quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

ENSINANDO O SEU FILHO A ATINGIR OBJETIVOS


Nos dias de hoje é comum encontrar jovens que nunca terminam o que começaram a fazer. Pode ser uma faculdade, um curso ou até mesmo um emprego. No início estão super empolgados, mas depois de algum tempo, com as dificuldades do percurso, acabam desistindo e ficando frustrados. Como podemos ensinar os nossos filhos a atingirem seus objetivos, a terminarem o que começaram, em outras palavras, a serem perseverantes?

A perseverança pode ser ensinada a partir dos 7 ou 8 anos de idade, mas é uma habilidade que pode ser aprendida em qualquer fase da vida (claro que quanto antes, mas fácil será aprender). Iremos tratar aqui de dar orientações de como ensinar essa habilidade para crianças nessa faixa etária, inspirada pelo livro Parenting with Grace, de Gregory Popcak.

As duas áreas principais nas quais se pode trabalhar esse tema são a escola e a vida familiar. Em ambos os casos, as crianças, apesar de empolgadas no início, podem exibir relutância ou frustração quando assumem um nova responsabilidade ou aprendem uma nova lição, especialmente se eles não estão certos de que são capazes para esta tarefa. Sua resposta a esta relutância e frustração determinará a habilidade de seu filho de perseverar em tarefas durante sua vida. Se você ficar bravo ou frustrado com seu filho, eventualmente ele perderá a vontade e se sentirá incompetente. Se, ao invés, você não pressionar seu filho suficientemente, ele nunca aprenderá a pressionar a si mesmo para completar tarefas. Em ambos os casos, você corre um risco da criança chegar à adolescência sem nenhuma das habilidades que precisa para descobrir qual tipo de pessoa ele quer ser - muito menos o que quer fazer - quando ele crescer. Então, o quanto pressionar seu filho? E quanto é muito?

Encoraje com a Temperatura Emocional em Mente
Para responder a essas questões você precisa utilizar a escala da “temperatura emocional”. Em uma escala de 1 a 10, com "1" representando uma pessoa com altas doses de tranquilizantes, "4" representando uma pessoa que está indo bem em um dia normal, e "10" representando uma pessoa que está pronta para metralhar o primeiro que aparecer em sua frente, habilidade de resolver problemas começa a diminuir ao redor de 6,5.

Mantendo isso na cabeça, você pode pressionar seu filho para fazer o quanto ele é capaz sem levar seu filho - ou você mesmo - acima de 6,5. Passado deste ponto, você acabará gritando com seu filho e seu filho simplesmente se desligará emocionalmente da situação.

Lidando com a Resistência à Perseverança
Se seu filho está lutando para cumprir uma tarefa (uma lição de casa ou a limpeza do quarto, por exemplo) e você quer encorajá-lo sem pressionar muito, tente o seguinte:

Primeiro: deixe claro que não há dúvida que ele deverá cumprir a tarefa. Pode levar mais tempo que originalmente planejado; ele pode precisar fazer algum intervalo e depois voltar, mas ele terá que terminar o trabalho. Por que? Porque você acredita na capacidade de seu filho de fazê-lo e você não deixará por menos. No processo, esteja disposto a dar tudo o que você pode dar de si mesmo, seu tempo, seu próprio esforço para ver que seu filho é bem sucedido naquela tarefa. Apenas tenha cuidado para não fazer por ele e também evite sermões.

Em segundo lugar, fique atento a temperatura emocional sua e de seu filho. Se seu filho começar a passar de 6,5 (por exemplo, ele não consegue mais pensar claramente, está cometendo erros estúpidos, ou está se irritando com cada pequeno aspecto do trabalho) ou se você está chegado ao ponto de começar a procurar por um chicote e uma cadeira, sugira um intervalo. Por um intervalo quero dizer, preferencialmente, um curto recesso de mais ou menos quinze minutos no qual seu filho possa "soltar o vapor" e vocês dois possam clarear suas mentes. Apesar de recomendarmos ensinar seu filho a ter intervalos apropriados, não recomendamos deixar seu filho correr para brincar por doze horas no meio de uma tarefa ou lição. Uma vez que o trabalho é iniciado, você deve ensinar seu filho a permanecer nele até ele ser terminado; mas você também deve ensinar como se relacionar com o trabalho de uma maneira saudável.

