Os posts sobre os 4R foram baseados na palestra dada pela Ir. M. Tersila Patres, chamada Os 4 R do matrimônio, no Projeto A Família,
a mais bela Comunidade de Amor, Jundiaí/SP abril/2011 e no livreto Os ‘4R’ –
material da Liga de Famílias de Schoenstatt. Uma oferta às famílias,
para percorrerem seu caminho de aliança. (Secretariado da Liga de Famílias de
Schoenstatt, www.maeperegrina.org.br)
Quais são estas placas sinalizadoras?
São os chamados 4R: são quatro
palavras que começam com a letra R e que ajudam a manter o matrimônio neste
caminho do amor que nunca envelhece. Hoje veremos o primeiro R:
1º
R: Rezar -
Todos os dias
“A família está chamada a ser templo, ou seja, casa
de oração: uma oração simples, cheia de esforço e de ternura. Uma oração que se
faz vida, para que toda a vida se transforme em oração.(...) Em uma
família que reza não faltará nunca a consciência da própria vocação
fundamental: a de ser um grande caminho de comunhão”.[1]
Deus
é o Pai que ama a cada um de maneira especial, e assim, por ser uma Pessoa,
sempre procura o contato com os seres humanos através dos acontecimentos em
suas vidas, das pessoas, das coisas, da natureza. Ele sempre quer se comunicar
com cada um particularmente.
E
o ser humano, também como pessoa, precisa se comunicar com os outros e quando
diz respeito a pessoas as quais ama, procura estar sempre em contato, sempre
conversando. Assim, nada mais natural do que procurar se comunicar com Deus e
esta comunicação é feita através da oração.
Portanto,
rezar é falar com Deus, como se fala com uma pessoa que se ama, que lhe é
querida, com a qual gosta de partilhar sua vida, tudo o que aconteceu consigo,
de bom e de ruim. Como Pai, Deus pode sempre o auxiliar e Ele espera que
solicite este auxílio através da oração. Cada um é convidado a estar sempre
ligado com Deus através de suas orações.
Deus é amor. O encontro com Ele é um encontro com o Amor.
Portanto, rezar é Amar. Quando se reza o
amor de Deus preenche o coração do indivíduo e então é esse amor que se vai
doar um ao outro. Seu amor deve desembocar no amor divino, mergulhado no amor de Deus. Seu relacionamento se torna
mais cálido, compreensivo, a pessoa se torna mais paciente...Assim, pode amar
um ao outro tal como Deus a ama, abrigando-o e o presenteando mutuamente.
“Eis que estou à porta e bato: se
alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa ...” (Ap
3,20) O apóstolo Paulo ensina: "Orai sem cessar" (1 Tes.
5:17).
O sacramento do matrimônio torna a comunidade
familiar salvífica e os cônjuges recebem a graça que os permitem aperfeiçoar o seu amor e fortalecer sua comunhão de corações.
A graça do sacramento os ajuda a
santificar sua vida e com isto, a crescer como esposos na oração mais profunda,
em seu lar, sua pequena Igreja Doméstica.
Para
ser Igreja Doméstica é necessário que se tornem mestres da oração. E não apenas
a oração pessoal, que é muito importante para o crescimento espiritual de cada
um, mas principalmente a oração em família, com o cônjuge e também com os filhos.
“Pois onde dois ou três estiverem
reunidos em meu nome, eu estou aí no meio deles.”[2]
É preciso
ter sempre esta consciência de que quando rezam juntos, Jesus se faz presente
no meio de vocês, no seio de sua família e essa presença de Cristo é fundamental
para manter a harmonia e a união em seu lar.
Através
da oração, os filhos são educados e formados. Assim, os pais, devem tornar a
oração algo que faz parte do cotidiano da família e com ela encontrar forças
para lutar contra tudo aquilo que vem para os afastar da própria oração e
consequentemente da vida em Deus.
Muitos
são os obstáculos para conseguir rezar em família: as múltiplas ocupações da
vida diária que sugam as energias; dois estilos diferentes de rezar quando vão
rezar como casal, o que dificulta a oração em comum; a falta de perseverança
para manterem o hábito da oração; etc.
