Inicio esta segunda matéria
com a definição sobre a Teologia do Corpo. Teologia é o estudo de Deus. Como
cristãos estamos habituados a uma ênfase no espiritual, mas muitos de nós não
se sente a vontade com a ênfase no corpo. Para o Papa João Paulo II esta é uma
falsa dicotomia. Como diz o CIC, No. 1146, "sendo ao mesmo tempo corpo e espírito, o homem expressa e compreende a
realidade espiritual através de sinais e símbolos materiais." A única
maneira de nós, como seres humanos, de certa forma podemos encontrar a
realidade espiritual, é através de nossos sentidos, através de nossos corpos.
O catolicismo é uma religião
muito sensitiva, pois vivemos a verdade do espírito através de nossos sentidos,
lavando o corpo com água, ungindo o corpo com óleo, impondo as mãos, comendo e
bebendo o Corpo e Sangue de Jesus Cristo. Nós não podemos ver a Deus, pois Ele
é invisível. Deus é puro espírito. E, no entanto, o cristianismo é a religião
do Deus invisível tornando-se visível. Do Deus intocável, fazendo-se tangível.
Do Deus incomunicável, comunicando-se com as criaturas inferiores. Como o
invisível se torna visível? "o Verbo se fez Carne". O invisível se
tornou visível através da carne de nosso Deus. Como diz o Santo Padre:
"pelo fato da Palavra de Deus ter se tornado Carne, o corpo entrou na
teologia pela porta principal."
Teologia do Corpo: Deus revelando
seu mistério através da carne humana. Esta é a verdadeira lógica do
cristianismo. Acreditamos num Deus encarnado. "De fato, o corpo, e só ele torna visível o que é invisível: o
espiritual e o divino. Ele foi criado com a finalidade de trazer para dentro da
realidade visível do mundo o mistério escondido de Deus, desde os tempos
imemoriais, e desta forma tornar-se um sinal dele" (JP II 20.02.80). Nós, como seres humanos, somos espirituais,
mas não somos meramente espirituais. Somos uma combinação do espiritual e do
material. Há uma profunda unidade na pessoa humana, entre corpo e alma.
Qual é o mistério escondido em
Deus desde os tempos imemoriais? Este mistério é explicado pelo CIC No. 221: "Deus revelou o seu mais íntimo
segredo, que é que o próprio Deus é uma eterna comunhão de amor, Pai, Filho e
Espírito Santo e destinou-nos a nós a tomar parte desta comunhão." A verdadeira razão pela qual fomos criados,
a verdadeira razão pela qual existimos, é porque estamos destinados à comunhão.
Estamos destinados ao amor. Estamos destinados a participar na eterna
comunhão. A eterna comunhão de amor encontrada na Trindade. Aquela dor, aquele
desejo interno que todos temos e nos move a fazer as coisas é uma procura do
amor, do amor perfeito e só é encontrado na Trindade. E este perfeito amor da
Trindade foi revelado, foi tornado visível através da Carne de Deus, da
Encarnação do Verbo.
Os nossos corpos também tornam
visível o mistério invisível de Deus. Os nossos corpos como homens e mulheres
revelam esta eterna comunhão de amor e também revelam o nosso destino para
tomar parte nessa eterna comunhão de amor.
O Pe. Kentenich, fundador do Movimento Apostólico de Schoenstatt, disse: "Deus não quis corporificar
a ideia do ser humano,
num só tipo. Ao contrário, criou dois tipos para a sua representação. Portanto
a ideia plena a respeito do ser humano está encarnada em ambos. Em sua totalidade
representam uma unidade. Consequentemente, o varão não é, em si, a realização
plena da ideia do ser humano. O mesmo se diga da mulher. Ambos foram criados
por Deus para formar uma unidade a dois." (Pedagogia Mariana do Matrimonio
pg 47)
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