Este post é mais um extraído das Reflexões do Pe. Nicolás Schweizer, que foi publicado em 01.06.2008.
Quando um filho nasce, o amamos porque é nosso
filho. Mas realmente amamos um pequeno grande mistério. Não sabemos como é, que
características tem, qual será sua vocação. Não sabemos, em definitivo, qual é
o querer de Deus para ele. A verdade é que não sabemos nada. Desta realidade
surge como uma expressão de nosso amor o respeito.
Que é o respeito dos pais? É uma atitude de consideração expectante e
benevolente pelo que o filho é, pelo que pode ser, pelo que deve ser, conforme
o querer de Deus. E na medida em que o mistério dessa vida vai-se revelando e
os pais o vão descobrindo, o apararão e começarão a orientá-lo com amor
respeitoso. Isto lhes exige uma atitude de meditação e de diálogo sobre a
realidade do filho, para ir descobrindo a vontade de Deus que há nele.
Que hão de respeitar então no filho? O primeiro é o respeito a sua dignidade de filho de Deus e a sua dignidade de
pessoa. Porque cada filho é criatura nascida pelo amor de Deus e habitada por
Ele. E nosso respeito mais profundo se dirige a Deus e sua presença no filho. E
Deus o quer tal como é: com essa realidade física, com essas qualidades
humanas, essas inquietudes e desejos e também essas imperfeições. E nós havemos
de aceitá-lo e respeitá-lo tal como é.
E isso inclui também, em segundo lugar, respeito ao processo de seu
crescimento e desenvolvimento. É um respeito ativo que implica
estimular, apoiar, motivar e compreender esse desenvolvimento. É um respeito
que sabe que todo o processo é uma busca e uma realização desse ser pessoal,
único, original e livre que há de chegar a ser nosso filho, segundo o querer de
Deus.
O Padre Kentenich, fundador do Movimento de
Schoenstatt, exorta o respeito: “Temos que cuidar-nos ante o inimigo mortal do
autêntico respeito: o molde. Por favor, não introduzam moldes na educação!”
Mas também aos filhos lhes corresponde ter a
mesma atitude de respeito frente a seus pais, segundo o mandamento divino de
“honrar pai e mãe”.
E o melhor caminho para conseguir este respeito
deles, nos indica São Mateus em seu evangelho (7,12): “Tudo o que queiras que
os demais façam contigo faça-lo tu com eles”.
Creio que é difícil inventar um principio mais
sábio e rotundo que este. Aplicado a nosso caso: Queres ser respeitado?
Respeita! Ou como afirma o Padre Kentenich: “respeito ao ser presenteado pelo
educador, recebe como um eco, o respeito do educando”.
Quando existe respeito, essa consideração
recíproca - apesar e através de todas as falhas - então a convivência familiar é
tolerável, é agradável, é maravilhosa. Este respeito tem que ser acompanhado de
amor, porque não há autêntico amor sem respeito. E segundo o Padre Kentenich, o
respeito é hoje em dia mais necessário ainda que o amor. Porque a carência de
respeito ante tudo o vital, é uma enfermidade de nossa época.
Os pais humanos. Se quisermos previver o Reino de Deus aqui na terra, os pais humanos
devem ser verdadeiras autoridades paternais, reflexos de Deus. O que se busca,
são pais cheios de amor, pais generosos, compreensivos, misericordiosos, tal
como o Pai celestial o é para conosco. E a pergunta é se nós estamos à altura
dessa paternidade.
O que nós fazemos se um filho nosso vai por um mal caminho? Que faço
p.ex. se um filho me rouba dinheiro ou falsifica um cheque do meu talão? Rompo
sua cabeça? O que faço se uma filha, solteira, está grávida? Mando-a embora de
casa? Qual é minha reação a situações deste tipo? É uma reação de justiça,
violência, amor? Sou capaz de atuar como o pai do filho pródigo, é dizer, com
essa generosidade incrível, essa compreensão incompreensível, esse amor
misericordioso?
São
necessários mais pais desse tipo, dessa grandeza. Que desenvolvam uma nova
paternidade, paternidade humana e divina a vez.
Perguntas para a reflexão
1. Como é a relação com meus filhos?
2. Respeito meus filhos ou só exijo respeito?
3.
Consulto
com meu cônjuge as decisões?
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