sábado, 20 de setembro de 2014

HOMENS E MULHERES - DIFERENTES E COMPLEMENTARES

No livro do Gênesis, ao narrar a criação do ser humano, vemos como Deus fez o homem e a mulher a sua imagem e semelhança. Ambos possuem a mesma dignidade e valor e foram criados um para o outro. Todavia não são seres incompletos; cada um é uma totalidade, porém são chamados para uma comunhão de pessoas, para um intercambio de vida e de amor e juntos se complementarem.
O modo de ser do homem e da mulher se diferenciam pela maior ou menor acentuação de determinados valores que ambos possuem, mas que, via de regra, cada sexo vive com uma intensidade diferente. Por isso mesmo, não há nenhum valor humano que possamos catalogar como exclusivamente “masculino” ou “feminino”. Porém, podemos afirmar que algum destes valores se dão “normalmente” com maior força no homem ou na mulher[1]. Desta forma, cada ser humano possui características do ser masculino e do ser feminino, porém em graus diversos. O homem possui mais características do ser masculino e necessita ser complementado pela mulher, com suas características predominantes do ser feminino e vice-versa.
A sociedade atual em muitos aspectos deseja minimizar ou até mesmo suprimir estas diferenças, alegando que são oriundas unicamente de condicionamentos culturais e que o ser humano precisa se “libertar” destes estereótipos, podendo livremente escolher se quer agir como homem, como mulher, como homossexual, como bissexual, assexual, enfim, como bem entender.

Os defensores desta sociedade de “gênero” se esquecem de que “a maioria dos comportamentos sociais que distinguem o homem da mulher não foram inventados. Eles tem bases biopisicossocioantropológicas distintas dentro de uma mesma espécie.”[2] Não levam em consideração a origem e a finalidade destas diferenças, que vem do próprio Criador: “E Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus ele o criou; e os criou homem e mulher.” (Gn 1, 27)
Ademais, dos 23 cromossomos que compõe o ser humano, 22 são idênticos entre homem e mulher, sendo apenas um diferente: XX (para as mulheres) e XY (para os homens). Porém, este único diferente que caracteriza o ser masculino e o ser feminino, impregna todo o corpo, “do fio de cabelo até a ponta do dedo do pé”. Então, esta diferenciação sexual é inerente ao ser humano, ao seu corpo e também ao seu espírito, não podendo simplesmente ser considerada uma imposição cultural.
São palavras do Papa Bento XVI: “Perante correntes culturais e políticas que procuram eliminar, ou pelo menos ofuscar e confundir, as diferenças sexuais inscritas na natureza humana, considerando-as uma construção cultural, é necessário recordar o projeto de Deus, que criou o ser humano homem e mulher, com uma unidade e ao mesmo tempo uma diferença originária e complementar. A natureza humana e a dimensão cultural integram-se num processo amplo e complexo que constitui a formação da própria identidade, onde ambas as dimensões, feminina e masculina, se correspondem e completam”.[3]
Esta verdadeira “crise dos sexos” é uma das fontes dos grandes problemas que são enfrentados pela humanidade, como a violência, desigualdade social, utilitarismo, consumismo, fuga de Deus...
Assim, para haver uma sociedade sadia é preciso que cada ser humano assuma realmente o seu papel como homem ou como mulher, de acordo com o que Deus previu para cada um e se deixe complementar pelo outro, para se tornar uma pessoa plena e feliz.
Para que isso seja possível, é necessário que o homem entenda como é o seu ser masculino, quais são suas características positivas e negativas o aceite como um verdadeiro presente e a mulher, da mesma forma, também saiba como funciona o ser feminino, o que precisa ser aprimorado e como pode desenvolver todo o seu potencial, reconhecendo como grande dádiva do Criador.
“A sociedade atual necessita de homens que exerçam uma autoridade ‘masculina’ e mulheres com autêntica vocação maternal, ao cuidado e serviço da vida. Para humanizar a cultura, precisa-se de uma mulher ‘feminina’ e de um homem ‘masculino’, que ambos valorizem e respeitem todo o potencial de cada um, segundo o plano de Deus.” [4]




[1] Fe y vida matrimonial, Cuadernos de Pastoral Familiar, No. 1, P. Hernán Alessandri Morandé,pg. 36,  Ed. Nueva Patris, Chile, 2009
[2] “Quem ama, educa!” TIBA, Içami, pg. 32, Editora Gente, 100ª edição, São Paulo/2002
[3]  http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=251681, citação de Bento XVI recebendo no dia 09.02.2008, no Vaticano, os participantes no Colóquio “Mulher e homem – o humano na sua totalidade”, promovido pelo Conselho Pontifício para os Leigos, nos 20 anos da Carta Apostólica “Mulieris dignitatem”, de João Paulo II.
[4] “Yo te elijo a ti, para siempre”, Material elaborado por casais monitores de noivos, assessorados pelo Pe. Horacio Rivas R., Sch, revisado e aprovado pela Vicaria para a Família do Arcebispado de Santiago, editora Nueva Patris, Pg. 28, Santiago/Chile, 2011. Tradução livre da autora.

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