O sofrimento, quando acomete a alguém, normalmente atinge também a todos aqueles que estão ao seu redor, principalmente a sua família. A família toda também pode ser alvo de algum sofrimento e é importante saber lidar com as dificuldades em conjunto.
Este
sofrimento em família pode resultar em dois processos distintos: ou ele une a
família ou a pode destruir. O grau de maturidade e a fé de cada membro, além da
graça divina, é que vai determinar como a família enfrentará a provação.
Quando
um sofrimento acomete a família, cada membro pode reagir de um jeito: uns
precisam de silêncio, outros necessitam falar sobre o assunto; alguns podem
chorar, outros se fechar. O importante é respeitar o tempo de cada um para
poder assimilar o acontecimento.
O
papel dos pais é fundamental neste processo. Os filhos se espelharão neles para
lidar com a situação. Assim, marido e mulher devem se apoiar um no outro para conseguirem
a serenidade necessária para enfrentarem qualquer dificuldade.
Na
hora da provação, aquele que se sentir mais forte, seja o esposo ou a esposa,
deve tomar a frente para conseguir conduzir a família através do sofrimento.
Dependendo do tempo em que perdurar a situação, esta liderança pode ser
revezada, pois estar à frente do problema suga muita energia e a alternância
pode ser necessária para evitar que toda a família sucumba.
O
espaço para o diálogo em família deve ser ampliado. É necessário criar
oportunidades para que cada um possa falar a respeito de como se sente, como
está sendo atingido por aquela situação. É o momento também de chorar junto, de
talvez até reclamar junto, colocando em comum todos os sentimentos.
ORAÇÃO
A
oração em família também deve ser intensificada. Muitas vezes no momento da dor
não é possível rezar da mesma maneira que se fazia antes. A forma de oração não
é o mais importante: o que é preciso é colocar-se diante de Deus e expor tudo o
que estão passando. Em algumas ocasiões nem se precisa dizer nada: basta
ficarem juntos em frente a alguma imagem de Jesus, de Nossa Senhora ou de algum
santo de devoção da família e talvez acender uma vela, ou simplesmente olharem
para esta imagem por algum tempo.
Chorar
também pode ser uma forma de oração. Muitas vezes quando não se consegue
expressar em palavras o que se sente e o que se pede, as lágrimas podem
substituir a oração verbal.
“As lágrimas podem ser uma
eloquente oração, expressando sentimentos, esperanças e medos que não se podem
exprimir com palavras. Padre Edward Hays, num seu livro, fala sobre a oração
das lágrimas: ‘Ele sentiu-se tocado pela dor da viúva que levava o filho para a
sepultura. ‘Não chores’, ele trouxe seu filho de volta para a vida. Seu coração
foi tocado profundamente e, sem que a mãe nada pedisse, ele fez um milagre. As
lágrimas daquela mulher eram sua oração e essa oração foi ouvida. As lágrimas,
sem dúvida nenhuma, são uma oração muito forte, pois têm o poder de mover até
mesmo os céus. As lágrimas têm ainda muitas outras funções além de serem a mais
poderosa de todas as linguagens. As lágrimas podem expressar o que vai além do
poder das palavras.(...) São Paulo bem que poderia estar falando da oração das
lágrimas, quando ele diz que quando não sabemos o que dizer, o espírito
intercede e ora por nós de uma maneira que não pode ser explicada. ‘Aquele que
sonda os corações sabe qual é o desejo do espírito, e que a sua intercessão pelo
seu povo santo corresponde à vontade de Deus’ (Rm 8,27)”[1]
Rezar
uma novena pedindo a graça da resolução do problema também é um meio muito útil
para unir a família e ajudá-la a se entregar nas mãos da Divina Providência,
aumentando sua confiança de que Deus não os desamparará.
photo credit: arjan.jongkees <a href="http://www.flickr.com/photos/133435669@N07/35167923250">Broken Hearts and Broken Promises</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.0/">(license)</a>
[1]
“Casamento, uma aliança em quatro estações”, HOLT, Mary Van Balen. Pgs177-178,
3ª edição, Editora Santuário, Aparecida/SP
crédito da foto: photopin.com
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