terça-feira, 31 de outubro de 2017

QUAL A FINALIDADE DA SUA VIDA?

Essa pergunta só faz sentido para um ser humano. Um animal não tem capacidade intelectual para pensar sobre o sentido da própria vida. Ele vive para comer, dormir e se reproduzir. Nada mais. Já o ser humano, sente um anseio sobre o sentido de sua vida, a razão pela qual existe. Quem não sabe a resposta para essa pergunta ou a responde de maneira equivocada, acaba vivendo de forma muito semelhante aos animais.

Todo batizado deveria ter na ponta da língua a resposta para a finalidade da sua vida: estar, um dia, junto do Pai Criador, no Céu. O grande problema é que muitos cristãos vivem como os pagãos, colocam o sentido de sua vida no dinheiro, no prazer, no poder. Esquecem que o tempo que passarão na terra é muito breve, porém, sua alma é eterna, jamais morrerá e acabam por trocar a felicidade sem fim, por um breve tempo de gozos e alegrias. Jesus mesmo chama essas pessoas de loucos! “Mas Deus lhe disse: Louco! Nesta mesma noite você vai ter que devolver a sua vida. E as coisas que você preparou, para quem vão ficar? Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico para Deus.” (Lc 12, 20-21)

Não há nada mais importante nesse mundo do que cuidar do destino da própria alma e das almas das pessoas que convivem conosco. É certo que precisamos cuidar da nossa subsistência, mas sem preocupações excessivas, pois, de uma hora para outra, a vida acaba e prestaremos conta sobre como gastamos o nosso tempo. Onde ficam os bens que acumulamos, as horas que passamos na frente de uma tela, o cargo que ocupamos, o tempo que gastamos buscando mais dinheiro, mais prazer? Não levaremos nada conosco. Tudo fica para trás.  

A questão é muito simples: você acredita que possui uma alma imortal que tem a possibilidade de passar a eternidade junto de Deus, pois Jesus Cristo te libertou da escravidão do pecado? Se a resposta for positiva, então a pergunta é: o que você está fazendo para que efetivamente sua alma vá para o Céu?

Precisamos estreitar a cada dia o nosso relacionamento com Deus, sermos íntimos dele, perguntar o que podemos fazer para agradá-lo, para retribuir tanto amor que recebemos todos os dias. Afinal, como você quer passar a eternidade com Deus se não o conhece, se não se relaciona com ele enquanto está aqui na terra? Não tem lógica nenhuma passar a vida como se Deus não existisse e depois de morrer querer ter um lugar junto dele no Paraíso.

Hoje infelizmente muitas pessoas querem passar a imagem de um Jesus “light”, que não exige nada, e que é só misericórdia e que todos serão salvos, independente de seus atos. Isso é enganação do inimigo de Deus. A salvação é para todos, mas Deus respeita a nossa liberdade de escolher o que fazemos com nossa vida. Sua divina providência vai procurar oferecer todos os meios para que aceitemos a salvação, mas no fim, depende da vontade de cada um.

Mas então isso significa que aqui só vou sofrer e não posso sentir prazer? Claro que não! Deus fez todos os prazeres desse mundo para aliviar o nosso fardo e para não desanimarmos na luta, mas devemos gozá-los de maneira moderada e não ficar buscando desesperadamente só o prazer pelo prazer, como se a nossa vida se resumisse ao que sentimos aqui.


“Se vocês foram ressuscitados com Cristo, procurem as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Pensem nas coisas do alto e não nas coisas da terra. (...) Façam morrer aquilo que em vocês pertence à terra: fornicação, impureza, paixão, desejos maus e a cobiça de possuir, que é uma idolatria. (...) Agora, porém, abandoem tudo isso: ira, raiva, maldade, maledicência e palavras obscenas, que saem da boca de vocês. Não mintam uns aos outros. (...) Como escolhidos de Deus, santos e amados, vistam-se de sentimentos de compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem-se mutuamente, sempre que tiverem queixa contra alguém. Cada um perdoe o outro, do mesmo modo que o Senhor perdoou vocês. E acima de tudo, vistam-se com o amor, que é o laço da perfeição.” (Colossenses 3, 1-14)

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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

A PUREZA NO SÉCULO XXI

As coisas puras sempre tiveram um grande valor na sociedade: quanto mais pura a água, melhor; quanto mais puro o ouro, maior o valor de mercado; os animais puro sangue são os mais valorizados. A pureza, segundo o dicionário, é a condição daquilo que não tem mistura ou impurezas, ou seja, uma coisa pura é 100% ela mesma.

E quando falamos de uma pessoa pura, de uma alma pura? Por incrível que possa parecer, todos nós gostaríamos de possuir um diamante puro e até faríamos muito esforço para obtê-lo, porém, quando falamos em buscar possuir uma alma pura, quase ninguém está disposto a se sacrificar por isso. A pureza da alma é confundida com ingenuidade, com uma pessoa “boba”, inocente. “Coisa de criança”, que as pessoas adultas e maduras não precisam se preocupar.

Porém, Jesus mesmo nos ensinou: “Felizes os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5,8). A pureza é uma virtude que deveríamos lutar muito para conseguir, pois o fruto dessa atitude é conseguir ver a Deus. Não apenas ver Deus depois que morrermos, mas quem tem um coração puro consegue ver o agir de Deus em sua vida enquanto está ainda aqui na Terra. Enxerga cada acontecimento como uma saudação de amor do Pai para a sua vida e tem mais clareza de como deve responder a tantas provas de amor. Consegue entender melhor a ação da divina providência no cotidiano, nos acontecimentos da história e reconhece sua presença nas pessoas com as quais encontra e convive.  

