sexta-feira, 23 de junho de 2017

POR QUE CELEBRAMOS OS SANTOS?


No mês de junho celebramos tradicionais as festas juninas, que tem origem na comemoração das festas de Santo Antônio (dia 13), São João Batista (dia 24) e São Pedro (dia 29). Mas qual é a razão da Igreja Católica fazer memória dos santos?

Jesus, no Sermão da Montanha, nos exorta: “Portanto, sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês que está no céu.” (Mt 5,48) E São Pedro enfatiza: “Assim como é santo o Deus que os chamou, também vocês tornem-se santos em todo o comportamento, porque a Escritura diz: ‘sejam santos, porque eu sou santo’.” (1 Ped 1,15-16). Desta forma, todos nós somos chamados à santidade, essa é nossa real vocação.

Buscar a santidade significa nos esforçar para viver aqui na terra o ideal para o qual o Pai nos criou, buscando em tudo, realizar a sua vontade, mesmo que isso exija grandes sacrifícios. As exigências de nossa Aliança de Amor nos mantém nesse caminho seguro à santidade: zelosa vida de oração, fiel e fidelíssimo cumprimento do dever, elevar ao máximo as exigências a respeito de si mesmo, tomar a sério os propósitos, contribuições ao Capital de Graças e a própria santificação.

Como Deus de amor, o Pai não nos deixa sozinhos nesse árduo caminho. Ele nos deu Maria, nossa Mãe e Rainha, para nos guiar e educar. E também nos mostra o exemplo de tantos irmãos que tiveram os mesmos defeitos que temos, mas oraram com humildade e com muito esforço conseguiram se livrar deles e hoje gozam das alegrias do Céu e intercedem por nós. Por isso a Igreja, como Mestra e Mãe, faz questão de honrar a memória dessas pessoas, os nossos santos canonizados, para nos dar ânimo nessa caminhada rumo ao Céu.

Os santos são pessoas que responderam generosamente esse convite a colocar Deus no centro de suas vidas e são exemplos para cada um de nós, mostrando que é possível sim trilhar esse caminho. A Igreja Católica é tão rica em exemplos de santidade que temos santos de todos os tipos, de todas as origens, profissões, classes sociais, que se santificaram ainda no ventre materno, como é o caso de São João Batista e de outros, que como Santo Agostinho só se converteram na maturidade e clamava a Jesus: “Tarde te amei...”

Dependendo das dificuldades que superaram ou das graças extraordinárias que receberam aqui na terra, cada santo é conhecido por prestar auxílio em situações específicas. Sua missão não acabou quando partiram aqui da terra, mas continuam a realiza-la no Paraíso. Como disse Santa Teresinha do Menino Jesus: “Passarei meu Céu fazendo o bem!”

Santo Antônio é conhecido como “santo casamenteiro” porque enquanto vivia, na época em que a mulher só conseguia se casar se possuísse algum dote, ajudava a moças humildes a conseguirem esse dote e um enxoval para poderem se casar. Há relatos de várias mulheres que conseguiram se casar por intercessão desse santo.

São João Batista é o padroeiro dos que são injustiçados por causa da fé, haja vista que morreu por anunciar o Reino de Deus e pedir a conversão dos pecadores. São Pedro, o primeiro Papa, é o padroeiro dos pescadores (pois era sua profissão antes de seguir Jesus) e das viúvas e viúvos (porque no Evangelho fala de sua sogra, mas não de sua esposa, o que supõe que ele era viúvo). Além disso, ele é representado com chaves na mão, as “chaves do Reino dos Céus”, que Jesus lhe confiou (Mt 16,19).

É importante ressaltar que podemos e devemos pedir a intercessão dos santos, mas jamais fazer “simpatias” ou seguir superstições. Essas práticas vão contra o Primeiro Mandamento, que é “Amar a Deus sobre todas as coisas”, pois estamos colocando nossa fé e nossa esperança em outra coisa, e não em Deus. Além disso, essas simpatias não passam de pura enganação. Elas agem como uma tentação de “obrigar” o santo a cumprir nossa vontade, nos colocando acima da vontade de Deus para a nossa vida.

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina: “A superstição é um desvio do culto que rendemos ao verdadeiro Deus. Ela se mostra particularmente na idolatria, assim como nas diferentes formas de adivinhação e de magia”. Portanto é recomendado que se busque o Sacramento da Confissão, caso tenha caído nessa falta, mesmo que não houvesse consciência plena de que estava fazendo errado.


Assim, vamos aproveitar essa época de festas juninas e intensificar nossa oração aos santos que celebramos, resgatando o verdadeiro significado dessas comemorações. Uma dica é procurar conhecer mais a fundo a vida dos santos, não só os “juninos”, e procurar seguir seus exemplos. Para as crianças, uma boa opção é a cada dia contar a história de um santo na hora de dormir e criar desde cedo o hábito de pedir a intercessão dos nossos amigos do Céu. 

photo credit: irene nobrega <a href="http://www.flickr.com/photos/94708922@N00/1136555435">Decoração São João à noite</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/">(license)</a>

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