quinta-feira, 30 de julho de 2015

COMO TRANSMITIR A FÉ AOS FILHOS - E TER SUCESSO!


Normalmente, para transmitir a fé aos filhos, os pais acentuavam particularmente o elemento racional e volitivo, ou seja, as ideias e a vontade eram predominantes. Também as práticas devocionais eram destacadas.

Ultimamente, ganhou destaque também uma fé "dessacralizada", ou seja, voltada para o social, deixando para segundo plano o vínculo pessoal com o Deus vivo.

Como podemos ver pelo crescente "ateísmo prático" (acredita-se em Deus, mas vive-se como pagãos), principalmente entre a juventude, esta forma de transmitir a fé não funciona mais.

Como podemos, então, transmitir a fé a nossos filhos e sermos bem sucedidos nessa empreitada?

A chave está na Fé Prática na Divina Providência. Se conseguirmos descobrir o Deus de nossa vida, nos acontecimentos diários, poderemos transmitir aos nossos filhos uma fé que não apenas se enraizará em suas cabeças e vontade, mas penetrará em seus corações. Então será natural para eles contar com Deus, com sua presença e companhia.

Nossa meta deve ser a união entre a fé e a vida. Queremos cultivar em nossos filhos uma fé que os leve a um encontro pessoal com Cristo e que permaneça indelével em sua alma, em meio a um mundo cada vez mais afastado e indiferente a Deus.

Como esposos, devemos ter a consciência que Deus nos uniu e que deseja ter conosco uma história de amor, para o nosso bem e o bem de nossos filhos. Ele tem um projeto de vida conosco e somos chamados a descobri-lo e realiza-lo progressivamente na fé.

Assim, o primeiro passo é mostrar aos filhos que somos uma família com história, com uma história repleta de Deus, que estava presente em todos os acontecimentos, tanto os alegres como os tristes.

Podemos relacionar os acontecimentos de nossa história familiar com a história da nossa salvação, com a vida de Jesus, em seus mistérios gozosos, luminosos, dolorosos e gloriosos. Desta forma, a compreensão da grande história da salvação iluminará vitalmente o sentido de sua história familiar e pessoal.

Uma forma de fazer isso diariamente é, por exemplo, na oração da noite pedir que cada um fale como Deus Pai atuou em sua vida naquele dia. Pode ter sido um pedido atendido, ou o reencontro com alguém querido, ou simplesmente que a mamãe fez sua comida favorita. Os pais também devem mostrar Deus agindo em suas próprias vidas. Assim, pouco a pouco os filhos criarão este hábito de em tudo ver a Providência Divina.

Outra forma é, numa reunião familiar, mostrar que nos acontecimentos mais importantes da história da família, Deus estava presente e atuou, sempre com amor e para o bem da família.

Essa é a fé viva que devemos transmitir-lhes. Então, a fé deixa de ser algo teórico: converte-se em uma forma de vida difícil de perder.

Para refletir:
1. Podemos destacar alguns marcos mais importantes de nossa história familiar e descobrir a presença de Deus neles?
2.Temos consciência que revivemos em nossa própria história os acontecimentos da vida de Cristo? Quais são nossos mistérios gozosos, luminosos, dolorosos e gloriosos?
3. A nossa fé é uma fé pessoal, ou seja, um encontro pessoal com o Senhor, com Deus Pai, com Maria no Espírito Santo?

* post baseado no livro "Caminos de Alegría", do Pe. Rafael Fernández
* crédito da foto: photopin.com  


quinta-feira, 23 de julho de 2015

O CRESCIMENTO DO AMOR MATRIMONIAL


O Pe. Nicolás Schwizer nos dá dicas de como cultivar o nosso amor matrimonial. Esse texto foi publicado em suas Reflexões, No. 41, de 15.08.08.

No matrimônio, nossa tarefa permanente deve ser cultivar o amor, crescer nele até chegar a um amor perfeito e maduro. No começo, todo amor é egoísta. E só aos poucos esse amor primitivo se converte em um amor maduro.

Como temos que cultivar nosso amor matrimonial? O Padre Kentenich fundador do Movimento de Schoenstatt, nos dá três respostas:

1. Devemos querer fazer-nos felizes mutuamente. Significa fazer feliz em primeiro lugar não a mim mesmo, mas sim ao outro; passar do amor egoísta ao amor desinteressado ao tu. Exige perguntar-me permanentemente: Com o que estou fazendo, com o que estou dizendo, farei mais feliz a meu cônjuge?

É um crescimento muito grande no amor. É uma altura de entrega e generosidade fora do comum.

2. Devemos ajudar-nos mutuamente a nos aperfeiçoar. Quantas oportunidades de aperfeiçoamento se nos apresentam na vida cotidiana! Por exemplo: quando as pessoas vivem permanentemente juntas, que difícil resulta manter o respeito de um pelo outro.

