domingo, 29 de janeiro de 2017

RECONCILIE-SE COM SUA MORTE!


Esse foi o tema de uma palestra do Pe. Léo que me fez refletir muito (quem quiser assistir, é só clicar aqui). Realmente, a realidade que vamos morrer um dia é a única certeza que temos na vida. Mas como em nosso corpo, existe uma repulsa natural ao que nos causa sofrimento e também, instintivamente lutaremos sempre para permanecermos vivos, não gostamos muito de falar sobre a nossa própria morte.

Além disso, em nosso mundo moderno, a morte ficou mais distante do que era há algumas décadas. Antigamente, as mães tinham muitos filhos e era comum que alguns deles morressem ainda bebês ou crianças. Tanto os pais, como os outros irmãos, sofriam muito, mas viam esse processo como sendo natural (o que realmente é). E ainda, os velórios eram feitos em casa, assim, as crianças também participavam desse momento de dor e despedida, vendo que a morte, faz parte da vida de todo mundo.

Hoje, com a cultura do prazer, onde devemos evitar qualquer sofrimento a todo custo, falar de morte é um absurdo, um assunto que ninguém quer tocar. E isso não faz bem, porque precisamos ter a consciência de que esta vida é passageira e uma hora vai acabar e teremos que prestar contas do que fizemos com ela, para ver com quem passaremos a eternidade.

Não estou sugerindo que precisamos viver num ambiente macabro onde tudo lembra a morte, mas como o Pe. Leo ensinou, precisamos nos reconciliar com a nossa própria morte, pois é ela quem vai nos levar ao encontro de nosso Criador. O ideal é todas as noites antes de dormirmos, fazermos uma pequena reflexão, um exame de consciência, para ver como vivemos aquele dia. Pedir perdão se fizemos algo de errado e ter o firme propósito de ser melhor no dia seguinte. Isso é uma preparação para a morte, que se chegar durante o sono, não nos pegará de surpresa e estaremos prontos para prestarmos conta de nossa vida a Deus.

A expressão “carpe diem” (aproveite o dia) ficou famosa naquele filme “A Sociedade dos Poetas Mortos”. Só que lá, não conta que a origem dessa expressão era dos monges antigos, que ao se encontrarem, um falava “memento moris” (vais morrer) e o outro respondia “carpe diem”. Ou seja, aproveite o dia, viva-o da melhor forma possível amando a Deus e ao próximo, fazendo o bem, porque você vai morrer, e pode ser hoje!

Outra coisa que me ensinou a ver a morte como realmente é, um fato inevitável e natural e que acontecerá com todo mundo, foi a experiência de enterrar uma filha. Quando soube do problema da Júlia (história completa aqui), parecia que era a única mãe no mundo a passar por isso. Depois, no tempo em que ela ficou na UTI, vi que não era a única, que havia muitas mães passando pelo mesmo sofrimento. E que eu não fui a primeira e nem seria a última.

Todo mundo fala que um pai enterrar um filho é “antinatural”, que é “contra a ordem das coisas”, mas na verdade, se pensarmos bem, é claro que é um sofrimento horroroso e que estamos mais “preparados” para enterrarmos nossos pais do que nossos filhos, mas faz parte da vida. Cada um de nós tem um tempo determinado em que vamos viver aqui na terra: alguns podem ser poucos dias e morrerem ainda no ventre de suas mães e outros podem viver mais de um século. O Pr. Claudio Duarte comenta que cada um tem uma senha, e quando chega a hora, quando Deus chama seu número, não tem o que fazer, você vai morrer. Ninguém sabe quanto tempo tem (ainda bem!), então se a morte chegar muito cedo, é triste para quem fica, mas acontece, é natural, todo mundo morre um dia. E acontece com muita gente.

Alguns tem a graça de terem algum tempo para se preparar para a sua morte, pois ela vem através de uma doença que leva um tempo para chegar ao fim. Mas não sabemos se este será o nosso destino, então precisamos aprender a dizer como São Paulo: “Pois para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro!” (Fl 1,21)

Enfim, a Divina Providência está sempre tentando nos lembrar dessa realidade, de que um dia iremos morrer, seja através de uma tragédia, como a queda de um avião, um acidente, uma doença, a morte de alguém próximo. Não para ficarmos com medo, mas para estarmos o mais preparados possível para quando chegar a nossa hora. É Deus Pai nos dizendo: “Meu filho, minha filha, não se apegue muito às coisas desse mundo, você está aí só de passagem, seu lugar é aqui comigo, na glória do Céu!”

photo credit: elviskennedy <a href="http://www.flickr.com/photos/39734516@N00/5771788449">Memorial Day - Galen Kittleson</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.0/">(license)</a>


segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

AFINAL, O QUE AS MULHERES FAZEM MELHOR QUE OS HOMENS?