Ser um bom trabalhador é como ser um bom pescador na medida em que precisa saber quando puxar a linha ou quando deixa-la solta; mas você não para enquanto o peixe não está no balde. Da mesma forma, precisamos ensinar nossos filhos a aproximarem das tarefas com tenacidade sã, integrar o trabalho duro com intervalos que restauram a mente até o trabalho ser concluído. Seguindo estes passos consistentemente e fielmente, você aumenta as chances de seu filho aprender a persistência que o mundo (e também a vida cristã) requer para o sucesso.


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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

EXAME DE CONSCIÊNCIA DAS OBRAS DE MISERICÓRDIA ESPIRITUAIS PARA MÃES OCUPADAS

Esse post foi feito pela minha amiga Michele Fahenle, que me autorizou a traduzi-lo e compartilha-lo aqui. Apesar de ter sido escrito pensando nas mamães, todos podem aproveitar a reflexão.

Como mães ocupadas, sabemos como é difícil equilibrar a vida familiar e as obras de misericórdia. Esse exame de consciência é um guia para nos ajudar a pensar e buscar os outros na luz da mensagem do Evangelho. Durante este Ano Extraordinário da Misericórdia, somos chamadas a ser reservatórios de misericórdia para os outros. Que melhor maneira de sermos um reservatório do que reservar algum tempo para examinar nossa consciência e passar tempo com o Senhor no tocante a nossa vocação como esposas, mães e “aquelas que fazem”?

1.  Advertir o Pecador
- Como eu advirto meus filhos? Eu perco o controle?
- Eu julgo aqueles que pecam e não faço nada para ajuda-los?
- Eu afasto aqueles que precisam de auxílio e somente fico perto daqueles que “amam a Deus?

2. Instruir o Ignorante
- Como eu trato os outros que acredito serem ignorantes?
- Eu falo com desprezo com os outros que acredito estarem “abaixo do meu nível de formação na fé”?
- Quando Deus abre uma porta para eu compartilhar a minha fé, eu ando para outra direção e evito esses tipos de conversas?
- Eu julgo os ignorantes e exijo que estejam nos mesmos padrões que eu?

3. Aconselhar os que tem Dúvidas
- Eu falo mais que ouço quando estou dando conselhos?
- Eu falo com desprezo aos outros, me colocando em uma posição de superioridade?
- Estou disposta a tirar um tempo de minha vida tão atarefada para aconselhar alguém que esteja passando por um momento difícil?
- Sou capaz de ser uma amiga verdadeira?

4. Confortar os que Sofrem
- Como eu conforto os outros? Eu mostro simpatia e apoio?
- Eu estou muito ocupada para me preocupar com a perda que outros sofreram? A minha agenda está tão cheia que não tenho tempo para pensar nos outros?
- Eu conforto e me compadeço dos outros que estão sofrendo?

5. Suportar com Paciência as Adversidades
- Eu reclamo das minhas cruzes?
- Eu foco demasiadamente nos males que fizeram para mim? Eu dou muita atenção a isso e perco meu tempo com isso?
- Sou paciente com Deus, com minha família e com os outros?
- Eu diminuo o ritmo suficientemente para ver Deus trabalhando em minha vida, ou eu apenas vejo as coisas que não estão dando certo?

6. Perdoar Todas as Ofensas
- Eu perdoo os outros quando eles pedem perdão?
- Eu perdoo aqueles que não me pedem perdão, mas que me machucaram?
- Eu guardo rancor? Apesar de querer perdoar, eu nunca esqueço?
- Eu mantenho uma longa lista das ofensas que os outros cometeram contra mim e minha família?