De que maneira nós fazemos ver nossas faltas? É um sentir e aprofundar na debilidade do outro, um “aguentar” paciente suas limitações, ou é um gritar-se e ofender-se mutuo?

E os sacrifícios podem tornar-se una carga pesada. Todos o sabemos e o havemos sentido já em alguns momentos. E o Padre Kentenich, também o sabia e por isso disse uma vez, citando a um antigo filósofo: “Se comparamos a vida matrimonial com a vida dos mártires, encontramos poucos mártires que aguentaram tanto sofrimento como muitos casais devem suportar”.

Tudo isso exige um alto grau de amor e de santidade. É impossível chegar a isso, se nosso amor matrimonial não tem suas raízes em Deus.

3. O amor conjugal culmina numa fidelidade a toda prova. Conhecemos a descrição de fidelidade que nos dá o Padre Kentenich: a manutenção pura, vigorosa e criadora do primeiro amor. É mantê-lo através das provas do tempo para eternizá-lo. Fidelidade neste sentido profundo e amplo é presentear-lhe sempre ao cônjuge todo meu coração, doar-lhe meu tempo privilegiado, meus interesses prioritários.

É impossível ser fiel neste sentido, sem um grande espírito de sacrifício e sem um contato direto com Deus através dos sacramentos e da oração.

De toda maneira, se olharmos a vida matrimonial desde este ponto de vista, converte-se numa escola de santidade de primeira magnitude. Trata-se de viver a santidade da vida diária matrimonial e ademais viver também a espiritualidade da aliança matrimonial.

O matrimônio não é somente uma comunidade de amor, se não que se fundamenta sobre uma aliança de amor mútua. E essa aliança tende a aprofundar-se. Quer dar ao outro todos os direitos sobre mim, para que ele seja feliz: eu não quero outra coisa se não o que tu queres.

E, depois, podemos ir mais longe ainda: Estou disposto a renunciar e doar-lhe até o mais difícil, o mais pesado, se tu o desejas. Se quiseres essa renúncia, te rogo que me o peças. É assim como quero mostrar-te meu amor.

Perguntas para a reflexão

1.      Rimos como casal, como família?
2.      Ferimo-nos ao criticar-nos?
3.      Estou disposto a aceitar o que meu cônjuge me peça?

photo credit: mariadelajuana <a href="http://www.flickr.com/photos/72933117@N07/15852099057">Promise</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/">(license)</a>

sábado, 4 de julho de 2015

CONTRACEPÇÃO X PROMESSAS MATRIMONIAIS

A utilização da contracepção pelo casal, afeta não só a promessa feita no altar de receberem os filhos que Deus planejou para o casal, mas também outros aspectos dessas promessas como a liberdade, totalidade e fidelidade. Vejamos cada um deles através da lente da relação sexual com contraceptivos.

Liberdade. O conceito de "liberdade sexual" pode ser entendido como a licença para ter relações sexuais sem nunca precisar dizer não. A relação sexual está disponível quando e como a pessoa quiser (isso é exatamente o que a contracepção permite). Mas apenas aqueles que conseguem dizer não ao sexo (apenas aqueles que podem se abster) demonstram que quando eles dizem sim, eles o fazem livremente. Contracepção, promovida em nome da "liberdade sexual", atualmente cria uma escravidão autoimposta. Ela cria uma cultura de pessoas incapazes de dizer não a seus hormônios.

Totalidade. Não existe uma entrega total ao outro se, no ato sexual, reservamos parte de nós mesmos ao nosso cônjuge. Isso inclui nossa fertilidade. Relação sexual com contracepção contradiz a "linguagem do amor" ao dizer: "Eu me dou a você, exceto minha fertilidade. Eu recebo tudo de você, exceto sua fertilidade."
A escolha em reter a própria fertilidade durante a relação sexual, ou recusar a recebê-la como um presente do cônjuge, é uma contradição da profunda essência do amor conjugal bem no momento em que ele deveria encontrar sua mais sincera expressão.

Fidelidade. Ser fiel ao cônjuge não significa apenas não cometer adultério, seja ele físico ou na fantasia. Fidelidade significa permanecer firme nas promessas feitas diante do altar, não importando o quanto de sacrifício possa ser exigido. Casais que esterilizam seus atos sexuais consciente ou inconscientemente decidiram que a fidelidade a suas promessas matrimoniais é muito exigente. Consciente ou inconscientemente eles escolhem ser infiéis a estas promessas.

Não é possível separar o seu esposo ou a sua esposa de sua fertilidade. O corpo expressa a pessoa. Rejeitar a fertilidade de seu cônjuge é rejeitar o seu cônjuge. O verdadeiro amor esponsal exige uma entrega total.




crédito da foto: photopin.com