quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

OS SANTOS INOCENTES E O ABORTO



No dia 28 de dezembro comemoramos os Santos Inocentes, os meninos que foram mortos por Herodes na tentativa dele matar Jesus. Eles são os primeiros mártires, porque mesmo sem saberem, morreram por causa de Jesus.

O Pe. Léo comentou uma vez que esse exército dos Santos Inocentes aumenta a cada dia no Céu, pois as crianças que são abortadas também são mártires, que mesmo sem saber, morrem por causa do pecado original, pelo egoísmo, covardia e até ignorância de seus próprios pais. E se morrem em consequência do pecado do mundo, morrem no lugar de Jesus. E o mais incrível é que esse filho que foi abortado, um Santo Inocente, do Céu, intercede por seus pais, para que encontrem o caminho da misericórdia de Deus.

Muita coisa tem sido falada aqui no Brasil sobre o aborto, pois infelizmente estão tentando legalizar essa prática por aqui. Os que defendem o aborto afirmam que a intenção seria “proteger” as mulheres que já fazem o aborto ilegalmente, para que possa ter mais “segurança” em abortar. Porém, ninguém fala sobre os enormes traumas que essas mulheres sofrem ao abortar e que o melhor para elas seria dar condições para que pudessem levar sua gestação adiante e ter os seus bebês.

Caso o aborto seja legalizado, muitas mulheres serão coagidas a abortar, seja pelo pai de seu filho, pela família e até pelo médico, que lucrará com isso. O fato é que por ser ilegal, a mulher pensa duas vezes antes de se submeter a um procedimento de risco e tem a lei a seu favor para convencer quem poderia lhe pressionar a fazer o aborto.

Quando estava grávida da Júlia, minha quarta filha que tinha um problema genético e que provavelmente morreria no parto (a história inteira você pode ler aqui), sofri uma pressão enorme por parte do médico geneticista para que a abortasse. Mesmo sendo ilegal, ele “daria um jeito”. Ele chegou até a falar que eu poderia morrer se levasse a gravidez adiante e deixaria meus outros três filhos órfãos. Se eu tivesse a mínima dúvida sobre abortar ou não, ele teria me convencido. E eu teria sido privada do imenso privilégio que foi ser mãe da Júlia e ter o coração em paz, pois a amamos acima de tudo e fizemos tudo o que pudemos enquanto ela esteve aqui conosco. Essa paz que é roubada de toda mãe que aborta e que causa imensos danos psicológicos para toda a vida.

Durante a minha vida conheci três mulheres que pensaram em abortar quando descobriram a gravidez. Por graça divina, consegui convencer as três a terem seus bebês. Eu ainda tenho contato com duas delas, que me agradecem por tê-las apoiado num momento delicado de suas vidas e hoje podem ver seus filhos crescerem saudáveis. Hoje não conseguem imaginar suas vidas sem seus filhos.

Mas o que podemos fazer então frente a uma situação tão grave que é a possibilidade da legalização do aborto? Primeiro, rezar, fazer jejuns e sacrifícios para que os políticos sejam convencidos que a vida deve prevalecer sempre. Podemos também nos informar mais profundamente sobre os argumentos dos que defendem o aborto, para podermos rebater a cada um. Vários sites católicos já possuem esse material disponível.

E por fim, uma prática que conheci há algum tempo é a adoção espiritual de bebês que estão em risco de serem abortados. É muito simples fazer essa adoção: 1º) escolha um nome para o bebê que você está adotando espiritualmente; 2º) anote o dia em que está começando a adoção; 3º) anote a data provável do parto, que será 9 meses após o dia em que você começou a adoção; 4º) reze todo os dias a seguinte oração: “Jesus, Maria e José, eu os amo muito e imploro que poupem a vida de (nome do bebê), o bebê ainda não nascido que eu adotei espiritualmente e que está em perigo de ser abortado.”
Quem desejar mais informações sobre essa adoção espiritual, pode acessar aqui. Termino esse post com uma oração aos Santos Inocentes:


Ó Santos Inocentes, intercedei a Deus em favor de tantos bebês que continuamente são ameaçados pelo aborto. Abri o coração dessas mães e desses pais para que aceitem o grande presente que receberam, que é cuidar de uma alma imortal. Intercedei a Deus para que nos livre da aprovação de uma lei permitindo o aborto em nosso país. Intercedei também por todos os profissionais da saúde que praticam aborto, para que sua consciência mostre o mal que estão fazendo. Ó Santos Inocentes, intercedei por nós para que tenhamos sempre a força para lutar contra o aborto, sabendo que é uma guerra espiritual contra o demônio, revestindo-nos com a armadura de Deus. Amém.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

O DESAFIO DE LIDAR COM FILHOS ADULTOS


Chega o momento para todo pai e mãe em que os filhos crescem e começa uma nova fase no relacionamento, onde precisamos aprender a lidar com a realidade de que nossos “bebês” se tornaram adultos. São muitos os desafios dessa nova fase, tanto para os pais como para os filhos.

