Esta reflexão do Pe. Nicolás Schweizer, publicado em Reflexões No. 64, de 01.09.2009 nos leva a refletir sobre a festa de hoje, que comemora a Sagrada Família de Nazaré.
O espírito
exemplar que reinava em Nazaré, a Igreja o quer despertar hoje, para que reine
em todas nossas famílias. Penso que o espírito da Sagrada Família era ‑ ante
tudo ‑ um espírito de amor, um espírito de fé e um espírito de sacrifício.
a) Um espírito de amor. É um amor
que mutuamente se aceita, se sustém e se suporta ‑ apesar de todos os defeitos
e limitações, porque Deus mesmo tem escolhido e unido seus membros.
1.
Devemos reviver em nossa família, em primeiro lugar, o mistério da Sagrada
Família: o amor redentor de Cristo.
Em Cristo, o
marido é responsável da salvação de sua esposa. Tem que amá-la até salvá-la. A
mulher é responsável da salvação de seu marido. Os pais são responsáveis pela
salvação de seus filhos: é sua principal missão, da que algum dia se lhes
pedirá conta. E os filhos, pouco a pouco, à medida que vão crescendo, vão
fazendo-se responsáveis da salvação de seus pais, responsáveis de amá-los até
salvá-los.
2. De
acordo com a imagem de Maria e José, o amor dos pais entre si e aos filhos deve
ser em segundo lugar, um amor
desinteressado e respeitoso.
Educar é
servir desinteressada e respeitosamente à originalidade e particularidade dos
filhos. Significa despertar e fazer desenvolver os dons que Deus há depositado
em cada um deles.
Sem dúvida,
isto exige muito tempo, muita energia, muita paciência dos pais, porque é sua
tarefa mais criativa, mais difícil, mas também a mais fecunda e bela. Os pais
devem ver e reconhecer Jesus em seus filhos, tal como na Família de Nazaré. Eu
educo e amo em meu filho ao próprio Jesus Cristo: “Quem recebe a uma criança como esta, recebe a mim”.
3. Segundo o
exemplo de Jesus, o amor dos filhos aos
pais deve ser obediente e respeitoso. Ele mesmo, filho de Deus, permaneceu
submisso a seus pais até a idade de trinta anos. Recordemos aquele texto do
Evangelho, quando tinha doze anos: “Jesus
foi com eles a Nazaré e seguiu sob sua autoridade”.
b) Um espírito de fé. O espírito
de amor baseia-se num profundo espírito de fé e confiança.
Na Santa
Família de Nazaré, como na nossa, foi necessário ter confiança mútua,
demonstrar a fé todos os dias. José teve que ter uma fé cega em Maria; teve que
crer n’Ela de uma maneira extraordinária, teve que amá-la muito para chegar a
crer tanto n’Ela. E Maria teve que crer em José; teve que confiar em seu amor
puro, em seu respeito, em sua estima.
José e Maria
tiveram que ter fé em seu Filho. Mesmo que não parecesse mais que uma criança
como todas, acreditaram sempre no mistério que vivia n’Ele. Não sempre
compreenderam tudo o que Ele fazia tudo o que lhes dizia, mas eles confiavam
n’Ele, acolhiam suas palavras e as meditavam.
E Jesus
demonstrava a confiança que tinha em seus pais: esteve com eles durante longos
trinta anos.
c) Um espírito de sacrifício. Espírito de
amor autêntico e de fé profunda levam consigo o espírito de sacrifício. E para
a Sagrada Família os sacrifícios e sofrimentos começaram cedo:
·
O nascimento na solidão e miséria. Nunca se
encontraram mais pobres, mais fatigados nem mais sozinhos que quando nasceu o
Senhor.
·
Depois, a matança dos Inocentes: como primeiro
resultado do nascimento do Salvador, as famílias do país em luto, as crianças
menores de dois anos assassinadas.
·
E a fuga da Família, em plena noite, a Egito; a
estadia lá como fugitivos.
·
E assim ocorreu durante toda sua vida, até o dia
escuro do Calvário.
Os
sacrifícios são próprios da vida familiar. Todos sabemos e o experimentamos
sempre de novo. Por isso é necessário um espírito profundo de sacrifício para
cada família que está em caminho rumo ao ideal da Santa Família de Nazaré.
Perguntas para
a reflexão
1.
Respeito as decisões de meus
filhos?
2.
Como educo no respeito a meus
filhos?
3.
Como sobrelevo os sacrifícios
da vida familiar?
crédito da foto: photopin.com
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