7. Orar pelos Vivos e pelos Mortos
- Eu acredito que minhas orações tem valor?
- Eu tiro um tempo para pensar naqueles que já se foram?
- Eu me lembro de rezar por aqueles que pediram as minhas orações?



segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

MAIS IDEIAS PARA QUARESMA DE SEUS FILHOS

Hoje continuamos com as dicas para a Quaresma de seus filhos, que foram extraídas do site: http://www.pbgrace.com/lent-ideas/
Por que jejuamos?
- como penitência: através de todo o Antigo Testamento, as pessoas se cobriam de cinzas, tiravam suas roupas finas e jejuavam para expressar seu arrependimento do pecado. O jejum serve para o mesmo propósito nos dias de hoje.
- para dar lugar a Deus: ao esvaziarmos a nós mesmos, mesmo se for apenas um pouquinho, damos lugar para Deus entrar em nossas vidas mais plenamente. Quando o jejum e a abstinência forem difíceis, nós nos voltamos a Deus em oração para nos ajudar.
- fortalecimento da vontade: jejuar é uma disciplina espiritual; da mesma forma que o exercício físico deixa nosso corpo mais forte, o jejum fortalece nossa vontade. Ao negar a nós mesmos coisas pequenas, fortalecemos nossa vontade para resistir ao pecado em outras áreas de nossas vidas.
- como preparação para a missão: para os cristãos, o jejum imita os quarenta dias que Jesus passou no deserto. Da mesma forma que Jesus usou esse tempo para se preparar para a sua missão pública, jejuar nos prepara a continuar a missão dele no mundo.
- solidariedade com o Cristo sofredor: mesmo os pequenos sofrimentos que experimentamos enquanto jejuamos nos deixa mais próximos do Cristo sofredor – e de todas as pessoas que sofrem de fome, má nutrição e abuso diariamente.
Doação (esmola)
A doação (tradicionalmente chamada de esmola) é uma prática espiritual que é um ato de caridade, especialmente quando sua doação vem de um sacrifício pessoal. Quando falar para seus filhos sobre ideias para doação, compartilhe com eles a história da oferta da viúva (Lc 21, 1-4). A viúva pobre ofertou duas pequenas moedas ao tesouro do Templo, mas porque ela deu tudo o que tinha, Jesus disse que ela deu mais do que aqueles que deram grandes quantias de dinheiro tiradas de sua fartura. A lição: é o tamanho da sua generosidade e não a quantidade, que faz a diferença.
Seguem aqui mais algumas ideias para seus filhos praticarem na Quaresma:
1. Faça um ato de gentileza aleatório todos os dias: pode ser escrever um bilhetinho de agradecimento para alguém; escrever o que mais gosta de cada membro da família e entregar para cada um; faça um elogio a cada pessoa que encontrar durante o dia; perguntar uma vez por dia a outro membro da família: “como posso te ajudar hoje?”
2. Dividir: estimular as crianças a compartilharem seus brinquedos ou espaço no quarto com os outros irmãos, de maneira gentil. Ou estimule as crianças a doar o dinheiro que economizaram com seus sacrifícios (p. ex. com “porcarias”) e doar para uma instituição de caridade.
3. Praticar estar presente: os adolescentes podem se comprometer em desligar seus telefones (ou outros aparelhos eletrônicos). Ainda melhor, crie uma área sem telefone (como a mesa de jantar).
4. Compartilhe estórias: As crianças e adolescentes devem ser incentivados a compartilhar suas histórias para superar sua resistência em serem abertos e vulneráveis com os outros. O outro lado disso é pedir para que os pais, avós ou outros adultos compartilhem também suas histórias, principalmente de quando eram crianças.
5. Aprenda e se responsabilize por uma nova tarefa doméstica: pode ser lavar a louça no fim de semana, passar aspirador no quarto, guardar suas roupas, varrer a calçada, tirar o lixo, etc.
Ideias de Orações para Crianças e Adolescentes
A oração é essencial para vivermos a fé cristã. Ela enriquece nossa vida espiritual e quando rezamos estamos aptos a deixar Deus trabalhar através de nós ao invés de tentarmos fazermos do nosso jeito. A oração é uma forma de demonstrarmos nosso amor a Deus, pois se amamos, queremos sempre estar conversando com a pessoa amada. E a oração é isso: uma conversa com Deus.
Seguem algumas sugestões de formas de oração para as crianças e os adolescentes:
1. Reze o terço durante o dia: as crianças e adolescentes poderão carregar um terço com eles, para rezarem durante o dia. Não precisa rezar tudo de uma vez, pode ser um mistério, por exemplo, no caminho para a escola. Depois continua na hora do almoço e assim vai durante o dia para rezar o terço completo.
2. Vista sua fé: as crianças podem ser estimuladas a usarem símbolos cristãos (colar, pulseira ou camiseta), como testemunha de sua fé e para lembra-los de viverem suas crenças de uma maneira mais consistente.
3. Conheça Jesus: Conheça mais Jesus lendo os Evangelhos nesta Quaresma. Peça para as crianças lerem partes do Evangelhos em Bíblias apropriadas para cada idade, ou leiam junto como família. Podem aprimorar esse conhecimento assistindo filmes sobre a vida de Jesus, como A Paixão de Cristo, de Mel Gibson (crianças pequenas podem ficar muito impressionadas, então verifique outros filmes mais apropriados para a idade de seus filhos).
4. Reze três vezes por dia: é importante manter contato com Deus durante o dia. Estabelecer horários para fazer uma simples oração pode ajudar muito no crescimento de nossa fé e do nosso relacionamento com Deus. Rezar de manhã, na hora do almoço e a noite pode ser um começo. Os mais velhos podem colocar alarmes no celular para se lembrarem de rezar.
5. Faça uma confissão: se a sua família ainda não se confessou esse ano, agende uma para essa época da Quaresma. Se vocês já se confessam regularmente, tente aumentar essa frequência durante a Quaresma. A confissão é um sacramento que traz muitas graças para aquele que está recebendo. Assim, devemos estimular nossos filhos a confessarem regularmente (uma vez ao mês). Com essa prática, eles começam a ver a confissão como algo normal, que faz parte da vida espiritual deles e isso faz um bem enorme para suas almas.
6. Vá a missa durante a semana: a Eucaristia é o momento mais íntimo de nosso encontro com Jesus. Durante a Quaresma, estimule seus filhos a irem pelo menos mais uma vez durante a semana na missa (além, claro, do domingo).
7. Reze a Via Sacra: a Via Sacra nos faz lembrar das últimas horas da vida de Jesus, de todo sofrimento que passou para nos salvar. Para as crianças, existem Via Sacra infantis, com uma linguagem mais apropriada. Vocês podem combinar de rezar a Via Sacra uma vez por semana (de preferência as 6ª feiras) em família.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