Todavia,
devem ser verdadeiros heróis e superar todas estas dificuldades, pois como diz
o ditado: a família que reza unida,
permanece unida!
O
Catecismo da Igreja Católica, n, 2650, afirma que “a oração não se reduz ao surgir espontâneo de um
impulso interior; para rezar é preciso querer. Não basta saber o que as
escrituras revelam sobre a oração; também é indispensável aprender a rezar”.
O
primeiro passo é querer rezar, ou seja, decidir que a oração em família
é um bem a ser conquistado e engendrar todos os esforços para consegui-lo. É
necessário estar convencido das vantagens que traz para cada um esta oração em
comum, que é necessária e que os enriquecerá muito como casal, como família.
Rezar junto se aprende rezando.
É preciso criar o hábito da oração em comum e o hábito se cria através da repetição
dos atos. Logicamente no início será mais difícil, mas se permanecerem
fiéis ao propósito de rezar juntos, logo o hábito se instalará e não será mais
tão difícil se reunirem para falar com Deus.
É
natural que no início, as formas pareçam exageradas, meio “forçadas”, mas
existe uma íntima relação entre o espírito e a forma. O Pe. José Kentenich
disse em diversas ocasiões: “não só um
homem piedoso se ajoelha profundamente, também o ajoelhar-se profundamente
torna um homem piedoso”.
Assim,
o simples fato de se reunirem para rezar, mesmo que a oração pareça um pouco
artificial no começo, que estranhem rezar daquela maneira, com o tempo esta
reunião para oração também irá formar seu espírito e os abrir cada vez mais
para o sobrenatural, para as coisas de Deus.
Para
começar este saudável hábito, sugere-se que o casal escolha um determinado
momento do dia para realizar esta oração, por exemplo, logo pela manhã ou a
noite, ou ainda em alguma refeição. Além de determinar o horário, é prudente
que também já se escolha sobre o que e como irão rezar, estabelecendo um
pequeno ritual, que aos poucos dará lugar a uma oração mais espontânea. Pode
ser usado um livro de orações ou algum outro material que irá auxiliá-los neste
início.
Com
o tempo, esta oração que pode parecer um pouco “forçada” irá se transformar em
uma oração mais fluente, mais pessoal e mais íntima. É muito importante não
desistir e não abrir mão deste momento determinado de oração diária a menos por
razões muito sérias.
Além
de um horário pré-estabelecido para a oração, o local onde ela será realizada
também é importante. Nossos sentidos, como seres humanos, precisam ser
estimulados e o ambiente criado para a oração auxilia muito em seu resultado.
Desta
forma, o ideal é terem um lugarzinho em casa com um crucifixo, com a imagem de
Nossa Senhora ou de algum santo, para onde se dirigirão neste momento de
oração. Acender uma vela, ou colocar uma música calma de fundo também propiciam
este momento de diálogo com Deus. Cada casal deve encontrar seu próprio estilo,
sua forma de rezar, mas é sabido que isto custa esforço, ser constante, sendo
necessário pedir ao Espírito Santo sua graça para alcançá-lo.
Por
fim, para esta conquista da vida de oração em família, os cônjuges precisam
deixar abertos os canais para a graça de Deus chegar eles, ou seja, cultivar a
vida sacramental através da participação na Eucaristia e da confissão regular.
Portanto,
é urgente aprender a rezar em família. Mesmo que seja por apenas alguns
minutos, é essencial para o bem estar familiar que todos juntos se dirijam ao
Pai, agradecendo as graças recebidas e fazendo seus pedidos diariamente.
Tópico
baseado em: Prates, Ir. M. Tersila. Palestra Os 4
R do matrimônio. Projeto A Família, a mais bela Comunidade de
Amor, Jundiaí/SP abril/2011. Os ‘4R’ – material da Liga de Famílias
de Schoenstatt. Uma oferta às famílias,para percorrerem seu caminho de
aliança. (Secretariado da Liga de Famílias de Schoenstatt, www.maeperegrina.org.br)
[1] João
Paulo II, in http://www.acidigital.com/juanpabloii/pensamento.htm#11
[2] Mt
18,20
créditos das fotos: photopin.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário