Mas nós dois chegamos à conclusão de que Guadalupe é especial, porque é o único lugar onde existe uma prova física deixada pela Mãe de Deus, seu autorretrato. Para nós essa peregrinação também foi mais especial pois nossos filhos estavam conosco e puderam compartilhar desse momento extraordinário juntos.