JEJUM, ESMOLA E ORAÇÃO: VÁRIAS IDEIAS SOBRE O QUE AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES PODEM FAZER NA QUARESMA



O post de hoje é uma tradução e adaptação autorizada. Iremos dividir em duas partes, para não ficar muito longo. Veja o post original neste link: http://www.pbgrace.com/lent-ideas/
O jejum, a esmola e a oração são o coração dos quarenta dias de Quaresma. Aqui estão algumas estratégias para ajudar seus filhos a se envolverem nessas práticas tradicionais penitenciais.
A maioria dessas ideias são para crianças de 6 anos ou mais. (A melhor maneira de introduzir as crianças mais jovens nas práticas da Quaresma é elas verem os adultos e crianças mais velhas praticando; use a curiosidade natural delas e a vontade de serem “gente grande” para falar sobre o que você está fazendo e o porquê).
 O que é Quaresma?
Uma boa maneira de começar a Quaresma é simplesmente perguntar a seus filhos, no jantar ou mesmo no carro, o que é a Quaresma. Aqui estão alguns tópicos para a conversa:
- as raízes da Quaresma vão até a Igreja primitiva, onde aqueles que desejavam se tornar cristãos eram submetidos a um período de preparação antes de seu batismo. Era limitado apenas aos catecúmenos (aqueles que estavam se preparando para entrarem na Igreja), mas depois toda a Igreja adotou a prática de “renovação” do batismo através de um período de penitência e um novo comprometimento à vida cristã.
- atualmente a Quaresma é um tempo quando todos os batizados são chamados a renovar seu compromisso batismal. A chave para uma observância fecunda dessas práticas é reconhecer seu vínculo com a renovação do batismo. Somos chamados não só a nos afastarmos do pecado durante a Quaresma, mas para um verdadeira conversão de nossos corações e mentes como seguidores de Cristo.
- tradução para crianças mais novas: “A quaresma é um tempo onde lembramos nosso batismo ao nos afastarmos do pecado e fazendo o bem no nosso dia a dia”
- as práticas tradicionais da quaresma que são extraídas do Sermão da Montanha de Jesus são: esmola (Mt 6, 2-4), oração (Mt 6, 5-15) e jejum (Mt 6, 16-18)
Ideias para o Jejum de Crianças e Adolescentes
O jejum e a abstinência são as práticas de abrir mão de algo (p. ex., comida ou carne) para nos afastarmos do pecado e nos aproximarmos de Deus. Não é apenas uma forma de penitência, mas uma disciplina spiritual que nos ajuda a criarmos espaço para Deus, fortalecermos nossa vontade, nos preparamos para a nossa missão, e nos colocarmos em solidariedade com os sofrimentos de Cristo e as pessoas que sofrem ao redor do mundo.
Apenas os adultos (18 a 59 anos) são obrigados a jejuar (apesar que adolescentes maiores que 14 anos são obrigados a se absterem de carne na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira santa). Além dessa obrigação, todos são convidados a escolher práticas penitenciais individuais durante a Quaresma. Começando na idade de 5 ou 6 anos, as crianças podem ser estimuladas a “fazer algum sacrifício” ou adotar uma prática positive, como uma forma de entrarem no espírito da Quaresma.
Quando encorajarem seus filhos a jejuar, ajude-os com algumas ideias criativas. O ideal é fazer desse jejum algo concreto e mensurável. Por exemplo, ao invés de falar “eu não vou mais brigar com minha irmã”, sente-se com a criança e veja algumas ações específicas que podem levar a uma “conversão” nessa área. O que causa as brigas? Se o problema for pegar algo emprestado sem pedir, faça disso o propósito da Quaresma: “pedir emprestado antes de pegar algo da minha irmã”. É bom colocar algum tipo de lembrete, por exemplo, no quarto ou guarda-roupas da criança, para que ela lembre-se de que tem um propósito a cumprir.
