A humildade, segundo o
Pe. Antonio Royo Marín é "uma
virtude derivada da temperança, que nos inclina a coibir ou moderar o
desordenado apetite da própria excelência, dando-nos o justo
conhecimento de nossa pequenez e miséria principalmente com relação a Deus".
Assim, uma pessoa é humilde na medida em que se conhece realmente, sabendo de
suas qualidades, mas principalmente de seus defeitos e entendendo que nada pode
por si mesma, que tudo o que é e possui, foi lhe presenteado por Deus para ser
colocado ao serviço dos outros.
Em nosso mundo moderno,
tudo conspira contra a humildade. Somos incentivados a ter cada vez mais coisas,
a buscar um lugar de destaque, a fazer tudo para conquistar mais poder. E isso
ainda não basta: precisamos nos exibir para todos através das mídias sociais
para mostrar como somos importantes!
E o que esse estilo de vida
acarreta? Transformamo-nos em pobres insatisfeitos que tudo querem ter e
experimentar. Colocamos nosso “eu” no centro de nossas vidas e nos esquecemos
de olhar para o lado, para o outro que pode estar precisando de ajuda.
Tornamo-nos cada vez mais egoístas, cheios de direitos e qualquer mínima ameaça
à imagem que temos de nós mesmos é capaz de despertar uma grande ira e partimos
para o ataque.
Quanto maior o nosso ego,
maior é o alvo para qualquer coisa nos atingir. E isso nos torna fracos, suscetíveis,
mal humorados, rabugentos e reclamões. Então, a verdadeira força, o verdadeiro
poder está na humildade. Pela humildade reconhecemos quem realmente somos:
criaturas imperfeitas, que precisam uns dos outros para sobreviver e ser feliz.
Mas como alcançar a
verdadeira humildade? São João da Cruz nos ensina: “mostra-te sempre mais propenso a ser ensinado por todos do que a
querer ensinar quem é inferior a todos.(...) Alegrando-te com o bem dos outros
como se fosse teu e procurando sinceramente que estes sejam preferidos a ti em
todas as coisas, assim vencerás o mal com o bem, afastarás o demônio para longe
de ti e alegrarás o coração. Procura exercita-lo sobretudo com aqueles que te
são menos simpáticos. E sabe que, se não te exercitares nesse campo, não
chegarás à verdadeira caridade nem tirarás proveito dela.”
O Papa Francisco também
nos mostra o caminho da humildade: “A
humildade só se pode enraizar no coração através das humilhações. Se não fores
capaz de suportar e oferecer a Deus algumas humilhações, não és humilde nem
estás no caminho da santidade. (...) Não digo que a humilhação seja algo de agradável,
porque isso seria masoquismo, mas se trata de um caminho para imitar Jesus e crescer
na união com Ele. Isso não é compreensível no plano natural, e o mundo
ridiculariza semelhante proposta. É uma graça que precisamos implorar: ‘Senhor,
quando chegarem as humilhações, ajuda-me a sentir que estou seguindo atrás de
ti, no teu caminho.’” (GE 118 e 120)
A humildade nos liberta
de nós mesmos e começamos a olhar o outro com mais compaixão e misericórdia.
Tomamos consciência de que somos fracos, que podemos cair a qualquer momento,
assim fica mais fácil perdoar também aquele que nos magoa. Diante de uma ofensa,
quem tem um reto conhecimento de si mesmo e é humilde, pensa: “se eu tivesse tido
a mesma educação, sofrido os mesmos traumas, vivido as mesmas experiências que
essa pessoa que me ofendeu, provavelmente teria agido muito pior.”
Não é nada fácil chegar à
verdadeira humildade. Todo ser humano nasce 100% egoísta, querendo que o mundo
gire em torno de si, então esse trabalho de se libertar do próprio eu leva uma
vida toda. Um santo já disse: “o egoísmo
morre 15 minutos depois que a pessoa morre!”. Então, precisamos pedir
insistentemente a graça da humildade. Sugerimos a oração da ladainha da
humildade, composta pelo Cardeal Merry del Val:
Jesus,
manso e humilde de coração, ouvi-me.
Do desejo de ser estimado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser amado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser conhecido, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser honrado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser louvado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser preferido, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser consultado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser aprovado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser estimado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser amado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser conhecido, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser honrado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser louvado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser preferido, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser consultado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser aprovado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio
de ser humilhado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser desprezado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de sofrer repulsas, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser caluniado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser esquecido, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser ridicularizado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser infamado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser objeto de suspeita, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser desprezado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de sofrer repulsas, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser caluniado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser esquecido, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser ridicularizado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser infamado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser objeto de suspeita, livrai-me, ó Jesus.
Que os
outros sejam amados mais do que eu, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros sejam estimados mais do que eu, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam elevar-se na opinião do mundo, e que eu possa ser diminuido, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam ser escolhidos e eu posto de lado, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam ser louvados e eu desprezado, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam ser preferidos a mim em todas as coisas, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam ser mais santos do que eu, embora me torne o mais santo quanto me for possível, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros sejam estimados mais do que eu, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam elevar-se na opinião do mundo, e que eu possa ser diminuido, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam ser escolhidos e eu posto de lado, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam ser louvados e eu desprezado, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam ser preferidos a mim em todas as coisas, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam ser mais santos do que eu, embora me torne o mais santo quanto me for possível, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
photo credit: Catholic Church (England and Wales) <a href="http://www.flickr.com/photos/27340278@N03/13759363753">Conference day 2</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.0/">(license)</a>