Outro elemento
do sacramento do matrimônio é que ao recebê-lo, o casal convida Cristo a viver
com eles, a sustentar este vínculo de amor que os uniu. Eles não estarão sós
neste caminho: Jesus faz parte deste compromisso.
“Pelo Sacramento do Matrimônio, Cristo concede a Sua
graça para que o casal possa viver as virtudes necessárias e atingir o seu
pleno ajustamento físico, mental e espiritual. Por meio dele, a fraqueza é
alimentada com a força de Deus e o egoísmo pouco a pouco é purificado.”[1]
“Em seu estado de vida e função (os esposos
cristãos) têm um dom especial dentro do povo de Deus. Esta graça própria do
sacramento do Matrimônio se destina a aperfeiçoar o amor dos cônjuges, a
fortificar sua unidade indissolúvel. Por esta graça ‘eles se ajudam mutuamente
a santificar-se na vida conjugal, como também na aceitação e educação dos
filhos’.
Cristo é a fonte
desta graça. ‘Como outrora Deus tomou a iniciativa do
pacto de amor e fidelidade com seu povo, assim agora o Salvador dos homens,
Esposo da Igreja, vem ao encontro dos cônjuges cristãos pelo sacramento do
Matrimonio’. Permanece com eles, concede-lhes a força de segui-lo levando sua
cruz e de levantar-se depois da queda, perdoar-se mutuamente, carregar o fardo
um dos outros, ‘submeter-se uns aos outros no temor de Cristo’ (Ef 5,21) e
amar-se com um amor sobrenatural, delicado e fecundo. Nas alegrias de seu amor
e de sua vida familiar, Ele lhes dá, aqui na terra, um antegozo do festim de
núpcias do Cordeiro.”[2]
O sacramento do
matrimônio deve ser o centro de gravidade do casal, seu ponto de referência na
fé, que vai nutrir seu amor para conseguirem atravessar tempos difíceis,
cumprindo sua missão no mundo sem se perderem nele.
“Se o esposo (ou a esposa) tiver tido um dia mau e
estiver talvez desanimado pela pressão de um problema doméstico sério,
sentindo-se tentado a se autocompadecer e a pensar que foi um erro casar-se, esse é o momento de recordar que o matrimônio é um sacramento. É o momento
de recordar que tem o absoluto direito a
qualquer graça que possa necessitar para fortalecer a sua humana fraqueza e
chegar à solução do problema. Aos esposos que fazem tudo o que está em suas
mãos para que o seu matrimônio seja verdadeiramente cristão, Deus
comprometeu-se a dar todas as graças de que necessitam e quando as necessitem,
e Deus é sempre fiel aos seus compromissos. (...)
Além do aumento da graça santificante (...) o
matrimônio confere também a sua própria graça especial, a graça sacramental que consiste no direito de receber de Deus as
graças atuais de que os esposos possam necessitar através dos anos para
assegurarem uma união feliz e frutuosa. Para que possa produzir plenamente seus
efeitos, esta graça necessita da cooperação de ambos os cônjuges. (...) Mas se
uma das partes falta ao cumprimento dos seus deveres cristãos, o outro cônjuge
poderá contar ainda com graças excepcionais de fortaleza e sabedoria.
Concretizando mais, a graça sacramental do
matrimonio aperfeiçoa o amor natural
entre marido e mulher, elevando-o a um nível sobrenatural que ultrapassa
indizivelmente a mera compatibilidade mental e física. Dá ao amor conjugal uma
qualidade santificante que o torna
instrumento e caminho para crescer e alcançar a santidade. Confere, além disso,
generosidade e responsabilidade para
gerar e criar os filhos, prudência e
discernimento para enfrentar os inúmeros problemas que a vida familiar traz
consigo. Ajuda os esposos a adaptarem-se aos defeitos um do outro e a desculpá-los. E tudo isso é apenas uma
parte do que a graça do matrimônio pode fazer por aqueles que, com a sua
cooperação, dão a Deus ocasião de mostrar o seu poder.”[3]
Essa é a grande diferença entre o casal que
busca o sacramento do matrimônio e que aqueles que preferem apenas “se juntar”
ou somente casam no civil: os primeiros possuem esta força, esta graça, que os
auxilia por toda a sua vida.
Os casais
precisam se conscientizar cada vez mais deste dom, lembrarem de que não estão sozinhos
na luta do dia-a-dia, que Jesus caminha com eles, que Nossa Senhora, sua Mãe,
os acolhe e os protege e ter a fé no sacramento, acreditando que Deus não
permitirá que o casamento sucumba diante das dificuldades.
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