Aqui estão algumas ideias sobre o que seus filhos podem abrir mão para a Quaresma:
1. Abra mão dos “suspeitos” tradicionais: doces, videogames, celulares (ou crie “zonas de silêncio” sem eletrônicos), refrigerantes, “porcarias”, media social, ou algum outro tipo de conforto.
2. Silêncio: os monges praticam o silêncio para ouvirem melhor a Deus. Sua família também pode fazer isso, ao desligar o rádio (talvez apenas no carro), desligar a TV, fazer uma refeição em silêncio (ou enquanto ouvem música sacra), ficar em silêncio nos 15 primeiros minutos do dia, ou até mesmo fazer um dia de silêncio.
3. Fazer do seu quarto um deserto: Jesus passou 40 dias no deserto. Crianças e adolescentes podem imitar seu exemplo ao fazer do seu quarto mais parecido com um deserto, ao remover fotos e pôsteres das paredes, tirar o tapete, esvaziar o guarda roupas das coisas supérfluas, deixando só o essencial, guardar as decorações do quarto (brinquedos, pelúcias, etc) durante esse período.
4. Enxugue seu guarda roupa: as crianças podem contar o número de roupas que possuem e selecionar 10% para usarem durante a Quaresma (para inspirações, leiam as histórias dos santos que deram todas suas roupas para os pobres). No final da Quaresma, eles podem considerar doar algumas das roupas que eles não usaram.
5. Escreva sua briga: crianças mais velhas podem diminuir as discussões entre os irmãos ao escrever suas queixas ao invés de faze-las verbalmente. Você pode imprimir “formulários de reclamação” que incluam guias para reformularem suas queixas usando uma linguagem apropriada (sem agressões).
6. Ceda o seu lugar: se os “lugares”, por exemplo, sempre ter um lugar específico no carro ou na mesa, ou brigar constantemente por causa de quem será o “primeiro” for uma questão importante para seus filhos, isso é uma opção para abrir mão na Quaresma. Leia e fale sobre o ensinamento de Jesus sobre o “primeiro” e o “último” lugar (Mc 10, 41-46)
7. Coloque-se no lugar do pobre: durma no chão: um dos objetivos de jejuar é nos lembrar da condição do pobre, especialmente daqueles que não tem o necessário para as necessidades básicas da vida. Seus filhos podem destacar esse elemento ao abrir mão de algo que simbolize uma necessidade básica que o outro pode não ter. Por exemplo:
- dormir no chão, e não na cama, para praticar a solidariedade com aqueles que não tem casa
- beber apenas água e leite, em solidariedade com aqueles que não tem água limpa para beber
- não comprar nada para si mesmo (exceto o que seja estritamente necessário), em solidariedade com aqueles que devem viver com menos de R$ 5,00 por dia
olidariedade com aqueles que devem viver com menos de R$ 5,00 por dia
8. Abra mão de seu cabelo: o que você faz com seu cabelo é uma expressão de sua identidade, por isso muitas histórias da Bíblia (como a de Sansão) e da vida de santos (como de Sta. Clara de Assis) envolvem o cabelo. Se o cabelo for muito importante para os adolescentes, eles podem considerar abrir mão dele na Quaresma. Uma ideia é doar para o Cabelegria (http://www.cabelegria.com.br/), uma ONG que faz perucas para crianças e mulheres com câncer.

