sábado, 19 de agosto de 2017

A IGREJA EM MINIATURA


Sabemos que a Igreja considera a família uma “Igreja doméstica” e como tal, nossa família forma uma comunidade de cristãos. Como os primeiros cristãos, nos reunimos em nosso lar para louvar a Deus e suportar-nos mutuamente. Somos uma igreja em miniatura e como tal devemos lutar para incorporar as tradições e práticas da Fé em nossa vida diária.

É muito importante ter em nosso lar um local apropriado para a oração, com um crucifixo, a imagem de Nossa Senhora ou algum santo de nossa devoção. Pode haver também um local para colocar a Bíblia e uma vela, um vaso de flor. É lá que nossa família se reunirá para louvar a Deus, fazer nossos pedidos, agradecer as graças recebidas. Cabe a nós, esposos, tornar esse “cantinho” de nossa casa um lugar verdadeiramente sagrado, que comunica Deus e o mundo sobrenatural a todos, principalmente a nossos filhos.

Várias são as formas de tornar mais “ativo” esse pequeno oratório. Usar toalhinhas com as cores litúrgicas, preparar a manjedoura para o Menino Jesus no advento com bolinhas de algodão representando nossas orações e sacrifícios, “amaciar” uma coroa de espinhos durante a quaresma, colocando algodão em cada “espinho”, etc. Podemos também acompanhar o tempo litúrgico ou as festas de santos com novenas.

A leitura da Bíblia é uma maneira excelente de nutrir a nossa fé e aumentar nosso conhecimento sobre a Palavra de Deus. As crianças do ensino fundamental já podem ser iniciadas na lectio divina (leitura orante da Bíblia) um pouco adaptada, para ajuda-los a se familiarizarem com a Bíblia. A dinâmica é a seguinte: uma vez por semana podem se reunir nesse local de oração e uma delas escolhe um trecho da Bíblia para ler em voz alta. Pode ser a leitura do Evangelho do Dia ou outra passagem aleatória (começando pelo Novo Testamento). Antes da leitura, pode ser feita uma pequena oração ao Espírito Santo e depois deixem alguns minutos para conversar sobre o que foi lido. Podem tentar imaginar a cena do que foi lido perguntando: “Quem estava lá?”, “O que eles estavam fazendo?” ou “Que tipo de expressão eles tinham em seus rostos?” Depois, podem perguntar algo mais profundo, como “O que você acha que Jesus quis dizer com o que ele falou ou fez?”, “Como você se sente com isso?” ou “Como podemos aplicar isso em nossas vidas?” Encerrar com um pequeno agradecimento por esse momento de partilha em família.

Para aqueles com crianças pequenas ou que queiram iniciar a prática da leitura bíblica aos poucos, a sugestão é começar pela leitura do Evangelho dominical, de preferência no sábado à noite, em preparação para a missa do domingo. Caso não seja possível, até mesmo a leitura do Evangelho, no carro, indo para a missa, já pode ser um começo. A ideia de ler antes é para que quando a leitura for feita na missa, as palavras já tenham penetrado um pouco mais em nossos corações.

Para refletir:
1. Rezamos uns pelos outros regularmente? Se não, como podemos começar? De que maneira prática podemos ser lembrados de rezarmos um pelo outro?
2. A leitura da Bíblia é parte de nossa vida? Se não é, como podemos incorporá-la em nosso dia a dia?
3. Quais as práticas que utilizamos para vitalizar nosso cantinho de oração? Quais ainda faltam? O que podemos fazer para torna-lo cada vez mais o centro espiritual de nosso lar?