CULTURA DO PRAZER
A cultura hedonista afirma que não há outro bem -
bem absoluto - senão o prazer, e outro mal senão a dor. O lema deste sistema
moral é: “deve-se procurar o prazer e
fugir da dor.”
O prazer é a moeda de troca onde tudo acontece em
torno da vontade, em satisfazer a vontade a qualquer custo. A impulsividade em
consumir uma droga ilícita, fazer sexo pelo sexo sem afeto natural, mentiras,
desejo exacerbado por dinheiro, consumismo (adquirindo coisas pelo simples
prazer de consumir), ou seja, em tudo aquilo que proporciona o prazer imediato
e fugindo de tudo aquilo que possa causar algum desconforto, que custe alguma
renúncia.
Todavia, observa-se que esta busca desenfreada pelo
prazer só causa vazio, angústia e escravidão, pois quanto mais as vontades
próprias são satisfeitas, mais escravo a pessoa se torna delas, chegando um
momento em que a razão não consegue mais dominar as ações, originando os
vícios.
Dentro da família a cultura hedonista é fatal, pois
se cada membro busca apenas o seu prazer, o seu bem estar e não se preocupa com
a felicidade do outro, em pouco tempo a família se dissolve, já que o amor verdadeiro é alimentado pelos
sacrifícios que são feitos em prol da pessoa amada, e sendo estes inexistentes,
resta apenas o egoísmo.
VISÃO EQUIVOCADA SOBRE O MATRIMÔNIO
Grande parte da infelicidade observada
nos cônjuges se deve à falta de
conhecimento a respeito do matrimônio, de suas finalidades e exigências, posto
que o casamento hoje é visto mais pelo lado social e econômico, do que no
sentido espiritual, de verdadeira
comunhão de pessoas, de solidariedade de destinos.
No mundo de hoje, casa-se para ser feliz, para ter
uma casa, para dividir despesas e somente enquanto este contrato traga
felicidade e prazer, ou “enquanto der certo”. Como disse mais de uma vez o Pe.
José Kentenich, fundador do Movimento Apostólico de Schoenstatt, “o matrimônio não é mesa de prazeres, mas
mesa de sacrifício.”[1]
O homem e a mulher, em consequência da
aliança matrimonial, "já não são dois mais uma só carne"[2],
sendo chamados a crescer continuamente nesta unidade, através da
fidelidade, do respeito mútuo e principalmente dos sacrifícios diários do
próprio eu em benefício do cônjuge. Assim, "testemunhar o valor
inestimável da indissolubilidade e da fidelidade matrimonial é uma das tarefas
mais preciosas e mais urgentes dos casais cristãos do nosso tempo"[3].
Atualmente a ideia reinante sobre os filhos é que
estes são “um mal necessário”, que devem ser evitados ao máximo e concebidos
apenas quando e se o casal já conquistou grande parte do que gostaria e daí
sim, poderão ter um (e não mais que um) filho para também satisfazer um desejo
individualista de posteridade.
Esta visão egoísta sobre a fecundidade é uma das
consequências da cultura hedonista, pois gerar e criar um filho custa muito
sacrifício por parte dos pais, não proporcionando muitos prazeres, por isso
deve ser evitado.
O filho é visto como um objeto a ser adquirido e
como tal deve “funcionar” da maneira que se espera e atender a todas as
expectativas do “pai-consumidor”. Para que não dê aborrecimentos, são
concedidos ao filho todos os seus desejos, apenas para que ele pare de
incomodar.
A maternidade se resume a dar a luz ao bebê, sendo
que logo aos quatro meses de vida, aquela criança já deve ser encaminhada a
creches, ou ser deixada ao cuidado de babás ou parentes, para que a mãe possa
voltar ao seu posto profissional, encarado como uma “conquista” da mulher, pois
assim ela tem sua independência.
O que se presencia muitas vezes são mulheres que
gastam praticamente todo o seu salário para pagar terceiros para cuidar de seus
filhos, sejam escolas em período integral ou babás. Preferem passar o dia
trabalhando fora de casa, pois lá tem o “reconhecimento da sociedade”, sente-se
mais “útil”, “economicamente ativa”, mas financeiramente praticamente não há
ganho. E emocionalmente, há uma grande perda, tanto para a mãe como para o
filho, que perde toda a referência de autoridade, de cuidado e de amor.
É preciso alertar, principalmente aos jovens, que
muitas vezes já são frutos deste tipo de relacionamento, do verdadeiro valor e
significado do matrimônio e da enorme benção que é na vida do casal e de cada
pessoa se tornar pai e mãe.
“A família não é para o
homem uma estrutura acessória e extrínseca, que impede seu desenvolvimento e
sua dinâmica interior. O homem, por sua própria natureza, é um ser social, que
não pode viver sem desenvolver as suas qualidades sem entrar em relação com os
outros”[4]
Nenhum comentário:
Postar um comentário