“O
amor deve facilitar-nos a dar pelo outro tudo quanto nos é caro”. Essa
frase do Pe. José Kentenich deveria ser lembrada diariamente por todo casal que
luta para ter um matrimônio feliz. Nosso compromisso como esposa, como esposo é
buscar fazer o outro feliz. O amor nos levou até o altar, onde prometemos ser
fiéis a esse compromisso não importa o que a vida nos apresentasse daquele dia
em diante.
Todos sabemos que isso
não é nada fácil. O maior inimigo da nossa felicidade é a minha felicidade. Sim, o contrário do amor não é o ódio, mas o
egoísmo. Toda vez que coloco a minha realização pessoal, a minha vontade, os
meus projetos acima do que é o melhor para a nossa família, estou minando a
nossa felicidade.
Desde a fundação da
nossa família, precisamos lutar dia a dia para trocar o meu pelo nosso. É um
processo longo e doloroso, afinal todo mundo nasce egoísta, pensando em si
mesmo, no seu prazer, no seu bem estar, na sua sobrevivência. Faz parte do
desenvolvimento humano passar de uma mentalidade imatura de criança que quer
tudo para si, para o amadurecimento do adulto que sabe que vivemos em
comunidade e que precisamos buscar o bem comum.
Assim, não deve existir
o meu carro, mas o nosso carro, que será usado para o bem da família. Não
existe o meu salário, mas o nosso salário que será usado da forma que melhor
sirva as necessidades da família. Também não existe o seu filho (é, na hora que
a criança apronta, o filho é seu e não meu), é o nosso filho que precisa ser
educado tanto pelo pai como pela mãe.
Os problemas também não
são meus, são nossos. As conquistas não são minhas, são nossas. A promoção
também é nossa. A doença é nossa também, mesmo que o tratamento seja feito
apenas em um, mas os dois sofrem juntos. A decisão de comprar ou vender é nossa. E
aquele parente chato? É nosso.
Mas então quer dizer
que precisarei me anular para ter um casamento feliz? Claro que sim!!! Vou procurar anular a cada dia aquela parte de mim
que quer satisfazer a si mesmo em primeiro lugar, anular aquelas imperfeições
que incomodam tanto meu cônjuge, anular a vontade de fazer tudo do meu jeito,
não me preocupando se é o melhor para a nossa família.
Ser pai e ser mãe ajuda
muito nesse processo de amadurecimento do amor. Quando o filho chega, um
serzinho tão indefeso que precisa da gente para absolutamente tudo, vivenciamos
na prática o que significa anular a si mesmo para o bem do outro. E quanto mais
filhos, mais rápido crescemos na construção da nossa felicidade.
Sozinho é muito difícil
conseguir abrir mão do meu para o bem do nosso, mas as graças que recebemos através
do Sacramento do Matrimônio nos ajudarão nessa jornada. Devemos sempre pedir a
Deus que aprendamos a amar como ele nos ama: ele deu a sua própria vida para a
nossa salvação.
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