“De fato, quem se eleva será humilhado, e quem se humilha
será elevado”[1]
A palavra humildade vem do latim humus que significa
"terra". Ou seja, os humildes estão mais perto da terra, do solo, não
procuram aparecer muito nem se mostrar para os outros.
Aquele que é humilde sabe exatamente o valor que possui e
conhece também suas limitações, não precisa ficar alardeando suas qualidades e
sabe valorizar o bem que existe no
outro, despertando o que há de melhor naqueles que o rodeiam.
O contrário da humildade é o orgulho. Quem é orgulhoso
não reconhece as suas limitações e busca sempre rebaixar os outros, para que assim
possa aparecer e se destacar.
Jesus é o grande mestre da humildade. Ele que é Deus, se
“rebaixou” a condição de ser humano para libertar a humanidade do pecado e
abrir as portas do Céu a ela. A lição do lava-pés é a humildade por excelência,
pois ele, o Mestre, mostrou que para segui-lo se deve servir
desinteressadamente ao próximo, buscando realizar aquilo que o outro necessita.
Dos ensinamentos de Jesus se pode extrair que a
verdadeira humildade está intimamente relacionada com o amor. Aquele que ama
não se exalta, não quer ser mais do que o outro, ao contrário, procura sempre
que o outro esteja melhor, se sinta mais acolhido, mais valorizado.
A humildade pressupõe ainda a gratuidade. Nunca se deve
agir buscando a própria realização, buscando reconhecimento, pois isso
demonstra a existência do orgulho.
Dentro de um relacionamento a humildade é muito
importante. É preciso estar atento às necessidades do outro e estar sempre
pronto a servir. Sempre que procurar mostrar que é melhor que o cônjuge, que
ele deve lhe ouvir ou lhe seguir porque “eu sei o que faço”, é o orgulho que
está falando e agindo desta forma, está “matando” o amor.
Muitas vezes, resiste-se em buscar o diálogo com o
cônjuge porque ele lhe feriu, ou não agiu direito, pensando que se for você
quem o procurar primeiro, estará se “humilhando”. Porém não existe humilhação entre marido e mulher. Nunca se deve sentir
humilhado pelo outro e a busca do diálogo, do entendimento, principalmente se
você não foi a parte que errou, demonstra maturidade e amor verdadeiro e jamais
poderá ser vista como uma fraqueza ou humilhação.
“Humilde é aquele que está embaixo, perto do solo
e, justamente por isso, se arrisca menos a perder o equilíbrio. Tem os pés
firmes na terra! É, pois, “humano” ser humilde! A pessoa humilde não pretende
ser maior nem menor do que realmente o é. A fecundidade de sua existência
depende de se oferecer, em espírito de serviço, para realizar o que é capaz na
direção do bem dos outros. A modéstia faz mais belos os dons que foram
concedidos a cada um. Mas humildade e modéstia só combinam com o amor de
caridade! Quem escolheu viver para amar na medida do amor de Deus aceita ser
apoio para os outros com humildade, sem humilhação.”[2]
O orgulho e egoísmo
são duas faces da mesma moeda e sempre que optar por qualquer um dos dois,
estará agindo contra o seu amor e o sufocando.
Deus, que é amor, resiste aos soberbos e orgulhosos, mas eleva e dá
graças aos humildes.[3]
O primeiro passo em
direção à humildade é reconhecer que todos são limitados. Todos tem seus
defeitos e não são auto-suficientes, precisam dos demais para sobreviver.
Conscientizando-se de suas fraquezas, pode-se buscar sempre melhorar, pois do
contrário, sempre estará estagnado, não consegue avançar rumo a maturidade e a
felicidade.
“Quanto mais deixares
te enraizar na santa humildade, mais íntima será tua comunicação com Deus”.[4]
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