Ser
cônjuge significa “estar sob o mesmo jugo”; ser consorte é “partilhar da mesma
sorte”. Assim, homem e mulher unidos pelo matrimônio, partilham o mesmo jugo, o
mesmo peso, carregam junto o fardo que muitas vezes a rotina lhes traz, estão
sujeitos as mesmas alegrias e infortúnios da vida e por isso devem formar uma
só carne.
Formar
uma só carne é o próximo passo no crescimento da maturidade dos cônjuges e de
seu amor e significa buscar uma perfeita solidariedade de vida e de destinos,
que só pode ser alcançada através de um profundo e verdadeiro amor.
“Todo amor verdadeiro supõe esforço e
compromisso livre, ou seja, eu me comprometo livremente a colocar tudo de minha
parte para irmos juntos construindo uma relação de amor verdadeiro. Isto supõe
a vontade de minha parte de querer fazer feliz ao outro e ao consegui-lo, os
dois se tornam felizes.”[1]
Mas
o que é o verdadeiro amor? São Paulo diz:
“O amor é paciente, o amor é prestativo;
não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de
inconveniente, não procura seu próprio interesse, não se irrita, não guarda
rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo
desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais passará.”[2]
O
contrário do amor não é o ódio como muitos podem pensar. O contrário do amor, o
que acaba com o amor, é o egoísmo. O
egoísmo leva as pessoas a agirem pensando em si mesmas em primeiro lugar. O
amor as leva a agir pensando no outro, na felicidade do outro, no bem do outro.
E agir desta forma custa muito sacrifício e renúncia. Pensar e agir tendo o
outro em mente muitas vezes pode ser doloroso, pois precisa abrir mão do
próprio eu, das suas vontades, das suas idéias.
Não
se fala em abrir mão de sua própria personalidade para viver a vida do outro,
mas em buscar sempre o que mais lhe agrada, o que lhe faz feliz. Muitas vezes
isto significa ser contrário a sua opinião, mostrar onde acredita que está
errado, mas sempre com muito respeito, buscando o melhor momento para falar,
sem agredir ou ofender.
Assim,
cada um deve se preocupar em acabar com todo o egoísmo em si mesmos, pois cada
vez que age pensando em seu próprio bem em primeiro lugar, está diminuindo seu
amor pelo outro.
A
palavra-chave para compreender o amor é sacrifício.
Não se pode desvincular um do outro. Amor e sacrifício caminham juntos;
onde um não está presente, o outro também não está. Pode-se perguntar: qual é a
maior prova de amor que Deus Pai deu para a humanidade? Sua maior prova de amor
por toda a humanidade foi o sacrifício
de seu Filho Único, Jesus Cristo, pelo seu bem, pela sua salvação.
Cita-se
um exemplo de como a sabedoria divina confirma que não existe amor sem
sacrifício: todos afirmam que o amor de mãe, é um amor puro, amor
incondicional, que pensa sempre em primeiro lugar no filho, chegando ao ponto
de dar sua própria vida para salvar o fruto de seu ventre. Mas como uma mulher,
que até engravidar, é um ser humano “comum”, começa a possuir esse tipo de
amor, o “ amor de mãe”? Como Deus age para “transformar” essa mulher em mãe?
Deus prepara uma mulher para ser mãe através de toda a dificuldade e todos os
sacrifícios e renúncias que ela, a partir da gravidez, precisa fazer pelo bem
do filho que carrega em seu ventre. Quanto mais a mulher se sacrifica pelo bem
do bebê, mais cresce esse amor. E quando o bebê nasce, então? Além do parto (um
grande sofrimento físico e emocional – mesmo se for cesariana!), os primeiros
meses podem ser definidos como sacrifício atrás de sacrifício. Assim nasce o
amor materno!
A
análise da presente afirmação sob a ótica da filosofia hedonista, tudo isso é
um grande absurdo, pois o sacrifício é o contrário do prazer. Porém, o que se
observa na prática é que quanto mais a pessoa se sacrifica pelo outro, mais o
seu amor aumenta e ela é cada vez mais
feliz! A lógica de Deus é essa: renúncia e sacrifício se transformam em
amor e felicidade.
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