photo credit: <a href="http://www.flickr.com/photos/21074909@N06/5528045794">DSC_8457</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/">(license)</a>

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

APRENDENDO COM ADÃO E EVA - PARTE 2

No post da semana passada, baseado no livro The Top Ten Most Outrageous Couples of the Bible, de David Clarke, vimos toda a dinâmica que levou Adão e Eva a pecar. Hoje veremos como podemos evitar esse mesmo erro em nosso relacionamento.

Uma ideia revolucionária para o casamento
Uma coisa que 99% dos casais não possuem, mas que pode proteger você de um pecado conjugal grave e dar a você um nível profundo de intimidade, é um casamento caracterizado por uma honestidade total sobre seu ponto fraco.

Vocês devem revelar um ao outro os comportamentos pecaminosos que o demônio provavelmente poderá tenta-los a fazer. É hora de falar sobre seus pecados, mesmo que ainda estejam em estado potencial ou se já estiverem no modo de total destruição. Não deve haver mais segredos, nem negação, nem mentiras.

Na maioria das vezes, seu pecado é obvio e seu cônjuge sabe exatamente qual ele é. Em outros casos, seu pecado é segredo e seu cônjuge não tem a menor ideia do que você está fazendo. Seja qual for o caso, sente com seu cônjuge e revele tudo o que você sabe sobre seu comportamento prejudicial. 

Quando começou, por que você acha que começou, a dor do passado que pode ser a força poderosa de seu pecado, o que você fez até agora nessa área do pecado. Forneça todos os detalhes.

Identifique os gatilhos que podem colocar você no caminho rumo ao pecado. Fale como o demônio tenta você para pecar. Discuta as racionalizações que você usa para se desculpar e justificar seu pecado. Fale porque você continua pecando nessa área. Quais são as recompensas? Quais são as necessidades que você está tentando satisfazer?

Fale sobre a culpa e a vergonha. Admita que você está errado. Descreva os danos que seu pecado fez em você, em seu relacionamento com Deus e em seu casamento. Permita que seu cônjuge expresse todos os sentimentos que tem em relação a seu pecado. Responda todas as perguntas que ele fizer. A cura e o começo da confiança virá através de muitas conversas desse tipo com seu cônjuge.

Peça ajuda a seu cônjuge para lidar com seu padrão de comportamento pecaminoso. Comprometa-se a dizer para seu cônjuge quando estiver seriamente tentado a pecar em sua área de fraqueza. Comprometa-se a dizer a seu cônjuge sempre que estiver começando a racionalizar no processo de cometer seu pecado.

Combine com seu cônjuge que na hora da tentação ou racionalização, você irá chama-lo antes de você agir em seu desejo de pecar. Em resposta, seu cônjuge concorda em falar a verdade de maneira amorosa. Ele irá apoiar você e te dar mais força para resistir à tentação. Combine que irão rezar juntos pedindo a Deus ajuda quando forem tentados. Serão vocês dois e Deus contra o demônio.

Não estou sugerindo que você revele a seu cônjuge cada tentação ou pensamento pecaminoso que você tiver, pois isso levaria vocês dois à loucura. Mas quando você realmente estiver lutando com a tentação, ou os pensamentos recorrentes persistirem, e você estiver em perigo real de agir de acordo com tais pensamentos, esse é o momento de dizer a seu cônjuge o que está acontecendo.

Tenha em mente que não será apenas um de vocês sendo totalmente honesto com o outro. Serão os dois, porque cada um de vocês tem um área de pecado grave em potencial. É por isso que um apoiará o outro, rezarão um pelo outro e se responsabilizarão mutuamente.

