O período litúrgico da Páscoa
abrange 50 dias: inicia no domingo da Ressurreição e vai até o domingo de
Pentecostes. São 50 dias celebrando a vitória de Jesus sobre o pecado e a
morte, por isso um tempo de muita alegria. A igreja se veste de branco que representa
essa alegria e a paz oriunda da libertação do pecado e da abertura das portas
do Céu para cada um de nós.
Celebrar esse período é muito
importante, pois é uma forma de agradecer a Deus por esse grande dom de um dia
poder passar a eternidade com a Santíssima Trindade nas alegrias do Paraíso. Festejar,
comemorar é algo que aparece na Bíblia várias vezes. Por exemplo, no retorno do
filho pródigo, o pai explica ao irmão mais velho: “Convinha, porém, fazermos
festa, pois este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi
achado” (Lc 15,32). O livro do Apocalipse também fala de uma grande festa: “Alegremo-nos,
exultemos e demos-lhe glória, porque se aproximam as núpcias do Cordeiro. Sua
Esposa está preparada.” (Ap 19,7)
Alegria em meio às
dificuldades
É por isso que a Igreja nos
convida a passar esse tempo com espírito alegre, mesmo em meio às dificuldades
e sofrimentos do dia a dia. Essa alegria deve decorrer da nossa esperança da
felicidade eterna que nos foi prometida e conquistada por Jesus. Então, para
alimentar nossa esperança e fortalecer nossa alegria, devemos pensar muito no
Céu e comunicar essa boa nova aos outros.
O Céu é tão maravilhoso que é
quase impossível de descrever. Muitos santos tiveram o privilégio de poder ver
o Céu por alguns instantes. Santa Faustina nos conta: “27.11.[1936]. Hoje
estive no Céu, em espírito, e vi as belezas inconcebíveis e a felicidade que
nos espera depois da morte. Vi como todas as criaturas prestam incessantemente
honra e glória a Deus. Vi como é grande a felicidade em Deus, que se derrama sobre
todas as criaturas, tornando-as felizes, e então toda a honra e glória
precedente da felicidade voltam à sua fonte e penetram na profundeza de Deus,
contemplando a Sua vida interior - o Pai, o Filho e o Espírito Santo, a Quem
jamais compreenderão ou aprofundarão. Essa Fonte de felicidade é imutável
em Sua Essência, mas sempre nova, jorrando para a felicidade de toda a
criatura. Compreendo agora São Paulo, que disse: “Nem o olho viu, nem o ouvido
ouviu, nem jamais imaginou o coração do homem o que Deus preparou para aqueles
que O amam.” (Diário de Santa Faustina – 777)
Quando o sofrimento bater a nossa
porta, devemos lembrar das palavras de São Paulo: “Tenho para mim que os
sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que
nos deve ser manifestada” (Rom 8,18). E ainda: “Alegrai-vos sempre no
Senhor. Repito: alegrai-vos!” (Fl 4,4)
Ser anunciador do Céu
Pensar no Céu, desejar o Céu,
falar do Céu, especialmente para quem mais amamos, deve ser uma ocupação
predileta nesse tempo pascal. Levar essa mensagem de esperança também para os
que não tem fé e que estão sofrendo. A mensagem da conversão é uma mensagem de
libertação do jugo do pecado. Fomos resgatados por um alto preço e isso deve
causar grande alegria.
A alegria é contagiante. Quando
nos aproximamos de uma pessoa que está alegre, automaticamente nos sentimos
melhor e até esboçamos um sorriso. Como cristãos, devemos ser essa fonte de
alegria para os outros, pois sabemos o que existe um Céu com a felicidade
infinita que nos espera.
Formas de celebrar em família
O tempo Pascal deve ser celebrado
especialmente no seio familiar e o foco deve ser manter o ambiente familiar
sempre alegre. Elencamos aqui algumas sugestões para ajudar a manter esse
ambiente pascal em nossas casas:
- Sugerir um propósito para os membros
da família de procurar, pelo menos uma vez ao dia, causar alegria a alguém da
família. Pode ser um sorriso, um abraço, uma mensagem inesperada de carinho, um
telefonema, prestar um serviço, como guardar a louça ou arrumar a cama do
outro... Enfim, são inúmeros pequenos gestos que podem causar alegria à nossa família
- Fazer uma refeição especial
durante a semana, com direito a sobremesa caprichada
- Fazer um passeio no parque ou
uma noite de cinema em família
- Reunir a família para contarem
as bênçãos que tem recebido e serem gratos por elas. Cada um deve falar pelo
menos uma coisa boa que recebeu de Deus nos últimos dias
- Ajudar o próximo, seja levando
doação de alimentos, visitando lares de idosos ou ligando para alguém que há
muito não conversamos e pode estar se sentindo solitário
crédito da foto: Foto de Allef Vinicius na Unsplash