Um amigo meu fez essa pergunta no Facebook e gerou a maior polêmica, havendo todo tipo de resposta, variando desde “tudo” até “nada”. E evidenciou para mim uma triste realidade: grande parte das pessoas encara a questão do ser homem e ser mulher como uma competição, para mostrar qual dos sexos é melhor que o outro.

Essa luta entre homens e mulheres, para mostrar quem é “melhor”, começou nas últimas décadas, com o avanço do feminismo que, para tentar valorizar a mulher, acabou querendo igualar ao ser do homem, querendo fazer tudo o que o homem fazia, do jeito que o homem fazia. Essa atitude, em alguns aspectos, pode ter até “forçado” os homens a aceitarem que as mulheres poderiam fazer as mesmas coisas, porém, causou uma grande confusão no relacionamento entre os sexos.

Antes dessa revolução, cada um tinha o seu “reino”: a mulher era a rainha do lar, do cuidado com a casa e com os filhos, responsável por criar o ambiente de família. Já o homem era o rei do mundo exterior, do trabalho fora de casa, das conquistas materiais, responsável por prover o sustento material da família.

O grande problema foi que os homens, pelo fato de terem nas mãos o poder econômico, muitas vezes abusavam dele e se sentiam “donos” de suas esposas, não valorizando adequadamente o papel que elas tinham na dinâmica familiar. Algumas mulheres, na tentativa de provarem que tinham valor, começaram a querer mostrar que podiam também ser como os homens.

Aí que foi o grande erro: ao invés de provarem que a mulher deveria ser valorizada por aquilo que é, ou seja, um ser feminino, com características femininas e modo de fazer as coisas feminino, passaram a desvalorizar tudo o que era próprio do feminino, criando uma competição insana para ver quem era o melhor “homem”.

E agora, nós estamos nessa triste situação de que a mulher não sabe o que significa ser mulher e o homem não sabe o que significa ser homem, a família está desmoronando, a sensação de insegurança é gigantesca, os níveis de depressão são altíssimos e vivemos numa sociedade doente.

Para modificar isso, as mulheres precisam reconquistar o lugar que abandonaram e os valores femininos que elas mesmas desprezam. A mulher precisa se orgulhar de ser mulher, de saber que ela é a pessoa mais qualificada para cuidar e educar seus próprios filhos e de que seu valor não está em conquistar o mundo, mas em construir um lar saudável e acolhedor. E de que ter um homem que a sustente e a proteja é uma imensa prova de amor e não uma opressão.

E o homem, precisa assumir seu papel de provedor e de cuidador, de apoio. Não ter medo de agir como homem, sabendo que a mulher é sua colaboradora, porém não da parte material, mas é responsável pelo cuidado com maior tesouro que vocês possuem, os seus filhos.

É claro que a mulher pode trabalhar fora, principalmente se não tiver filhos pequenos. O problema não está no trabalho em si, mas na supervalorização do que é externo ao lar, em detrimento do trabalho dentro de casa. Porém, é necessário um cuidado para que é próprio do feminino seja valorizado também no ambiente de trabalho. Qualidades como a capacidade de criar um ambiente acolhedor, saber ouvir a opinião do outro, cuidar do mais fraco e debilitado, preocupar-se com os detalhes, devem ser cultivadas. Se a própria mulher não valoriza o que é feminino, ninguém mais vai valorizar. 


A mulher não faz nada melhor que o homem. O homem não faz nada melhor que a mulher. Cada um faz as coisas de maneira diferente, nem melhor, nem pior. Cada um tem suas características próprias, seu jeito de ser e fomos feitos para nos complementarmos, e não para competirmos!

photo credit: emden09 <a href="http://www.flickr.com/photos/93144534@N03/28780554393">Dom Aachen</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.0/">(license)</a>