Confesse regularmente. O Sacramento da Reconciliação nos dá as graças necessárias para vencermos a luta contra o pecado e contra as tentações. A Igreja pede que nos confessemos ao menos uma vez ao ano, mas para conseguirmos progredir nessa luta contra as tentações, precisamos nos confessar mais frequentemente, por exemplo, todo mês. Para confessarmos não é necessário termos cometido um pecado grave. Podemos e devemos confessar nossas imperfeições, nossas pequenas faltas contra nós mesmos, contra Deus e contra o próximo, sendo que nosso próximo mais próximo é o nosso cônjuge.

“Com efeito, a confissão regular dos nossos pecados veniais ajuda-nos a formar a nossa consciência, a lutar contra as más inclinações, a deixarmo-nos curar por Cristo, a progredir na vida do Espírito. Recebendo com maior frequência, neste sacramento, o dom da misericórdia do Pai, somos levados a ser misericordiosos como Ele” (CIC 1458)

É claro que isso não é uma coisa fácil de fazer. Mas é a melhor maneira de lidar com seu pecado. Quando seu pecado foi revelado e vocês estão trabalhando como uma equipe para afastá-lo, vocês ganharão uma intimidade incrível. Se vocês conseguem conversar sobre suas tentações e pecados, vocês conseguem conversar sobre tudo. Sua abertura para falar de seus padrões pecaminosos irá se espalhar para as outras áreas de sua vida e sua comunicação alcançará níveis que você jamais sonhou ser possível.

Exemplos práticos
Tomemos como exemplo um marido que é viciado em trabalho e uma esposa que se concentra demasiadamente nos filhos. Essas são as áreas onde ambos podem potencialmente pecar.

Se o marido não aprender a reduzir os hábitos de trabalho com a ajuda da esposa, o casamento pode ser arruinado. Se a esposa não aprender a colocar o marido acima dos filhos, danos terríveis podem ocorrer no matrimônio. Com o passar do tempo, esses hábitos podem causar tanto dano ao casamento como o alcoolismo, adultério, abuso verbal ou outros pecados mais “dramáticos”.

Marido e mulher devem continuamente trabalhar como equipe para evitar pecar naquelas áreas. Ao trabalhar juntos com honestidade, cada um pode obter um grande controle sobre esses comportamentos e esse trabalho em equipe pode produzir uma maravilhosa intimidade. Tanto o vício no trabalho como uma ênfase exagerada nos filhos continuarão como lutas, mas como um time de “uma só carne”, a cada dia é possível superá-los.

Caso o pecado já tenha devastado seu relacionamento, formar um time com seu cônjuge com abertura e honestidade pode levar a uma completa cura e restauração. Juntos vocês podem ficar longe de outros pecados prejudiciais naquela área.

Aprenda com a total falta de trabalho em equipe de Adão e Eva. Tenha coragem de se tornarem companheiros de luta contra o pecado. Você nunca se arrependerá se fizer isso.

Exercícios práticos:
1. Nomeie as áreas em seu casamento onde vocês formam um bom time. Quais foram os benefícios desse trabalho em equipe?

2. Nomeie algumas áreas em seu casamento em que vocês não formam um bom time. Quais foram os resultados negativos de não jogarem no mesmo time nessas áreas?

3. Conte a seu cônjuge as áreas em que você está propenso a pecar. Se sua área de fraqueza ainda não causou danos a seu relacionamento, descreva para seu cônjuge quais danos poderia causar. Peça para seu cônjuge descrever os danos que seu pecado em potencial pode causar.

4. Se o seu pecado já causou sérios danos – a você, a seu cônjuge, a sua família e a Deus – descreva o dano que você causou. Peça para seu cônjuge descrever o dano que seu pecado causou.

5. Concordem em trabalhar como um time contra seus pecados. Concordem em dizer um ao outro imediatamente quando estiver seriamente tentado pelo demônio em sua área de fraqueza. Peça o apoio de seu cônjuge em lutar contra o seu potencial para pecar.

6. Faça uma pequena oração agora mesmo pedindo para Deus vir junto de vocês como casal e lhes dar poder para derrotar seus pecados.
7. Procure fazer uma boa confissão.

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