Os pais devem ainda dar bons exemplos a seus filhos. Já diz o provérbio:
“As palavras convencem, mas os exemplos
arrastam!” De nada adianta longos e bonitos sermões sobre a honestidade, a
honra, o trabalho, a solidariedade, o amor, a verdade, se os pais não colocam
em prática estas virtudes no dia-a-dia. Os filhos estão sempre observando as
atitudes dos pais e estão mais propensos a imitá-las se forem coerentes com o
discurso deles.
Se a mãe pedir para o filho dizer ao telefone que não está, para não
atender uma pessoa indesejada, ensina a mentir. Se na hora que recebeu um troco
a mais, o pai não devolve a diferença, ensina o filho a ser desonesto. Se a mãe
fala ao celular enquanto dirige, ensina o filho a desobedecer às leis. Se o pai
fala mal de outras pessoas em casa, ensina o filho a desrespeitar e ser
intolerante com os demais.
“Dar bom exemplo aos filhos é uma grave
responsabilidade para os pais. Sabendo reconhecer diante deles seus próprios
defeitos, ser-lhes-á mais fácil guiá-los e corrigi-los.”[1]
É necessário também possuir a consciência clara de que ninguém é
perfeito. Por mais que se esforcem para prover uma boa educação para os filhos,
eventualmente os pais cometerão erros. Neste momento, a melhor lição que
poderão dar a seus filhos é o pedido de perdão.
Pedir desculpas ao filho jamais diminuirá a
autoridade dos pais; muito pelo contrário, assim eles irão reconhecer a
grandeza dos pais através da humildade em ter pedido perdão. E essa atitude
humilde certamente conquistará o coração dos filhos.
“Um bom começo para os pais, na prática do amor
pelos filhos é terem as consciências de que são imperfeitos. Deverá haver uma
boa disposição em recomeçar sempre. Somos imperfeitos e, quando reconhecemos a
nossa imperfeição junto aos filhos, abrimos as portas do diálogo, do
acolhimento e do perdão. Faça a experiência de pedir perdão para o seu filho
quando você errar. Será uma grande surpresa notar que seu filho também lhe
pedirá perdão e o acolherá. Que linda experiência de amor! Isso o ajudará
também a ser pequeno e humilde. A sua pequenez certamente será semeada no
coração de seu filho e no tempo certo ele colherá os frutos dessa virtude.”[2]
"Quando errar perante os filhos, os pais devem ter a coragem de pedir-lhes perdão, sem medo de que esta atitude coerente possa diminuir-lhes a autoridade. Nós pais temos que ser coerentes diante dos filhos, não se apresentando perante eles como 'super-homens' que não erram. Os pais também erram, e muito; portanto só lhes resta a alternativa coerente de saber pedir perdão aos filhos, quando falharem com eles. Além do mais, esta atitude corajosa dos pais será para os filhos uma grande lição de humildade. Longe de roubar a autoridade dos pais, essa atitude os fará mais admirados e amados pelos filhos, em vista da sua honestidade diante deles. (...)
Quando um homem, erra, qualquer que seja a situação, só lhe resta uma alternativa ética: pedir perdão e reparar os danos causados pelo seu erro. Outra atitude seria orgulho e fingimento. Errar é humano ,também para os pais.
Não se pode adiar o pedido de perdão. É um ato de coragem e de coerência, que deve ser realizado no menor prazo possível, a fim de que o ressentimento da discórdia não tenha tempo de formar raízes em nós e nos filhos." [3]
O
respeito e a admiração que os filhos possuem em relação aos seus pais é que
fará com que eles sigam seus conselhos. É necessário sempre conquistar
novamente o coração do filho. Durante a primeira infância, os pais são
verdadeiros “super-heróis” para seus filhos, sendo seus primeiros ídolos.
Todavia, quando amadurecem mais um pouco as crianças percebem que seus pais são
imperfeitos e então inicia o trabalho dos pais para reconquistar este respeito
e a admiração tão necessários na educação.
