domingo, 1 de março de 2015

SAGRADA FAMÍLIA DE NAZARÉ - MODELO PARA TODAS AS FAMÍLIAS



A Sagrada Família de Nazaré é o modelo para todas as famílias, pois realizou de maneira exemplar o projeto de Deus para a família, tornando-se a mais bela comunidade de vida e de amor.
Para que se possa seguir o exemplo da Sagrada Família, é necessário conhecer quais são suas características principais. Destacam-se três destas características: “Primeira: na Família de Nazaré, pai e a mãe têm a posição que lhes é própria, conforme a intenção de Deus, desde toda a eternidade; Segunda: na Família de Nazaré, o filho está no centro; Terceira: na Família de Nazaré, pai, mãe e filho estão unidos e entrelaçados pelo laço de um profundo e íntimo amor.”[1]
1. PAI E MÃE TEM A POSIÇÃO QUE LHES É PRÓPRIA
No modelo da Família de Nazaré a autoridade paterna ocupa o lugar central. Nos Evangelhos observa-se que sempre que Deus comunicava-se diretamente com a Sagrada Família, se dirigia a S. José, seja quando o anjo apareceu para avisar sobre Herodes e levá-los ao Egito[2], seja quando deveriam retornar a Nazaré[3]. Maria também confirma a autoridade principal de S. José, quando, dirigindo-se a Jesus depois de encontrá-lo no Templo, diz “Olhe que seu pai e eu estávamos angustiados à sua procura.”[4]
Interessante notar que na análise da dignidade das pessoas da Sagrada Família, Jesus, por ser Deus, está em primeiro lugar e Maria, por ser Imaculada e a Mãe de Deus, está em segundo e só então está S. José, o homem justo. Mesmo assim, a autoridade de S. José está em primeiro plano no lar de Nazaré.
Desta forma, para realizar os planos de Deus para a família, a autoridade do pai deve estar sempre em primeiro lugar. Esta autoridade, todavia, não pode ser confundida com autoritarismo, com poder absoluto ou opressão sobre os outros membros da família.
A autoridade paterna sadia é aquela que reflete a autoridade de Deus Pai. No pai, os filhos devem poder vivenciar a paternidade de Deus. Se os filhos experimentam um reflexo de Deus em seu pai terreno, fica mais fácil ter, através deste pai terreno, uma imagem correta de Deus Pai. E se como filho ou filha tenho uma imagem correta de Deus, toda minha vida estará assegurada. Um exemplo marcante é o de Santa Terezinha do Menino Jesus, que quando olhava para o seu pai rezando, ali via o rosto de Deus.
O Papa São João XXIII assim se dirigia aos pais: “Que o pai seja o representante de Deus na família e que se imponha aos outros, não somente pela autoridade, mas sobretudo pelo exemplo de uma vida irrepreensível.”[5]
A missão do pai é educar os filhos para a obediência e a coragem. “Meus filhos devem aprender de mim, pai, a serem corajosos. A vida, mais tarde, exige coragem. Não deve ser brincadeira. Mas também uma vigorosa obediência e seguimento à minha autoridade e não a qualquer tipo de lei.(...) Não temos que seguir uma lei, mas à encarnação da lei no pai.”[6]
A autoridade da mãe é aquela que se apoia na autoridade paterna. A mãe é quem conduz os filhos ao pai, pois sem ela os filhos poderiam nem saber quem é seu pai. Uma função primordial da mãe é proteger esta autoridade do pai, colocando sempre o pai em primeiro plano.
Muitas mulheres atualmente, com o conceito errôneo ditado pelo feminismo de que não deve ser submissa ao homem, acabam por destruir suas próprias famílias ao deteriorar a autoridade paterna e ao tentar elas mesmas assumirem a função que é própria do pai.
A missão da mãe, tendo em visa a natureza psicológica da mulher que é voltada para a doação, é educar os filhos para a renúncia e a capacidade de suportar os contratempos da vida. Desta forma, cabe à mãe é ser uma escola de força, ensinar os filhos a capacidade de querer o bem e agir conforme esta decisão.
A mulher, em sua natureza, é mais aberta para a disponibilidade de sacrificar-se e esta força que adquire ao se doar aos demais, precisa passar para seus filhos, através do treino de sua vontade[7].
Este gosto pelo esforço, o prazer de conquistar algo através do empenho pessoal, da luta, do sacrifício, pode acontecer de várias formas, como por exemplo:
- o estimulo em praticar esportes e participar de competições, onde a criança aprende que só com seu esforço e treinamento conseguirá atingir seus objetivos;
- incentivar a fazer uma poupança, guardar parte da mesada, para adquirir algo de maior valor;
- trabalhar em um projeto juntos, por exemplo, de montar um brinquedo com lixo reciclável;
- preparar uma refeição junto com os filhos, para eles participarem de todo o processo e experimentarem como os ingredientes aos poucos vão se transformando numa refeição; etc...
Portanto, na família que tem como ideal a Sagrada Família de Nazaré, pai e mãe precisam ocupar o lugar que lhes é próprio, segundo os desígnios de Deus, onde a autoridade paterna é a principal, sendo a “cabeça” da família e a autoridade materna é aquela que apoia o pai. Nela o pai educa para a autonomia e a coragem e a mãe educa para a renúncia e a capacidade de suportar os contratempos da vida.



[1] “Família Serviço à Vida”, Pe. José Kentenich, Vol. I, pg. 23, 1994, Editado pelo Instituto das Famílias de Schoenstatt, Vallendar/Alemanha
[2] Mt 2,13                           
[3] Mt 2,19
[4] Lc 2, 48
[5] “Lares autenticos não se improvisam”, ARESI, Ricardo, 13ª edição, pg. 214 Edições Paulinas, São Paulo, 1980
[6] “Família Serviço à Vida”, Pe. José Kentenich, Vol. I, pg. 50, 1994, Editado pelo Instituto das Famílias de Schoenstatt, Vallendar/Alemanha
[7] Verificar o exposto no Capítulo 5, especialmente o tópico sobre a educação para a liberdade.
créditos das imagens: photopin.com

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