Segundo o
Catecismo da Igreja Católica, “os
sacramentos são sinais eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à
Igreja, por meio dos quais nos é dispensada a vida divina. Os ritos visíveis
sob os quais os sacramentos são celebrados significam e realizam as graças
próprias de cada sacramento. Produzem fruto naqueles que os recebem com as
disposições exigidas”[1]
Os sacramentos
foram instituídos por Jesus para ajudar na caminhada rumo ao Céu, para
sinalizar este caminho, pois transmitem as graças necessárias para cumprir a
missão de cada um.
No caso do
sacramento do matrimônio, a graça que se recebe é a santificação do vínculo que une marido e mulher para sempre. A
aliança de amor que é selada com o sacramento do matrimônio, este laço que
unirá aquele homem e aquela mulher eternamente, se transforma num sinal eficaz
da união de Cristo com sua Igreja.
“O matrimônio, segundo o que foi dito, não é a
consagração de duas pessoas, mas a consagração do laço que as une. A relação
entre ambas é elevada sacramentalmente. Nisso consiste precisamente a
sacramentalidade conjugal. O amor que os
une e o vínculo que se gera se faz sinal e sacramento. O amor conjugal
puramente humano se faz amor consagrado e por isso mesmo já é uma realidade
religiosa. A comunidade conjugal entre ambos se faz comunidade de Deus e com
Deus. Neste contexto podemos dizer que o amor redentor de Cristo, que desperta
em nós uma resposta proporcional, se desdobra no matrimônio através do amor
recíproco dos esposos.”[2]
Os esposos,
tendo recebido o sacramento do matrimônio, são chamados a ser sinais do amor de
Cristo por sua Igreja e do amor da Igreja para o seu Senhor. Quem vê um casal
cristão deve poder ver a presença de Deus, sua atuação na vida daquela família.
O casal também deve permitir que Deus influencie as pessoas que os rodeia,
através de seu matrimônio.
Segundo Nicola
de Martini: “O sacramento do matrimônio
não é somente um sinal do matrimônio entre Cristo e a Igreja, mas introduz
realmente os dois cônjuges no matrimônio entre Cristo e a Igreja. Assim, o
matrimônio torna-se um ‘acontecimento de
salvação’. O homem torna-se ‘Cristo que salva a esposa’(...) A esposa
torna-se, então, ‘a Igreja que salva o esposo’, a Igreja que ‘forma Cristo no
coração do esposo’”.(grifos nossos)
Veja como São
Paulo descreve como deve ser este amor, reflexo do amor conjugal:
“Mulheres, sejam submissas a seus maridos, como ao
Senhor. De fato, o marido é a cabeça da sua esposa, assim como Cristo, salvador
do Corpo, é a cabeça da Igreja. E assim como a Igreja está submissa a Cristo,
assim também as mulheres sejam submissas em tudo a seus maridos.
Maridos, amem suas mulheres como Cristo amou a
Igreja e se entregou por ela; (...) Portanto, os maridos devem amar suas
mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama sua mulher, está amando a si
mesmo. Ninguém odeia a sua própria carne; pelo contrário, a nutre e dela cuida,
como Cristo faz com a Igreja, porque somos membros do corpo dele. Por isso, o
homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só
carne. Este mistério é grande: eu me refiro a Cristo e à Igreja. Portanto, cada
um de vocês ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher respeite o seu
marido.”[3]
É preciso
ressaltar que a interpretação deste primeiro versículo, onde diz que as
mulheres devem ser submissas a seus maridos muitas vezes é mal interpretado,
tendo um caráter depreciativo. Todavia a interpretação mais adequada é a da
análise da etimologia da palavra SUBMISSÃO, onde SUB quer dizer “debaixo de” e
MISSÃO quer dizer “profissão ou vocação”, ou seja, estar debaixo da mesma
vocação, da mesma missão.
Assim, a mulher
deve ser o apoio do homem, ajudá-lo em seu caminho, pois ambos tem a mesma
missão, formar uma família de acordo com os planos de Deus. A submissão,
analisada sobre esta ótica, deve ser a mais forte demonstração de amor da
mulher para com o marido.
O marido, por
sua vez, deve amar a sua mulher como a seu próprio corpo, ou seja, deve cuidar
dela com o mesmo cuidado que dispensa a si mesmo, a seus desejos e
necessidades. E vai muito além, pois o amor de Cristo pela Igreja é um amor que
deu a própria vida. Portanto, o
marido deve estar disposto a dar a sua própria vida, aniquilar todo o seu
egoísmo, para o bem de sua esposa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário