terça-feira, 27 de março de 2018

DEUS NÃO PRECISA DAS SUAS ORAÇÕES!


Deus não precisa de suas orações, nem de suas penitências, nem de seus jejuns. Ele não precisa que você vá à missa, nem receba nenhum dos outros sacramentos. Deus é onipontente, onipresente e onisciente. Ele não precisa de nada! Mas então porque a Palavra de Deus e a santa Tradição da Igreja pedem que você faça tudo isso? Seria tudo invenção humana para te “oprimir”?

A razão é simples: o plano do Pai para a sua vida é que um dia, você possa gozar das alegrias do Céu, junto dele. Só que para isso, você precisa vencer a si mesmo, ao seu egoísmo. E isso é uma tarefa dificílima. Como nosso Pai é rico em misericórdia e compaixão, Ele quer te ajudar. Na verdade, a sua graça pode fazer praticamente tudo sozinha. Só é necessário que você abra seu coração e aceite que Ele te molde e cuide de você.

O Pai só precisa de uma brechinha em seu coração para realizar grandes milagres de transformação interior. Depois que a graça entra em você, é preciso um mínimo esforço para colaborar com ela, para deixar que ela aja e aumente a cada dia a sua capacidade de amar.
É o amor que vai te levar para o Céu. Os santos, nossos irmãos que cumpriram com maestria sua missão aqui na terra, foram mestres na arte de amar. O contrário do amor não é o ódio, mas o egoísmo. Assim, quanto você ama, menos egoístas é e mais aberto está para realizar o que o Pai previu para a sua vida aqui na terra.

Como aprender a amar? Como conseguir dar essa brecha para a graça de Deus penetrar em nossos corações? Como ser perseverantes na colaboração com essa graça? É aqui que entra a necessidade da oração, dos sacrifícios, dos jejuns e da frequência aos sacramentos.

Deus não precisa das suas orações, mas você precisa rezar. É através da oração, desse contato com o Pai, desse momento de intimidade com Jesus, nosso Salvador, que seu coração se abre para receber a graça. Quanto mais você reza, quanto mais você pede (você pode pedir o que quiser, mas sempre lembrando de como Jesus nos ensinou a orar: “seja feita a vossa vontade, assim na terra como no Céu), mais seu coração se abre e se transforma.

Deus não precisa que você vá à missa, mas você precisa receber a Eucaristia. Na Eucaristia, Jesus se dá totalmente a você, em corpo, sangue, alma e divindade. Ele se torna uma só carne com você, para te fortalecer na luta para aprender a amar mais e amar melhor.

Deus não precisa que você se confesse, mas você precisa confessar para pedir perdão pelas vezes que falhou em amá-Lo e amar ao próximo, e assim se reconciliar com Ele para que Ele possa continuar agindo em seu coração, através do Espírito Santo.

Deus não precisa de seus jejuns e sacrifícios, mas você precisa jejuar e fazer penitência para conseguir se livrar do apego desordenado às coisas desse mundo e assim ficar mais livre para conseguir enxergar as necessidades do outro e ajuda-lo.

Deus não precisa que você faça nada disso, mas deseja ardentemente que você aceite esses meios que Ele mesmo providencia para a sua salvação, para que você cumpra a missão para a qual foi criado e seja também um mestre na arte de amar.

photo credit: Angela-xujing <a href="http://www.flickr.com/photos/153103713@N04/35471335134">The Church of Almighty God | Church life - Pray 04</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.0/">(license)</a>

quinta-feira, 15 de março de 2018

O MEDO DA CRUZ



Vejamos o que o Pe. Nicolás Schwizer, ISch, nos ensina sobre como nos livrar do medo do sofrimento. Esse texto foi publicado em Reflexões, No. 31, de 15.03.2008.

Nosso grande problema com respeito às cruzes é a entrega sem reservas. Creio que cada um de nós tem algo de que diria: “Virgem Santíssima, entrego-te tudo,… tudo menos isso!” Pensemos: quais são as dificuldades e penas que não queremos que Deus nos mande? Podem ser, por exemplo: enfermidade dos filhos, desonra, infelicidade conjugal, fracasso profissional, perda de um ser querido. 

É o medo frente a essas coisas o que nos tira a liberdade e a entrega, ou pelo menos a faz vacilante. Temos que vencer esse medo, porque é uma força que paralisa, que paralisa nossa entrega de filhos, e como conseqüência disso, nossa criatividade de pais. O Padre Kentenich, fundador do Movimento de Schoenstatt, foi um homem que não só foi capaz de dizer sim, apesar do medo, se não que nele foi tão grande a acolhida no coração de Deus e da Virgem, que perdeu o medo. 

O Padre Kentenich recebeu essa graça. E as graças do Fundador são transmitidas aos filhos. Essa graça de vencer o medo a transmitiu de maneira exemplar, por exemplo à Irmã Maria Emilie. Ela não era uma pessoa que tinha um medo normal, mas era uma pessoa psicologicamente enferma de medo, enferma de angustia desde criança. E o Padre Kentenich a curou, foi capaz de transmitir-lhe sua confiança filial.Ele também pode ajudar-nos a vencer nosso medo e nossos temores. 

Uma entrega sem medo e sem reservas seria então, dizer a Deus: podes fazer comigo tudo o que quiseres, mas especialmente isto ou aquilo ante o qual minha natureza se estremece. Isso é amor à cruz no pleno sentido da palavra.

Nossa atitude filial 

Não seremos capazes de assumir e viver esse espírito, se não estivermos convencidos de que Deus é nosso Pai, de que Ele me ama com um amor eterno e que há traçado meu plano de vida como um plano de amor. Em todo momento, também nas situações mais difíceis e dolorosas, sinto-me como um filho predileto de Deus. Sem um amor filial profundo, sem uma filiação simples e confiada, é impossível viver a entrega perfeita, sem medo nem reservas. Porque só um filho se sabe amado, seguro, acolhido. Sabe-se inscrito no coração de Deus Pai. Para um filho, sofrimento e cruz convertem-se assim em sua melhor aprendizagem, na alegria e riqueza de seu caminhar para a casa do Pai.

Qual deveria ser o fruto supremo de nosso esforço por transformar-nos em homens novos, em homens maduros e integrados? O grande fruto deveria ser: crescer decisivamente em mim o “ser filho”, conquistar uma filiação heroica ante Deus Pai. É uma filiação que me faz reconhecer com humildade heroica minhas misérias. É uma filiação que, com confiança heroica, me lança nos braços amorosos do Pai. E é uma filiação que com heroísmo leva a entregar-me ao Deus de minha vida, ao Pai das misericórdias, para sempre. 

Na opinião do Padre Kentenich, a filiação é o único caminho que em meio ao caos de nosso tempo, nos dá uma misteriosa lucidez e uma segurança instintiva. É também o grande remédio que logra sanar a enfermidade do homem de hoje: o stress com todas suas derivações. Porque stress é a perda do equilíbrio da alma. A alma perdeu seu rumo, está a deriva, não está orientada para Deus, nem amparada n’Ele. E a única solução para esse homem enfermo de hoje, é levá-lo de volta a Deus e enraizá-lo em seu coração de Pai.

Perguntas para a reflexão

1. É fácil para mim aceitar a vontade de Deus Pai nas cruzes e adversidades?

2. Que sinto hoje ante a frase: Deus faça comigo o que queiras?

3. Sou uma pessoa nervosa, que se angustia facilmente?

photo credit: lanier67 <a href="http://www.flickr.com/photos/48165069@N00/5533216942">9 Crimes</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.0/">(license)</a>

quarta-feira, 7 de março de 2018

PORNOGRAFIA: A NOVA DROGA QUE ESTÁ ACABANDO COM OS JOVENS E ADOLESCENTES



Há cerca de dois anos, demos um celular para nosso filho mais velho, então com 14 anos. A partir de então, através dos grupos de Whatsapp que ele participa, fiquei estarrecida em ver o nível de promiscuidade dos adolescentes da sua geração e da quantidade de material pornográfico a que eles estão expostos.

