Os pais são os primeiros responsáveis por plantar a semente da fé no coração de seus filhos. O primeiro apostolado dos pais deve ser a evangelização de seus próprios filhos, tarefa esta recebida pela graça do sacramento do matrimônio.[1] Isto se dá através do ambiente criado do lar, do exemplo dos próprios pais, do qual os filhos desde pequenos aprendem a importância da fé para a sua vida e despertam o amor a Deus sobre todas as coisas e o amor ao próximo como consequência deste amor a Deus.
“A educação para a fé por parte dos
pais deve começar desde a mais tenra infância. Ocorre já quando os membros da
família se ajudam a crescer na fé pelo testemunho de uma vida cristã de acordo
com o Evangelho. A catequese familiar procede, acompanha e enriquece as outras
formas de ensinamento da fé. Os pais tem a missão de ensinar os filhos a orar e
a descobrir sua vocação de filhos de Deus. A paróquia é a comunidade
eucarística e o centro da vida litúrgica das famílias cristãs; ela é um lugar
privilegiado da catequese dos filhos e dos pais.”[2]
Infelizmente o mundo atual está muito dessacralizado, sem qualquer
referência a Deus, o ambiente frequentado pelos filhos é muitas vezes hostil à
própria fé, tudo gira em torno do ter e do prazer, o que torna o papel da
família fundamental no sentido de despertar e manter a fé no coração dos
filhos.
Até mesmo a escola, que em outros tempos foi de grande auxílio para as
famílias para a educação dos valores cristãos, atualmente se limita a
transmitir conhecimento científico e muitas vezes sob a justificativa de ser
“laica” incute na cabeça das crianças e dos jovens ideias sobre a vida que não
levam em conta a realidade de que são filhos de Deus e como tal tem direitos e
deveres que devem ser cumpridos e respeitados pela sociedade.
A espiritualidade familiar é distinta da espiritualidade de um convento
ou comunidade religiosa em sua forma, mas a essência, o espírito deve ser o
mesmo. Tudo deveria girar em torno da
Santíssima Trindade, contudo sem negligenciar os compromissos diários pelo
sustento e cuidado com a família.
Para que isto seja possível, são necessários alguns cuidados no
dia-a-dia, como a oração em família, a frequência aos sacramentos, em especial
à eucaristia dominical, oração nas refeições, a vivência dos tempos litúrgicos
(quaresma e advento), celebração dos dias santos, possuir no lar um “cantinho”
de oração, nos momentos de dificuldades e de alegria louvar sempre o Senhor,
enfim, efetivamente viver a fé que se professa em casa.
Um costume muito útil para cultivar este espírito de religiosidade no
lar é a benção dos filhos, que pode ser dada diariamente antes de dormir ou em
um outro horário mais adequado, dependendo da idade e dos compromissos dos
filhos.
Sugere-se uma benção bíblica, que está no Livro dos Números 6, 24-26: “O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor
faça brilhar sobre ti a Sua face e se compadeça de ti! O Senhor volte para ti o
Seu rosto e te dê a paz!”
Assim, os lares deverão se tornar realmente pequenas igrejas domésticas,
“oasis da fé”, onde os filhos poderão nutrir-se para conseguirem enfrentar os
grandes desafios da sociedade moderna.
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