A pessoa que busca a pureza é uma pessoa que busca tirar de seu coração tudo aquilo que a impede de ser ela mesma, ou seja, que a impede de ser aquilo que Deus sonhou que ela fosse para realizar sua missão. É uma pessoa que luta, dia a dia, para vencer os seus defeitos e ser uma pessoa melhor.

A pureza também está intimamente ligada com a nossa sexualidade, pois o corpo é o instrumento da alma, não podemos separar um do outro. Só há separação do corpo da alma, quando morremos. Para ter um coração puro, uma alma pura, é necessário que as paixões e instintos que fazem parte do nosso corpo, sejam devidamente ordenados e treinados.

Precisamos treinar nosso olhar e nosso desejo de usar o nosso corpo e o corpo do outro apenas para um prazer egoísta e passageiro. São Paulo nos ensina: “A vontade de Deus é que vivam consagrados a ele, que se afastem da libertinagem, que cada um saiba usar o próprio corpo na santidade e no respeito, sem deixar-se arrastar por paixões libidinosas, como os pagãos que não conhecem a Deus. (...) Deus não nos chamou para a imoralidade, mas para a santidade.” (1Tes 4, 3-5.7)

Vivemos num mundo pagão, onde tudo remete ao uso desordenado de nossa sexualidade. Todos os meios de comunicação apelam para os instintos sexuais, com a finalidade de nos tornar mais animais e assim, mais suscetíveis à manipulação e exploração. Aquele que não controla seus instintos, certamente será um consumidor impulsivo, gastará mais dinheiro para ter um corpo mais “desejável”, mas ao usar e ser usado, sentirá um grande vazio na alma que tentará preencher consumindo mais coisas. E o ciclo está formado.

Portanto precisamos nos libertar dessas influências negativas, tomando muito cuidado com o que deixamos entrar em nossas casas e em nossas almas através da televisão e da internet. Precisamos dizer um grande NÃO a toda imoralidade que tentam passar como se fosse algo natural e bom. Precisamos lutar para trocar de canal, para fechar aquela página da internet, para não comprar aquela revista, para usar uma forma de linguagem mais polida, sem palavrões ou palavras chulas. Como diz Santa Madre Teresa de Calcutá, seremos uma pequena gotinha de água pura em meio a um oceano poluído, mas se cada um lutar para purificar a sua gotinha, um dia o oceano também se purificará.

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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

MEDO DE FILHO

Vivemos em uma sociedade que tem cada vez mais aversão a crianças, chegando agora ao extremo de muitos estabelecimentos, como restaurantes, pousadas e hotéis, não permitirem a entrada dos pequenos, reforçando o estilo de vida “child free”, ou seja, sem filhos.

Infelizmente nossa sociedade hoje não enxerga os filhos como dons, como presentes, mas como um “mal necessário”, como um fardo, como fonte de despesas sem fim. Essa aversão aos filhos também é fruto de uma mentalidade que busca o prazer, mas não aceita suas consequências. É fruto do egoísmo onde o bem estar pessoal está acima do que é o bem comum, o bem da família, o bem da sociedade. 

Todos nós, de alguma forma, estamos contaminados por essa visão antinatalista e precisamos tomar o cuidado de enxergar quando estamos aderindo a essa mentalidade e tentar nos livrar dela. Precisamos nos questionar se usamos a expressão “evitar filhos”, ou “correr o risco de engravidar”, ou ainda se falamos sobre “como é difícil educar os filhos hoje em dia”, “como filho dá despesa”, “não vejo a hora deles crescerem e saírem de casa”.

Como reagimos quando um casal nos comunica uma gravidez? Sempre nos alegramos, ou ficamos pensando “nossa, nestas condições eles não deveriam engravidar...”. Ou, “coitada, está gravida de novo!”, “corajosa, você, hein?!”. Pensamos que ter muitos filhos hoje em dia é coisa de “loucos” ou irresponsáveis? 

Agindo dessa forma acabamos também influenciando nossos próprios filhos. Institivamente, quando são pequenos, o que mais pedem é irmãos, porém, com o passar do tempo, acabam aderindo a essa mentalidade e podem já falar que filho dá despesa, dá trabalho, que não querem ter muitos filhos, ou até nem querem casar. 

Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas.Tais como as flechas nas mãos do guerreiro, assim são os filhos gerados na juventude. Feliz o homem que assim encheu sua aljava: não será confundido quando defender a sua causa contra seus inimigos à porta da cidade (Salmo 127, 3-5)

Não há nada mais sublime do que ser cocriador, com Deus, de almas imortais! Quando Deus nos chama para o matrimônio, está nos chamando para ajudá-lo a povoar o Céu de santos. Precisamos aprender a confiar em sua infinita sabedoria e bondade e saber que ele só enviará os filhos que formos capazes de cuidar e educar. 

Ninguém em sã consciência se negaria a receber um presente valiosíssimo, como um diamante raro, de seu próprio pai. Muito menos não gostaria de receber 4, 5 ou 10 desses diamantes. Se pensamos assim com relação a um bem material, por que nós não pensamos da mesma forma com relação aos filhos, verdadeiros dons preciosíssimos, sendo cada um seres únicos e irrepetíveis, com uma alma que dura para sempre?

Porém não conseguiremos nos imunizar dessa cultura sozinhos. Precisamos entregar essa situação nas mãos de nossa querida Mãe e Rainha para que ela nos eduque e nos ajude a seguir esse caminho da confiança filial. Peçamos a ela uma confiança inabalável na Divina Providência, para que nos libertemos do medo de filho, do medo de nossa fertilidade. Só assim seremos verdadeiramente livres e capazes de influenciar positivamente a nossa cultura.

photo credit: jaci XIII <a href="http://www.flickr.com/photos/34700343@N08/35968250704">What will it be?</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.0/">(license)</a>