No post de hoje iremos refletir um pouco sobre as dificuldades da vida
matrimonial. Ele foi escrito pelo Pe. Nicolás Schweizer e publicado em suas
Reflexões, No. 09, de 15.04.2007. A vida conjugal é dividida em fases e em cada
fase é apontada uma dificuldade a ser superada, um "demônio".
Esperamos que estas reflexões ajudem a todos, independente da fase em que se
encontram, a ter um matrimônio mais feliz.
A infância do amor conjugal. O início é
sobretudo alegria e esperança. O amor é novo e está intacto. Os dois vivem em
estado de descoberta permanente. Entretanto, o amor não escapa aos ataques
do tempo. Uma primeira crise, a da desilusão, sacode o
lar nascente. O demônio da desilusão faz que a imagem ideal
que um havia construído do outro, comece a desvanecer-se. Para vencer esta
crise terão que aceitar-se em suas imperfeições. Nesta época o matrimônio se
constitui realmente.
A juventude do amor. Ao final da fase de
adaptação, um mútuo conhecimento impede maiores atritos. O amor se instala.
Mas, se a crise da desilusão não foi superada, o tempo precipita a segunda
crise, a do silêncio. Se o demônio mudo se apodera dos
dois, caem em uma espécie de letargia. O casal vive, então, em retrocesso, sem
crescer, sem um ritmo seguro, sem dinamismo. Vencer esta segunda crise é
indispensável para que o amor sobreviva.
A maturidade do amor. Por volta dos 15
anos, os esposos adquiriram maturidade. Com uma juventude madura vivem com
serenidade. São os anos mais belos da vida conjugal. Já não se fala de
felicidade, como quando se é jovem, simplesmente é feliz. Mas, também pode
produzir-se o contrário, se não encontraram o caminho do diálogo e de sua
unidade.
Uma terceira crise, com frequência fatal, é a da
indiferença. O amor se transformou em hábito, o hábito em rotina, e a
rotina, enfim, em indiferença. Vive-se junto ao outro, mas os corações já não
estão em contato: o tempo paralisou ou inclusive matou o amor. A vida em comum
não é mais que uma aparência que se mantém, seja por obrigação já que estão os
filhos, seja por conveniência social. Com o demônio da indiferença instalado,
sempre existe lugar para um novo amor e, por isso, para a infidelidade e a
separação.
O meio dia do amor. Entre os 45 e 50
anos, surge um novo perigo. Em ambos é o difícil momento das mudanças físicas e
psicológicas. A mulher perde um atributo de sua feminilidade, a fecundidade. O
homem vai perdendo um caráter de sua virilidade: o vigor sexual. Mas, antes que
se produza esse declive, muitas vezes se dá uma espécie de volta à
adolescência.
A essa crise da metade da vida chamamos de: demônio do meio dia.
Se o matrimônio entra nessa etapa minado pela indiferença e pela rotina, o
demônio do meio dia tem grandes possibilidades de triunfar.
O renascimento do amor. Se o casal, soube
superar essa época turbulenta, entra num período de uma segunda maturidade. É o
crepúsculo do amor, o momento em que o matrimônio desfruta da unidade
conquistada, de una harmonia, profunda e de uma nova paz. É a hora de uma
felicidade serena, sem choques e sem conflitos. O tempo, que não perdoa,
oferece então aos cônjuges a inapreciável recompensa do renascimento do amor.
O repouso do amor. Virá, por último, a
hora do repouso em que envelhecidos no amor ambos só terão reconhecimento um
para o outro. Nem sequer a dolorosa perspectiva da morte poderá perturbar a
maturidade do amor. Haver-se amado até o final converte a morte num ápice, numa
vitória. Diante dos homens, como diante de Deus, não existe um amor mais
perfeito que o de dois seres que envelheceram juntos e que deram a mão para
vencer as últimas dificuldades, para gozar das últimas claridades do dia.
Perguntas para a reflexão
1. Algum desses demônios me é conhecido?
2. Que posso fazer para enfrentá-los?
3. Como andamos com o diálogo conjugal?
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