A pornografia é uma indústria multibilionária que a partir da disseminação da internet de alta velocidade constatou um aumento incrível em seu lucro. Até então, o acesso aos materiais pornográficos (revistas e filmes) era bem mais restrito. Havia certa dificuldade para os adolescentes conseguirem estes materiais, seja porque precisavam de um “adulto” para adquiri-los ou ainda porque precisavam pagar pelos mesmos.

Agora, porém, tudo está ao alcance das mãos em apenas um click. E gratuitamente. Estudos recentes demonstram que a pornografia (e consequente masturbação) tem o mesmo potencial de vício que a cocaína. O efeito no cérebro é o mesmo. E as consequências desastrosas também. Quanto mais acesso à pornografia, mais necessidade o cérebro tem e cada vez de cenas mais fortes, mais picantes, chegando muitas vezes a verdadeiras aberrações.

A pornografia mata o amor e a indústria pornográfica é uma verdadeira “máquina de moer carne humana”. Aqueles que já estão viciados, tem uma grande dificuldade de relacionamento, acabam vendo a outra pessoa como um objeto para se obter o prazer. O que se mostra no material pornográfico é uma ilusão e as pessoas acabam pensando que aquilo pode e deve ser reproduzido na vida real. Conheço alguns casamentos jovens que sofrem com este mal. Do outro lado da tela, os atores que se prestam a esse serviço são explorados, muitas vezes viciados em entorpecentes e morrem cedo.

Vivemos numa sociedade hipersexualizada, onde praticamente tudo remete à sensualidade, à sedução. Nem mesmo as crianças são poupadas. A relação sexual é banalizada e vista como simples fonte de prazer e os jovens e adolescentes são as primeiras vítimas dessa mentalidade utilitarista. Desta forma a pornografia e a masturbação são vistas como uma coisa normal, que deve ser, inclusive, estimulada. Até mesmo em escolas católicas essa ideia errada sobre a masturbação é transmitida aos nossos filhos.

Os meninos são os mais atingidos por esse mal, porque a excitação masculina se dá através da visão. Todavia, cada vez mais meninas também estão se viciando na pornografia e masturbação, principalmente como forma de suprir carências afetivas. Como pais e educadores, precisamos ficar muito atentos aos nossos filhos, conversar MUITO com eles sobre todas essas questões. Explicar as razões pelas quais consumir pornografia e se masturbar NÃO É NORMAL e muito menos FAZ BEM para eles. O risco de adquirir um vício e destruir sua capacidade de amar verdadeiramente e de se relacionar com o outro é muito grande.

Algumas coisas que podemos fazer para diminuir o risco deles acessarem material pornográfico é estabelecer algumas regras: não levar o celular para o banheiro; se estiver usando o computador no quarto, a porta deve estar sempre aberta; limitar o tempo de acesso à internet (quanto maior o tempo, mais chances de acesso haverá); acessar o histórico de navegação, bem como checar as conversas em grupos do whatsapp e outras mídias sociais; etc. 

Recomendo a todos que acessem o site Fight the New Drug (combata a nova droga). Lá tem todo o material com as pesquisas científicas que comprovam essas alegações, bem como orientações de como se livrar desse vício e material de apoio para os pais. O site principal é em inglês, mas já tem bastante coisa traduzida. O link está aqui:http://pt.ftnd.org/

Recomendo também um curso do Pe. Paulo Ricardo, de apenas quatro aulas, que explica minuciosamente todo esse problema da pornografia e masturbação. Dessas quatro aulas, apenas uma fala sobre os problemas espirituais. As outras todas explicam das questões físicas, emocionais e sociais que o acesso à pornografia e prática da masturbação acarretam para as pessoas. Foi fazendo esse curso que me dei conta de tudo que envolve essa problemática. Colocarei aqui o link das quatro aulas. Aproveitem enquanto o acesso é livre!


photo credit: COMSALUD <a href="http://www.flickr.com/photos/69021332@N06/13966920065">I Congreso Juegos de Salud</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/">(license)</a>