“Em outras
palavras, procurem conquistar o respeito dos seus filhos, e não simplesmente
seu afeto. As lágrimas secam e as pequenas mágoas desaparecem com o tempo; o
que deve permanecer é o respeito à firme e carinhosa autoridade dos pais. Sem
este respeito, os filhos terão problemas mais tarde, ao encontrarem qualquer
outra autoridade: a lei de Deus, os professores e empregadores, a lei civil e
até os ditames da sua própria consciência.” [4]
“O pai há de conquistar o filho ‘por aquilo que ele
é’, e não por aquilo que tem e que lhe dá; isto é, o pai conquistará o filho
pelo respeito que lhe dedica, pelo tempo que gasta ao seu lado, pelo consolo
que lhe oferece nas horas de dificuldade, pelos passeios que faz com eles, pela
ajuda dedicada naquele problema da escola, por sua honestidade pessoal e
profissional, pelo bom nome que cultivou, pela dedicação à família, pelo amor e
fidelidade à esposa e aos filhos, etc... O mesmo vale para a mãe.”[5]
A
educação para o amor abrange ainda a disciplina, a correção dos filhos quando
fazem escolhas erradas. A disciplina é muito mais que um simples castigo,
significa mostrar aos filhos que todos os atos têm consequências e que eles
serão responsáveis pelas escolhas que fizerem. Deve ajudar a criança a
amadurecer, a formar seu caráter, para que ela no futuro consiga fazer escolhas
que lhe trarão felicidade.
“Disciplina é algo que você faz por seu filho e não a seu filho”[6]
Os filhos
necessitam saber desde cedo quais são seus limites, até onde podem e devem
chegar. Devem saber as regras de convivência da casa, respeitar os demais,
respeitar a propriedade e as coisas que possui.
A
aplicação da disciplina pelos filhos exige coerência e firmeza. A consequência
ou o castigo tem que ser proporcional ao ato praticado, sob pena de causar um
grande sentimento de injustiça no filho, que não educa, mas causa
ressentimento. A firmeza e constância na aplicação da disciplina são
necessárias para que ela seja eficaz. Sempre que o filho cometer o mesmo erro,
deve saber que terá a mesma consequência. Se um dia os pais punem e no outro
não punem, também não conseguirão educar.
Cumpre
ressaltar, todavia, que às vezes perdoar a atitude errada do filho pode ser
muito mais educativo do que a punição. Com o perdão dos pais, o filho pode
experimentar o perdão por parte de Deus, gerando uma atitude de gratidão. É o
bom senso dos pais, com a ajuda indispensável da graça de Deus, que irá mostrar
se é o caso de punir ou de perdoar.
Um bom
indicador sobre a propriedade do perdão, ao invés da punição, é o grau de
arrependimento do filho com relação a seu erro. Se os pais verificam que o
filho realmente se arrependeu e viu o que fez de errado, eles podem deixar de
aplicar a disciplina, mas deixando bem claro ao filho que estão perdoando, que sabem que existe o erro,
que sabem que o castigo é merecido, porém, como pais, podem perdoar.
Paciência
e o amor são fundamentais na aplicação da disciplina. Os filhos precisam saber
que sofrer as consequências de suas escolhas é um ato de amor dos pais, que
estão buscando o bem do filho, para que ele aprenda a ser uma pessoa mais
equilibrada e feliz.
“Na hora, qualquer correção parece não ser motivo
de alegria, mas de tristeza; porém, mais tarde, ela produz um fruto de paz e de
justiça naqueles que foram corrigidos.”[7]
Educar os
filhos é uma arte, um árduo ofício, porém os pais precisam ter a confiança de
que o bom Deus, que lhes confiou o cuidado e a educação de seus filhos,
certamente os auxiliará nesta sublime missão.
"Filho é um ser que nos emprestaram
para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar
nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de
aprendermos a ter coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato
de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor,
principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder
algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um
empréstimo". [8]
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[1] CIC 2223
[2]
Lauro e Rosana Vitachi,
Consagrados na Comunidade Católica Pantokrator, in http://pantokrator.org.br/pt/educar-para-o-amor/
[3] Felipe Aquino
http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=7332
[4] “Filhos: quando educá-los?”,
STENSON, James B. Pg. 41-42, 2ª edição, Editora Quadrante, São Paulo, 1994
[5] Felipe Aquino
http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=7332
[6] “Como desenvolver o temperamento
de seus filhos”, LA HAYE, Beverly, pg. 131, 9ª edição, Editora Mundo Cristão,
São Paulo, 1999
[7] Hb 12,11
[8] Autor desconhecido
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