Ontem, falávamos que
no princípio e no fim da Bíblia o casamento de Adão e Eva é uma prefiguração do
casamento de Cristo e sua Igreja. É por isso que somos homens e mulheres.
Estamos destinados a algo muito maior do que esta Terra pode oferecer. A união
dos sexos é tão bonita e maravilhosa como é, é só uma prefiguração de algo
muito maior a união de Cristo e a Igreja.
"Nas alegrias do seu amor aqui na terra, Deus lhes dá (aos
esposos) um antegozo do festim de núpcias do Cordeiro" (CIC 1642)
Quando perdemos a visão da união
fundamental de Cristo e da Igreja, começamos a adorar a imagem, começamos a
adorar a criatura em vez do Criador. E por isso, como S. Paulo disse no Capítulo
1 da Carta aos Romanos, quando isso acontece, quando adoramos o corpo humano,
em vez daquilo que o corpo nos revela, o divino, então estamos nos entregando à
luxúria, à perversão, porque já não compreendemos que a união dos sexos é um
mistério sacramental que nos conduz a algo muito maior.
"O estado moral de um povo é avaliado pelo sentimento de decoro de
suas mulheres e pelo valor que os homens conferem à nobreza e honestidade da
mulher. Quem, para seguir a moda e o cultivo do corpo, romper o véu protetor do
sentimento do decoro, despertando os apetites sexuais do homem, cava a ruína de
seu próprio povo." (P. Kentenich)
Se a união dos sexos deve ser uma
prefiguração do Céu, se deve nos mostrar a realidade eterna da Trindade, por
que não a vemos deste modo? O inimigo de Deus quer nos afastar do Céu, assim
ele ataca a união dos sexos que deve ser uma prefiguração do Céu. O que é mais
sagrado no mundo é o mais profundamente profanado. Atacando isso, o demônio nos
confunde e não sabemos mais o que é ser homem e ser mulher, assim nos
desconecta com o divino. Porque é a nossa criação como homem e mulher,
chamados a tornarem-se uma só carne que revela ao mundo o mistério eterno
escondido em Deus.
A Teologia do Corpo é um forte
chamado para reclamarmos o que o diabo plagiou. É uma ilusão pensarmos que
podemos construir a cultura da vida, se não reclamarmos o que o diabo plagiou.
Se
quisermos reclamar isso, devemos estar prontos para uma violenta batalha
espiritual.
"Desde o pecado original, há profunda cisão entre a vida
instintiva, espiritual e sobrenatural. A vida instintiva luta constantemente e
com todas as forças contra a vida do espírito. Não quer mais servir, mas
dominar. Desde então, o corpo não é súdito dócil, submisso e tranquilo, porém
um revolucionário inquieto. A
mortificação tem a tarefa de tirar as rédeas do homem instintivo e colocá-las
nas mãos do homem espiritual e divinizado." (P. Kentenich)
Não é coincidência que logo
depois que S. Paulo explicou em Efésios 5 o significado da união em uma só
carne, no Capítulo 6 ele nos chama a pegarmos nossas armas para a batalha
espiritual. E a primeira arma que ele diz para pegarmos para ganharmos esta
batalha é "cinjam sua cintura com a verdade". Esta
"cintura" da qual ele fala são os órgãos genitais. Vivemos numa
cultura que nos encoraja a proteger nossa "cintura" com látex.
Precisamos conhecer a verdade
sobre a nossa sexualidade, para que fomos criados como homens e mulheres e é
esta a arma que precisamos para sermos vencedores na grande batalha espiritual
em que vivemos atualmente.
"Os esposos que, pela graça de Deus, se amam conforme o plano
original do Criador - e confiam na sua misericórdia quando falham no seu amor
mútuo - não precisam temer o teste. Eles estão prontos e dispostos a colocar-se
'entre as forças do bem e do mal (...) porque o amor confia na vitória do bem e
está pronto a fazer o que for necessário para garantir sua vitória' (J. Paulo
II, 27.06.1984)" (Christopher West, "Teologia do Corpo para
Principiantes", pg. 112)
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