A primeira questão é saber quando efetivamente eles se tornam adultos... Como pais, parece que nunca estão maduros o suficiente. E para cada filho, essa maturidade pode chegar em um momento diferente. Porém, se formos pensar no aspecto legal em nosso país, adulto é toda a pessoa maior de 18 anos. Assim, devemos presumir que nossos filhos são adultos a partir dessa idade.

Durante toda a vida da criança e do adolescente, demos conselhos e mais conselhos, às vezes até sermões, afinal é nosso dever educa-los no caminho do bem. Mas agora na fase adulta, precisamos tomar cuidado com nossas palavras, mesmo que seja com a melhor das intenções. Para um filho adulto, não devemos já chegar falando o que pensamos. O ideal, em primeiro lugar, é pedir sua permissão. Isso mesmo: perguntar ao filho se pode dar sua opinião sobre determinada questão.

Claro que é estranho como pais, de repente pedir a permissão do filho para falar com ele, mas isso demonstra ao filho que você está reconhecendo que ele cresceu, que é um adulto, que tem livre arbítrio para tomar suas decisões e o máximo que você pode fazer nessa fase, é aconselhar SE ELE PERMITIR. E assim, pedindo permissão antes de falar, a chance dele escutar efetivamente seu conselho aumenta muito.

Outra questão é sobre obedecer as regras da casa. Isso você pode ser enfática: enquanto morar com você, o filho PRECISA OBEDECER as regras do lar, independentemente de que idade tenha. A casa é sua, então as regras também são. Você tem direito de exigir horário para chegar em casa, quem pode visitar ou dormir na sua casa, a necessidade de avisar se fará as refeições com a família (sob pena de ter que se arranjar na cozinha para comer depois), entre outras. Isso é questão de respeito e se ele morasse em qualquer outro lugar, com outras pessoas, também precisaria obedecer as regras.

Um aspecto que é particularmente difícil para as mães é com relação à independência emocional. Dependendo do temperamento do filho, mesmo adulto, poderá continuar com uma dependência emocional de seus pais que não é saudável. O filho precisa saber que deve assumir as consequências das escolhas que fizer e não pode ficar perguntando toda hora se deve fazer isso ou aquilo. No fundo, o que o filho deseja, é aprovação dos pais sobre suas decisões e isso pode ser resultado de carência afetiva e imaturidade emocional.

Portanto, cabem aos pais garantirem a seus filhos que eles são amados INDEPENDENTE DE SUAS ESCOLHAS e que se errarem, estarão a seu lado para ajudarem no que precisarem. Mas as decisões precisam ser tomadas pelos filhos e por mais que seja gostoso ter um filho adulto que está sempre pedindo a sua opinião, essa atitude não faz bem para ele.

A última dica é para quem tem filho ou filha casado. Os pais, especialmente aqueles que tem uma condição financeira melhor, tem a tentação de querer ajudar economicamente seus filhos casados. E isso também não é aconselhável. Querendo ou não, o pai que dá mesada para o filho casado, mesmo que seja na melhor das intenções ou para necessidades justas, como seria pagar a escola dos netos, tende a se intrometer mais na vida do casal, pensando que tem o direito de opinar sobre as decisões que seus filhos (com as noras e genros) tomam. Os filhos tem que aprender a viverem de acordo com sua própria renda. Depender economicamente dos pais é uma vida de ilusão e pode trazer muita discórdia no relacionamento do casal.

É claro que numa situação de emergência, como doença ou desemprego, os pais podem e até devem dar uma força. Mas não pode ser uma ajuda permanente, sem data para acabar. Desta forma, antes até dos filhos se casarem, precisam saber que não poderão mais contar com o dinheiro dos pais e deverão viver na condição financeira que a renda deles proporcionar.


Por fim, uma atitude que os pais com filhos de qualquer idade devem sempre fazer é REZAR por cada um de seus filhos, pelas noras e genros e pelos netos. A oração nunca é demais. Através da oração, mantemos uma vinculação espiritual saudável com nossos filhos e ela os sustentará em todos os momentos de suas vidas. A oração faz muito mais pelo filho do que nós podemos fazer. Ela os acompanha sempre, onde não podemos ir, até o mais profundo de seus corações. Então, rezem muito e sem cessar! Pais de joelhos, filhos em pé!