quinta-feira, 15 de março de 2018

O MEDO DA CRUZ



Vejamos o que o Pe. Nicolás Schwizer, ISch, nos ensina sobre como nos livrar do medo do sofrimento. Esse texto foi publicado em Reflexões, No. 31, de 15.03.2008.

Nosso grande problema com respeito às cruzes é a entrega sem reservas. Creio que cada um de nós tem algo de que diria: “Virgem Santíssima, entrego-te tudo,… tudo menos isso!” Pensemos: quais são as dificuldades e penas que não queremos que Deus nos mande? Podem ser, por exemplo: enfermidade dos filhos, desonra, infelicidade conjugal, fracasso profissional, perda de um ser querido. 

É o medo frente a essas coisas o que nos tira a liberdade e a entrega, ou pelo menos a faz vacilante. Temos que vencer esse medo, porque é uma força que paralisa, que paralisa nossa entrega de filhos, e como conseqüência disso, nossa criatividade de pais. O Padre Kentenich, fundador do Movimento de Schoenstatt, foi um homem que não só foi capaz de dizer sim, apesar do medo, se não que nele foi tão grande a acolhida no coração de Deus e da Virgem, que perdeu o medo. 

O Padre Kentenich recebeu essa graça. E as graças do Fundador são transmitidas aos filhos. Essa graça de vencer o medo a transmitiu de maneira exemplar, por exemplo à Irmã Maria Emilie. Ela não era uma pessoa que tinha um medo normal, mas era uma pessoa psicologicamente enferma de medo, enferma de angustia desde criança. E o Padre Kentenich a curou, foi capaz de transmitir-lhe sua confiança filial.Ele também pode ajudar-nos a vencer nosso medo e nossos temores. 

Uma entrega sem medo e sem reservas seria então, dizer a Deus: podes fazer comigo tudo o que quiseres, mas especialmente isto ou aquilo ante o qual minha natureza se estremece. Isso é amor à cruz no pleno sentido da palavra.

Nossa atitude filial 

Não seremos capazes de assumir e viver esse espírito, se não estivermos convencidos de que Deus é nosso Pai, de que Ele me ama com um amor eterno e que há traçado meu plano de vida como um plano de amor. Em todo momento, também nas situações mais difíceis e dolorosas, sinto-me como um filho predileto de Deus. Sem um amor filial profundo, sem uma filiação simples e confiada, é impossível viver a entrega perfeita, sem medo nem reservas. Porque só um filho se sabe amado, seguro, acolhido. Sabe-se inscrito no coração de Deus Pai. Para um filho, sofrimento e cruz convertem-se assim em sua melhor aprendizagem, na alegria e riqueza de seu caminhar para a casa do Pai.

Qual deveria ser o fruto supremo de nosso esforço por transformar-nos em homens novos, em homens maduros e integrados? O grande fruto deveria ser: crescer decisivamente em mim o “ser filho”, conquistar uma filiação heroica ante Deus Pai. É uma filiação que me faz reconhecer com humildade heroica minhas misérias. É uma filiação que, com confiança heroica, me lança nos braços amorosos do Pai. E é uma filiação que com heroísmo leva a entregar-me ao Deus de minha vida, ao Pai das misericórdias, para sempre. 

Na opinião do Padre Kentenich, a filiação é o único caminho que em meio ao caos de nosso tempo, nos dá uma misteriosa lucidez e uma segurança instintiva. É também o grande remédio que logra sanar a enfermidade do homem de hoje: o stress com todas suas derivações. Porque stress é a perda do equilíbrio da alma. A alma perdeu seu rumo, está a deriva, não está orientada para Deus, nem amparada n’Ele. E a única solução para esse homem enfermo de hoje, é levá-lo de volta a Deus e enraizá-lo em seu coração de Pai.

Perguntas para a reflexão

1. É fácil para mim aceitar a vontade de Deus Pai nas cruzes e adversidades?

2. Que sinto hoje ante a frase: Deus faça comigo o que queiras?

3. Sou uma pessoa nervosa, que se angustia facilmente?

photo credit: lanier67 <a href="http://www.flickr.com/photos/48165069@N00/5533216942">9 Crimes</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.0/">(license)</a>

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