O conceito de família tem se modificado ao longo dos
séculos, porém o pensamento de Deus sobre a família, sua intenção ao criá-la
permanece sempre o mesmo: ser a mais bela comunidade de vida e de amor.Assim, é necessário ficar atentos para não se deixar levar por idealismos ou
modismos que venham a destruir este grande ideal para o qual a família foi
instituída.
Na “Carta às Famílias”, o Papa João Paulo II alerta:
"Nos nossos dias, infelizmente, vários programas sustentados por meios muito
poderosos parecem apostados na desagregação da família. Às vezes até
parece que se procure, de todas as formas possíveis, apresentar como
"regulares" e atraentes, conferindo-lhes externas aparências de
fascínio, situações que, de fato, são "irregulares"... Fica
obscurecida a consciência moral, aparece deformado o que é verdadeiro, bom e
belo, e a liberdade acaba suplantada por uma verdadeira e própria
escravidão".
A grande maioria das pessoas já pode sentir os
efeitos concretos destas ameaças, às vezes até mesmo dentro de suas próprias
famílias. Separação, divórcio, dependência química e alcoólica, violência, são
apenas algumas das consequências devastadoras de uma família desestruturada.
Identificam-se três grandes perigos à subsistência
da família: a ideologia do gênero, a cultura do prazer e uma visão equivocada
sobre o matrimônio, a paternidade e maternidade. O intuito aqui é analisar
estas ameaças e lançar mão de ferramentas para que se possa salvar a família,
resgatando seu papel fundamental de célula-mãe da sociedade, pois é certo que se a família for socorrida, muitos
dos problemas sociais, políticos e econômicos
enfrentados serão resolvidos.
1. IDEOLOGIA DO GÊNERO
A Ideologia do Gênero parte do pressuposto que “O
sentido do termo 'gênero' evoluiu, diferenciando-se da palavra 'sexo' para
expressar a realidade de que a situação
e os papéis da mulher e do homem são construções sociais sujeitas à
mudança".[2]
Desta forma, cada um deveria ter a “liberdade” para
poder escolher se quer ser homem ou mulher, ou até mesmo ambos, sem qualquer
pressão social. O ataque à estrutura familiar é direto, pois pretende que
substitua as expressões pai, mãe, marido e mulher (termos “gêneros-específicos)
por palavras "gênero-neutras", como também aspiram a que não haja
diferenças de conduta nem responsabilidade entre o homem e a mulher na família.
Recentemente li que a família dos atores americanos Brad Pitt e Angelina Jolie adotam este tipo de ideologia para a educação de seus seis filhos. Para eles, cada filho pode optar se quer se comportar como menino ou como menina, sem qualquer influência dos pais. Assim, vi uma foto de sua filha de 8 anos, com cabelos curtos e vestindo terno e gravata, exatamente como seus outros dois irmãos mais velhos, no lançamento de um filme.
Para os seguidores desta ideologia a relação sexual
é vista como meio de obter o prazer individual, sendo “natural” que o indivíduo
busque sua satisfação seja com o sexo oposto, seja com o mesmo sexo, ou com
mais de uma pessoa ao mesmo tempo, enfim, satisfazendo qualquer impulso de seus
instintos.
Além disso, para os defensores do “gênero”, a
geração de filhos deve ocorrer independente do sexo, cabendo a cada pessoa
decidir quando e como quer se reproduzir, seja por inseminação artificial,
“barriga de aluguel”, ou qualquer outro meio que a ciência disponibilizar. Depois de gerado, o filho deve, preferencialmente,
ser colocado aos cuidados do Estado, para ficar independente de qualquer
influência dos pais, principalmente no
tocante a escolha do “gênero” que irão optar.
Infelizmente esta ideologia ganha cada vez mais
espaço em nossa sociedade e pouco a pouco invade os lares, lançando suas
sementes principalmente na cabeça de crianças e jovens.
Constata-se esta realidade especialmente quando se
analisa as novelas televisivas, tão assistidas e aceitas pela sociedade
brasileira em geral. O que se vê nestes programas é a difusão da ideologia do
gênero, através de mensagens do tipo:
· a mulher tem
que ser “independente” e buscar seu prazer a todo custo;
· o cuidado com a casa, os filhos e o marido é
uma situação “degradante” não sendo digna de uma mulher moderna;
· o homossexualismo é uma atitude “natural” que
deve ser estimulada e jamais pode ser reprimida;
· o cuidado com
as crianças deve ser “terceirizado”, seja para babás ou escolas em período
integral, pois os pais devem estar “livres” para dedicarem-se à carreira
profissional ou a atividades mais prazerosas;
· o sexo deve
ser usado como instrumento de manipulação das pessoas, para obter vantagens ou
simplesmente para sentir o prazer pelo prazer, independente de suas
consequências;
É de conhecimento geral que se uma ideia é repetida
muitas vezes e por um período longo de tempo, por mais absurda que no início
possa parecer, com o tempo ela é aceita como uma “verdade” incontestável.
Portanto, é urgente a insurgência sobre o real absurdo que representa esta
ideologia, antes que ela consiga seu principal objetivo: destruir a família e
seus valores.
[2] Citação de Bella
Abzug, ex-deputada do Congresso dos Estados Unidos, na Conferência de Pequim, in A
IDEOLOGIA DO GÊNERO: SEUS PERIGOS E ALCANCES, Comissão Ad-Hoc da Mulher
Comissão Episcopal do Apostolado Leigo, Conferência Episcopal Peruana,
Abril de 1998
credito da foto: photopin.com
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