Na
Sagrada Família de Nazaré tudo girava em torno do amor: afinal o próprio Amor
se encarnou e tornou-se pessoa em Jesus Cristo. O amor puro que reinava naquele
lar e envolvia todos os seus membros deve ser o ideal máximo de cada família
cristã.
No
lar de Nazaré este amor era vivenciado através do serviço, da doação de si
mesmo de cada membro em prol de toda a família.
“A vida de
Cristo nos diz que ‘Ele não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua
vida em resgate de muitos’ (Mt 20,28); na hora da Anunciação, Maria se define
como a ‘serva do Senhor’ e permanece fiel durante toda a sua vida a esta
proclamação, vivendo plenamente tudo que encerra o servir, torna-se ‘discípula’
de Cristo. É a primeira entre aqueles que ‘servindo a Cristo também nos outros,
conduzem os seus irmãos, com humildade e paciência, àquele Rei, a quem servir é
reinar.’ O servir de Maria foi um reinar, pois alcançou plenamente o ‘estado de
liberdade real’, que é próprio dos discípulos de Cristo.
Com José,
mestre singular no serviço da missão salvífica de Cristo, podemos aprender a
servir a ‘economia da salvação’.
Assim como
Jesus, Maria e José expressaram o dom de si mesmo, servindo um ao outro
reciprocamente, cada família também é chamada, através do empenho diário, a
este serviço, promovendo a autêntica comunidade de pessoas, fundada e
alimentada na íntima comunhão de amor.”[1]
O amor é também
sinônimo de sacrifício. “O amor genuíno é
sempre um amor sacrifical.”[2]Assim,
caso o marido, a esposa ou até mesmo os filhos não se sintam bem dentro de seu
lar, devem se questionar em primeiro lugar como poderiam se sacrificar mais, o
que mais poderiam oferecer aos outros membros da família e não o que a família
não lhe ofereceu. “O que eu oferecer à
família, como pai ou mãe, retorna enriquecido. Se eu apenas faço exigências,
nada recebo. Amor sacrifical! Vejam então: a autenticidade do amor se confirma
pelo sacrifício, não apenas pelo trabalho, sim especialmente pelo esforço de
carregar e suportar as contrariedades. (...) Temos de aprender a suportar-nos
mutuamente, a complementar-nos e a confirmar que existe de nobre no outro,
compreendendo suas fraquezas.”[3]
Portanto, o amor
nas famílias deve ser refletido nas atitudes do pai, da mãe e dos filhos,
através do serviço que cada um presta aos demais e dos sacrifícios que fazem
para o bem da família. Deve ser também um amor que mutuamente se aceitam, se
sustentam e se suportam, independente das falhas e limitações de cada um, pois
foi Deus quem uniu a família e proverá todos os meios para que ela se torne
esta comunidade de amor, dependendo unicamente da boa vontade de seus membros.
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